Percentual de gordura corporal: qual é o ideal?
Algumas pessoas têm a tendência de acumular mais gordura do que outras. E o excesso desse estoque pode significar problemas de saúde, como chances aumentadas de diabetes e condições cardiovasculares. Pensando nisso, será que existe um percentual de gordura corporal ideal? Saiba mais a seguir:
Composição corporal: percentual de gordura e de massa magra
Primeiramente, vamos entender mais sobre a composição corporal: basicamente, profissionais da saúde dividem o nosso organismo entre “massa gorda” e “massa magra” a fim de avaliar os riscos com relação à saúde. Sendo:
- Massa gorda: quantidade de gordura presente no corpo;
- Massa magra: o restante que é livre de gordura, como órgãos, ossos e músculos.
“Existe um risco iminente à saúde quando o percentual de gordura encontra-se descompensado. Podemos dizer que, quanto maior o nível de gordura corporal, maiores são as chances de taxas elevadas de colesterol ruim (LDL) no sangue, ganho de peso acima do normal e doenças como obesidade, hipertensão arterial e acidente vascular cerebral (AVC)”, explica o profissional de educação física Guilherme Bispo Macedo, professor e coordenador do curso de Educação Física da Estácio.
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Existe um percentual de gordura ideal?
O profissional afirma que esse número pode variar bastante, e depende de características individuais como sexo, idade, exercícios físicos, nível de condicionamento, doenças existentes, entre outras.
Mas, no geral, a quantidade de gordura corpórea ideal para mulheres fica entre 20% e 24%, e para homens fica entre 16% e 20% do peso total. Confira uma tabela mais detalhada:
Percentual de gordura feminino
- Gordura essencial: 10 a 13%;
- Baixo (atletas): 14 a 20%;
- Normal: 21 a 24%;
- Alto: 25 a 31%;
- Muito alto (obesidade): Acima de 32%.
Percentual de gordura masculino
- Gordura essencial: 2 a 5%;
- Baixo (atletas): 6 a 14%;
- Normal: 16 a 20%;
- Alto: 21 a 24%;
- Muito alto (obesidade): Acima de 25%.
Como calcular meu percentual de gordura corporal?
Diversos métodos fazem o cálculo do percentual de gordura corporal. Alguns deles não são simples, portanto, o ideal é pedir ajuda a um profissional capacitado. Veja exemplos:
Bioimpedância
Trata-se de um teste que avalia toda a composição corporal, incluindo os percentuais de gordura e massa magra – além do nível de água existente no organismo!
Ele é simples, rápido e indolor. Você só precisa subir no aparelho (uma espécie de balança), que ele irá fazer as contas por meio da passagem de uma corrente eletromagnética no corpo.
A bioimpedância é considerada bem completa e assertiva (quando feita corretamente, é claro). Por isso, seu uso aumentou bastante nos últimos anos, principalmente em consultórios de nutricionistas e profissionais de educação física. Isso porque os resultados precisos permitem a criação de dietas e planos de treinamento extremamente individualizados.
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Dobras cutâneas
Já este é um método tradicional, mas muito eficaz. Nele, o especialista mede as dobras de diferentes partes do corpo, como dos braços, das costas, das coxas, do abdômen… Ou seja, enquanto a bioimpedância analisa o percentual de gordura do organismo como um todo (algumas já até separam por membros e tórax), as dobras cutâneas avaliam cada região separadamente.
Guilherme Bispo Macedo afirma que é uma ótima forma de dizer onde há maior ou menor estoque de gordura, o que permite identificar possíveis disfunções e compensações no movimento – com o intuito de reduzir lesões e buscar um corpo mais equilibrado. Segundo ele, essas disfunções podem ser geradas por fatores como:
- Vícios posturais;
- Músculos estabilizadores fracos;
- Músculos com tensão excessiva;
- Por fim, falta de flexibilidade.
“Esses problemas podem gerar dores em diversas regiões do corpo – joelhos, quadril e ombros, por exemplo”, complementa.
Índice de massa corporal (IMC)
Por fim, existe também o índice de massa corporal (IMC). “Ele faz uma correlação entre o peso e a altura ao quadrado. Isto é, deve-se dividir o seu peso [em quilogramas] por sua altura [em metro] multiplicada por ela mesma”, explica o professor. Para facilitar, veja a fórmula:
- IMC = Peso ÷ (Altura × Altura).
O resultado é o seu IMC. Ele não deve ser o único utilizado para medir a sua saúde, uma vez que não leva em conta as individualidades (sexo, idade, etc). Mas pode servir como complemento a outros métodos e investigações do profissional. Geralmente, considera-se:
- IMC menor que 18,5 – peso abaixo do normal;
- IMC entre 18,5 e 24,9 – peso normal;
- IMC entre 25 e 29,9 – sobrepeso;
- IMC acima de 30 – obesidade.
Leia também: IMC: o que é, como calcular, tabelas e resultados
Fonte: Guilherme Bispo Macedo, professor e coordenador do curso de Educação Física da Estácio.