Mioma submucoso: o que é, tipos, sintomas e tratamento
- 1. O que é o mioma submucoso?
- 2. Mioma submucoso causa infertilidade?
- 3. Tipos de miomas e sintomas
- 4. Causas dos miomas
- 5. Diagnóstico do mioma submucoso
- 6. Tratamentos para os miomas
- 7. Cuidados antes e depois da cirurgia de mioma
- 8. Quando um mioma é considerado grande?
- 9. Um mioma submucoso pode virar câncer?
Você já ouviu falar sobre o mioma submucoso? Também conhecido como fibroma uterino, o mioma se desenvolve a partir da proliferação acentuada de células do miométrio (tecido muscular liso do útero), formando os nódulos no interior do útero.
Já o termo submucoso tem relação com algo que se situa ou ocorre debaixo de uma mucosa, por exemplo, a mucosa uterina (endométrio). Portanto, entenda melhor logo abaixo!
O que é o mioma submucoso?
De acordo com a Dra Nilka Donadio, médica do Salomão Zoppi, laboratório de análises clínicas e de imagem da Dasa, o mioma é um tumor benigno formado por fibras musculares que crescem de uma forma desordenada, formando nódulos. “Elas crescem em resposta ao estrogênio, hormônio feminino produzido pelos ovários”, explica.
Desse modo, costuma-se diagnosticar os miomas uterinos durante a realização de exames de rotina. Eles acometem cerca de 50% das mulheres na faixa etária entre 30 e 50 anos.
Mioma submucoso causa infertilidade?
Muitas pacientes com o diagnóstico de mioma submucoso têm dúvidas em relação à fertilidade, ou seja, se o problema pode atrapalhar a gravidez.
A ginecologista informa que os miomas submucosos são justamente aqueles que provocam mais sintomas, e podem sim gerar uma certa dificuldade para engravidar (a depender de alguns fatores). “Mesmo ainda pequenos, por invadirem a parte interna do útero, frequentemente geram sangramentos irregulares, hemorragia e dificuldade para engravidar”, ressalta.
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Tipos de miomas e sintomas
Os miomas submucosos são classificados conforme o percentual do volume que invade a cavidade endometrial. De acordo com a médica, os miomas podem se desenvolver em diversas partes do útero e possuem diferentes classificações. Veja, então, a seguir:
- Subserosos: quando crescem para a face externa do útero;
- Intramurais: quando estão dentro do miométrio;
- Submucosos: quando crescem em direção à face mais interna do útero, infiltrando a parede endometrial (onde os embriões se fixam).
A especialista lembra que a maioria dos miomas, principalmente os pequenos, são assintomáticos. “Ao crescerem, contudo, podem provocar hemorragias, cólicas, aumento do volume abdominal e, se forem submucosos, provocam dificuldade para engravidar”, acrescenta.
Causas dos miomas
A ciência ainda desconhece a causa do surgimento de miomas. “Sabemos, no entanto, que eles crescem em resposta aos hormônios femininos e que diminuem de tamanho após a menopausa”, expõe a ginecologista.
Diagnóstico do mioma submucoso
Primeiramente, a especialista informa que a suspeita do mioma submucoso surge quando a paciente apresenta um quadro clínico de fluxo menstrual abundante, cólica e eventualmente dificuldade para engravidar.
“Geralmente, dependendo do volume, conseguimos diagnosticar os miomas na ultrassonografia transvaginal de rotina. A confirmação, por outro lado, é feita por histeroscopia diagnóstica — feita por meio da introdução de um histeroscópio (ou seja, uma microcâmera) na vagina para podermos observar a cavidade uterina”, comenta.
Além disso, outra forma de diagnóstico é a histerossonografia, um ultrassom transvaginal em que se injeta soro dentro da cavidade, permitindo um maior detalhamento e uma melhor avaliação do mioma.
A Dra Nilka Donadio reforça que os outros tipos de miomas, como os intramurais e os subserosos, também são diagnosticados por ultrassom. “Nesses casos, contudo, contamos principalmente com a ressonância magnética pélvica, que consegue detalhar a posição dos miomas, o tamanho e a sua relação com a parte mais externa e mais interna do útero”, diz.
