Outubro rosa: a autoestima das mulheres após o câncer
Este mês é marcado pelo Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre o câncer de mama. O objetivo desta data é compartilhar informações e contribuir para a redução da mortalidade.
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todo o mundo. De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), mais de 2,3 milhões de novos casos foram estimados em 2020, o que representa quase 25% dos cânceres em mulheres. No Brasil, a realidade não é diferente: em 2022, o instituto projetou mais de 66 mil novos casos.
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Impacto do diagnóstico
O diagnóstico do câncer de mama impacta a vida da mulher de diversas maneiras. De acordo com a psicóloga cognitiva, Rejane Sbrissa, podem surgir conflitos internos como negação, raiva, inquietação, ansiedade, angústia, medo e luto. Afinal, há um grande medo da morte.
Além disso, o período de tratamento é ainda mais difícil. A quimioterapia gera efeitos colaterais nada agradáveis, como náuseas e vômitos, queda de cabelo, diarreia, pele sensível, infecções bucais, imunidade baixa, entre muitos outros.
“A paciente pode ter depressão se não for informada corretamente sobre o que vem a seguir. Por isso, é importante ter um acompanhamento multidisciplinar especializado”, informa Rejane.
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Outubro rosa: e como fica a autoestima?
Sem dúvidas, a autoestima é um dos fatores mais impactados para pacientes com câncer de mama. Principalmente em casos onde é necessário retirar a mama. “Ao retirar ou operar nem que seja um quadrante da mama, faz com que a auto estima feminina seja muito afetada. A estética, as fantasias e a intimidade ficam comprometidas”, diz a psicóloga.
Rejane reitera que aceitar a nova condição e adaptar-se à nova imagem do corpo – apesar de não ser nada fácil – é de extrema importância.
Durante o processo de tratamento, os familiares e amigos devem apoiar a paciente sempre que puderem. Ter uma rede de apoio é fundamental para lidar com a doença e melhorar a aceitação dessa fase.
“A rede de apoio deve se informar sobre a doença, tratamento e procurar facilitar a vida da pessoa cuidando das tarefas domésticas, não trazendo outras preocupações, acompanhado em consultas, e mostrando que ela tem muitos motivos pra continuar a lutar e viver” ressalta Rejane.
Como conviver com o câncer de mama?
Não existe uma fórmula mágica para lidar com doenças. O processo não é fácil. Mas para facilitar, a psicóloga entrevistada listou algumas dicas que podem ajudar a aumentar a autoestima nesse período:
- Não abra mão de suas vaidades, o autocuidado é muito importante;
- Sinta-se livre para inovar e viver da melhor maneira essa fase, pois ela vai passar;
- Pratique alguma atividade física, cuidar do corpo e da mente é essencial. Claro, com acompanhamento especializado.
- Fazer acompanhamento psicológico é essencial desde o diagnóstico até o final do tratamento.
Nas redes sociais, inclusive, diversos perfis abordam o dia a dia de quem convive com o câncer de mama. Dessa maneira, a jornalista Ana Michelle Soares convive com câncer metastático desde 2011 e compartilha sua rotina como protagonista do próprio tratamento. Além de desmistificar o conceito de cuidados paliativos no perfil Paliativas. Autora dos livros “Enquanto eu respirar” e “Vida Inteira”, AnaMi, como gosta de ser chamada, fala que sua história não é sobre o câncer, é sobre viver e como o contato com a doença transformou o seu olhar sobre a vida.
Já Linda Rojas, diagnosticada com câncer de mama aos 24 anos com uma recidiva após cinco anos, hoje está em remissão e compartilha sua jornada no perfil Uma Linda Janela. Além disso, ela, que foi mãe há pouco tempo, compartilha com leveza e pé no chão as suas dificuldades e alegrias ao longo da jornada com o câncer de mama.
Fonte: Rejane Sbrissa, psicóloga cognitivo comportamental especializada em compulsões.