Alterações de humor indicam bipolaridade? Quando devo me preocupar?
Oscilações de humor são normais e atingem grande parte das pessoas. Mas como identificar se é, de fato, de uma situação cotidiana ou uma doença, como o transtorno afetivo bipolar? Entenda!
O que é o transtorno bipolar?
O transtorno bipolar é uma doença com causas biológicas, neuroquímicas e psicossociais em que existe uma alteração do humor.
Dessa forma, episódios depressivos são alternando com episódios de euforia (também chamada de mania ou hipomania, dependendo da intensidade e da duração). Há, ainda, casos em que há uma mescla dos episódios depressivos com os de euforia.
O transtorno bipolar não é necessariamente incapacitante, o que incapacita é a falta de tratamento, como, aliás, acontece com tantas outras doenças. O TB é classificado em dois subtipos:
- Tipo I: caracteriza-se por um ou mais episódios maníacos ou mistos, geralmente acompanhados por quadros depressivos maiores durante o curso da vida.
- Tipo II: causa um ou mais episódios depressivos maiores e pelo menos um episódio hipomaníaco durante o curso da vida.
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Sintomas do transtorno bipolar
Fase de euforia:
- Sensação de extremo bem-estar;
- Aceleração do pensamento e da fala;
- Agitação e hiperatividade;
- Diminuição da necessidade de sono;
- Aumento da energia;
- Diminuição da concentração;
- Euforia ou irritabilidade;
- Desinibição;
- Impulsividade;
- Ideias de grandiosidade e sensação de “poder”.
Fase de depressão:
- Alterações de apetite com perda ou ganho de peso;
- Humor deprimido na maior parte dos dias;
- Fadiga ou perda de energia;
- Apatia, perda de interesse ou prazer;
- Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio;
- Agitação ou retardo psicomotor;
- Sentimentos de culpa ou inutilidade;
- Desânimo e cansaço mental;
- Tendência ao isolamento tanto social como familiar;
- Ansiedade e irritabilidade.
Caso você se identifique com os sintomas apresentados, procure um profissional de saúde mental.
Como diferenciar o transtorno bipolar de oscilações normais de humor?
Uma avaliação diagnóstica é fundamental para esclarecer se há uma patologia a ser tratada ou se as manifestações citadas referem-se a reações situacionais. A pessoa não deve ter receio de buscar ajuda, nem medo de descobrir o diagnóstico. Se ele existe, negá-lo não irá resolver suas consequências. Neste caso, as relações familiares podem sofrer consequências de uma conduta disfuncional que poderá ser atenuada com uma abordagem terapêutica.
Se houver um diagnóstico bem estabelecido de transtorno afetivo bipolar, recomenda-se que a pessoa receba o tratamento indicado ao seu caso, especialmente visando prevenir consequências psicossociais e neuropsicológicas (nas funções executivas cerebrais, como memória, raciocínio, atenção, concentração), que são potencialmente prejudicadas quando um tratamento correto não é estabelecido precocemente.
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Diagnóstico
O diagnóstico do transtorno bipolar costuma ser bastante difícil e pode demorar em média dez anos para ser estabelecido devido a tratamentos equivocados, ausência de comunicação entre os profissionais envolvidos, desconhecimento sobre como a doença se manifesta, tanto por ser pouco conhecida quanto pela confusão dos seus sintomas com os de outros tipos de depressão, preconceito e autoestigmatização.
O histórico do indivíduo é decisivo para o diagnóstico conclusivo, já que alterações de humor anteriores, episódios atuais ou passados de depressão, histórico familiar de perturbação do humor ou suicídio e ausência de resposta ao tratamento com antidepressivos alertam para o diagnóstico do transtorno bipolar.
Referência: Abrata.