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Tratamentos para os miomas
O tratamento dos miomas, segundo a médica ginecologista, depende do tamanho, da localização, dos sintomas apresentados e do desejo reprodutivo da paciente.
“Como costumam gerar muitos sintomas e atrapalhar a gravidez, a indicação do tratamento dos miomas submucosos sempre é cirúrgica”, indica. Assim, o procedimento cirúrgico mais indicado para a retirada do mioma submucoso é a histeroscopia cirúrgica, que consiste na retirada do mioma por instrumentos introduzidos no colo uterino.
Nesse procedimento de histerectomia, retira-se cirurgicamente o útero. Ela pode ser total (remoção do corpo e do colo do útero) ou subtotal (quando se retira o corpo do útero, mas se mantém o colo).
Lembrando que o processo também pode ser feito por via laparotômica ou laparoscópica. Este procedimento é usualmente indicado para pacientes que já têm filhos e que apresentam fluxo menstrual intenso e/ou cólicas abdominais sérias.
No entento, outros miomas, como subserosos de pequeno volume e assintomáticos, podem ser simplesmente acompanhados por ultrassom.
Por outro lado, os miomas intramurais de maior volume geralmente recebem tratamento clínico para evitar o seu crescimento. Isso é feito tanto por bloqueio hormonal, como por hormônios administrados via oral ou até mesmo pelo uso de um DIU Mirena, ou seja, um dispositivo intrauterino que libera hormônio diretamente na cavidade uterina.
Se não for possível tratar clinicamente miomas intramurais e subserosos sintomáticos, ou se o crescimento deles for rápido, é possível recorrer a uma miomectomia laparoscópica — técnica de cirurgia minimamente invasiva que elimina miomas uterinos fazendo pequenas incisões no abdômen inferior.
Cuidados antes e depois da cirurgia de mioma
Existem alguns preparos pré-operatórios e cuidados pós-operatórios da cirurgia de mioma. Saiba quais são!
Pré-operatório
- Avaliação clínica realizada pelo médico;
- Realização de exames laboratoriais (hemograma completo, coagulograma, ureia, creatinina, glicemia de jejum, além de exames para avaliação do risco pré-cirúrgico, tais como: eletrocardiograma e raio-x do tórax);
- Em casos específicos, o médico pode solicitar ultrassonografia transvaginal para avaliar com maior precisão a localização e a dimensão dos miomas.
Pós-operatório
- Seguir todas as orientações fornecidas pelo médico;
- Em casos de cirurgia de videolaparoscopia ou histeroscopia, o período de repouso físico e sexual é de quinze dias;
- No caso da cirurgia feita por via laparotômica, o período de recuperação tende a ser maior, de 30 a 40 dias;
- Na alta hospitalar, o médico pode prescrever analgésicos para amenizar a dor;
- É comum ocorrer sangramento vaginal em pequena quantidade nas primeiras semanas após a cirurgia.
Quando um mioma é considerado grande?
Um mioma é considerado grande quando seu tamanho ultrapassa cinco centímetros: “no entanto, apenas o tamanho dele não é um fator a ser analisado isoladamente, sendo necessário verificar a sua localização, se há compressão de outras estruturas e quais são os sintomas que afligem a paciente. Portanto, cada caso deve ser avaliado individualmente”, aconselha a Dra Nilka Donadio.
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Um mioma submucoso pode virar câncer?
Apesar de muitas pessoas associarem os miomas ao câncer, a especialista médica informa que os miomas são tumorações benignas, então não se tornam cânceres.
“Nesse sentido, existem raras ocasiões em que pode ser necessário realizar um diagnóstico diferencial em relação a miossarcomas, tumores malignos também de origem miometrial, mas que diferem completamente no quadro clínico, apresentando um crescimento muito rápido. A ressonância específica proporciona o diagnóstico diferencial”, finaliza.
Fonte: Dra. Nilka Donadio, médica ginecologista do Salomão Zoppi, laboratório de análises clínicas e de imagem da Dasa.