Miocardiopatia dilatada: sintomas, tratamentos e causas

Saúde
25 de Maio, 2022
Miocardiopatia dilatada: sintomas, tratamentos e causas

A miocardiopatia dilatada é uma doença que atinge o músculo do coração. Dessa forma, ela impossibilita o bombeamento correto de sangue para o corpo. Assim, gera problemas graves, como arritmia, coágulos de sangue e até mesmo morte súbita. 

O diagnóstico afeta principalmente o ventrículo esquerdo, que é responsável por bombear o sangue. Assim, ele se expande e as fibras musculares se esticam totalmente. Isso dificulta para encurtar e comprimir o sangue para fora. 

Essa doença pode atingir pessoas de todas as idades, inclusive bebês e crianças. Contudo, é mais comum em adultos com menos de cinquenta anos. 

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Quais são as causas da miocardiopatia dilatada?

Veja abaixo quais são as principais causas da miocardiopatia dilatada. 

  • Doenças genéticas;
  • Infeções virais;
  • Doenças hormonais crônicas mal controladas;
  • Obesidade mórbida;
  • Uso de álcool, cocaína, alguns medicamentos antipsicóticos antidepressivos e quimioterápicos;
  • Frequência cardíaca rápida resistente.

Quais são os sintomas da miocardiopatia dilatada? 

Geralmente, os sintomas da doença só aparecem quando causam insuficiência cardíaca ou arritmias. Veja quais são os mais comuns. 

  • Falta de ar quando a pessoa está ativa ou deitada;
  • Fraqueza e fadiga;
  • Vertigem, tontura ou desmaio;
  • Inchaço nas pernas, tornozelos e pés;
  • Tosse persistente, principalmente quando deitado;
  • Inchaço no abdômen;
  • Falta de apetite;
  • Sensação de batimento cardíaco rápido;
  • Ganha de peso repentino causado por retenção de líquido;
  • Palidez. 

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Como funciona o tratamento da doença? 

O objetivo do tratamento é auxiliar na melhora das causas, a circulação do sangue, reduzir os sintomas e evitar que o coração sofra mais danos. 

Medicamentos 

A primeira alternativa é uma combinação de medicamentos, que varia de acordo com os sintomas de cada paciente. 

  • Inibidor da enzima de conversão da angiotensina (IECA): tipo de vasodilatador, que dilata os vasos sanguíneos, diminuindo a pressão arterial. Assim, ajuda a melhorar a circulação sanguínea e diminuir a carga sobre o coração; 
  • Bloqueadores dos receptores da angiotensina II: bloqueia a ação da angiotensina II. É uma ótima alternativa para os pacientes que não toleram os inibidores da ECA;
  • Betabloqueadores: ajuda a diminuir o ritmo cardíaco e a melhorar a função do coração. Ele reduz ainda a pressão arterial e previne efeitos nocivos dos hormônios do estresse;
  • Diuréticos: o objetivo é fazer a pessoa urinar mais. Com isso, o paciente elimina mais eletrólitos, como sódio e cloro. Esse comportamento é importante porque auxilia no controle da pressão arterial e insuficiência cardíaca. Além disso, o medicamento também ajuda a diminuir o fluido dos pulmões, controlando a respiração. 
  • Antagonista da aldosterona: medicamentos diuréticos poupadores de potássio. Portanto, eles ajudam o coração a trabalhar melhor. Além disso, auxiliam na insuficiência cardíaca e reverte cicatrizes do coração. 
  • Digoxina: conhecida também como digitálico, esse medicamento aumenta a força das contrações musculares e diminui o batimento cardíaco. Reduzindo assim os sintomas da doença.  

Dispositivos 

Veja abaixo alguns exemplos de dispositivos que são usados para o tratamento da miocardiopatia dilatada.

  • Marcapasso ressincronizador cardíaco: estimula os ventrículos esquerdo e direito, fazendo com que a grande parte dos músculos ventriculares contraem simultaneamente. Então, permitindo a melhora do bombeamento de sangue do coração;
  • Cardiodesfibrilador implantável (CDI): é a implantação de aparelhos que tem como função monitorar o ritmo cardíaco;
  • Dispositivos de assistência ventricular esquerda: dispositivos que ajudam a bombear o sangue. Eles são colocados no peito ou abdômen e ligados ao coração. 

Transplante de coração 

O transplante de coração é indicado para os pacientes que não conseguem ter resultados positivos com os tratamentos que foram mencionados acima. 

Quais são as principais dúvidas sobre miocardiopatia dilatada?

O médico cardiologista e especialista em estimulação cardíaca artificial, Roberto Yano, conta outras informações importantes sobre a miocardiopatia dilatada. 

Quanto tempo vive uma pessoa com miocardiopatia dilatada?

Não é possível definir o tempo de vida de uma pessoa que é diagnosticada com a doença. Mas existem pacientes com quadros graves de insuficiência cardíaca e com dilatação importante das suas câmaras que conseguem viver por décadas. 

É possível encontrar ainda pacientes com a cardiopatia dilatada ainda em estágios iniciais e que evoluem para alguma arritmia grave, falecendo precocemente. 

Sendo assim, a etiologia da miocardiopatia é importante para entendermos o prognóstico e o tratamento. 

Por exemplo: o paciente com doença de chagas, portador de arritmias graves e risco iminente de morte súbita terá um tratamento diferente de um paciente portador de uma valvulopatia aórtica com miocardiopatia dilatada. 

Portanto, é fundamental deixar claro que o tratamento será sempre individualizado. 

Como prevenir e tratar a miocardiopatia dilatada?

A primeira ação é definirmos a etiologia. Então, se o paciente é etilista severo e desenvolveu a cardiomiopatia dilatada alcoólica, recomenda-se fazer com que ele pare de beber. 

Já um paciente que dilatou o seu coração devido uma pressão arterial extremamente elevada, o mais indicado é controlar a pressão desse paciente. 

Um outro exemplo é um indivíduo com diabetes e que evoluiu para cardiopatia dilatada pelo excesso de glicose. Assim, orienta-se controlar a glicemia do indivíduo.

Por isso, descobrir a causa base é fundamental para aplicar o tratamento adequado. Dessa forma, nunca é demais lembrar que, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores são as chances do paciente sobreviver. 

Miocardiopatia dilatada é uma doença silenciosa? Por quê?

Na verdade, o que ocorre é que o paciente sem acompanhamento clínico e que não tem o hábito de fazer os exames cardiológicos, tem mais chances de evoluir para formas graves da cardiopatia dilatada.

Então, os sintomas podem aparecer quando o coração já está muito fraco. Sendo assim, o músculo cardíaco já virou fibrose. Aqui, as medicações não conseguem fazer o efeito esperado. 

Todavia, o coração tem um mecanismo de adaptação excelente. Então, muitas vezes, os primeiros sintomas ocorrem quando a situação já está grave, com a doença em estágio avançado. Por isso, a importância de fazer exames regularmente. 

Fonte: Dr. Roberto Yano, médico cardiologista e especialista em Estimulação Cardíaca Artificial pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e AMB (CRM: 134669-SP)

 

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