O que corta o efeito do anticoncepcional? Especialista explica

Gravidez e maternidade Saúde
06 de Junho, 2022
O que corta o efeito do anticoncepcional? Especialista explica

A pílula anticoncepcional faz parte da vida da maioria das mulheres sexualmente ativas ou que tomam o medicamento para outras funções. De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), cerca de 25% do público feminino opta pela pílula como método de prevenção da gravidez. Contudo, em algum momento, muitas já quiseram saber o que corta o efeito do anticoncepcional. Afinal, há vários relatos de mulheres que engravidaram mesmo com o uso da pílula. Mas por que isso pode acontecer?

A ginecologista Nathalie Raibolt explica que a ineficácia da pílula depende de alguns fatores. Por exemplo, é importante tomar o medicamento a cada 24h. “O esquecimento ou atraso no início da cartela pode diminuir o efeito da pílula e liberar a ovulação. Logo, guardar a cartela na carteira ou na bolsa é uma boa estratégia para evitar esse deslize. Outra dica é usar aplicativos que lembram o horário de ingestão da pílula”, sugere.

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Veja o que corta o efeito do anticoncepcional

Apesar da assiduidade ser importante, algumas situações fogem do controle e podem interferir na ação do anticoncepcional. Veja as mais comuns.

  • Doenças gastrointestinais: segundo Nathalie, alguns distúrbios desse tipo podem alterar a digestão e comprometer a metabolização do medicamento pelo fígado, como a gastroenterite. Por sua vez, doenças autoimunes como a de Crohn precisam de avaliação médica, pois a pílula anticoncepcional pode não ser a alternativa mais segura, visto que a má absorção intestinal é um sintoma crônico.
  • Vômitos e diarreias: mesmo que não haja relação com nenhuma enfermidade específica, vomitar ou ter diarreia em 3 ou 4 horas após a ingestão do anticoncepcional pode comprometer a sua ação.
  • Medicamentos: diversos fármacos são capazes de cortar o efeito da pílula, como antibióticos para tuberculose (rifampicina), meningite bacteriana e hanseníase. Alguns anticonvulsionantes, antifúngicos e antivirais também podem bloquear a ação contraceptiva.
  • Doenças metabólicas: a obesidade é um exemplo, pois as alterações hormonais influenciam no funcionamento do metabolismo e podem inibir a absorção plena dos hormônios da pílula.

Na dúvida, use outros métodos contraceptivos

Essa é a recomendação da especialista, que enfatiza o uso conjunto da pílula com a camisinha, principalmente para evitar infecções sexualmente transmissíveis. Outras alternativas, como DIU, também são bem-vindas para reforçar a prevenção quando há suspeita de ineficácia do medicamento oral.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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