Miocardiopatia dilatada: sintomas, tratamentos e causas
A miocardiopatia dilatada é uma doença que atinge o músculo do coração. Dessa forma, ela impossibilita o bombeamento correto de sangue para o corpo. Assim, gera problemas graves, como arritmia, coágulos de sangue e até mesmo morte súbita.
O diagnóstico afeta principalmente o ventrículo esquerdo, que é responsável por bombear o sangue. Assim, ele se expande e as fibras musculares se esticam totalmente. Isso dificulta para encurtar e comprimir o sangue para fora.
Essa doença pode atingir pessoas de todas as idades, inclusive bebês e crianças. Contudo, é mais comum em adultos com menos de cinquenta anos.
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Quais são as causas da miocardiopatia dilatada?
Veja abaixo quais são as principais causas da miocardiopatia dilatada.
- Doenças genéticas;
- Infeções virais;
- Doenças hormonais crônicas mal controladas;
- Obesidade mórbida;
- Uso de álcool, cocaína, alguns medicamentos antipsicóticos antidepressivos e quimioterápicos;
- Frequência cardíaca rápida resistente.
Quais são os sintomas da miocardiopatia dilatada?
Geralmente, os sintomas da doença só aparecem quando causam insuficiência cardíaca ou arritmias. Veja quais são os mais comuns.
- Falta de ar quando a pessoa está ativa ou deitada;
- Fraqueza e fadiga;
- Vertigem, tontura ou desmaio;
- Inchaço nas pernas, tornozelos e pés;
- Tosse persistente, principalmente quando deitado;
- Inchaço no abdômen;
- Falta de apetite;
- Sensação de batimento cardíaco rápido;
- Ganha de peso repentino causado por retenção de líquido;
- Palidez.
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Como funciona o tratamento da doença?
O objetivo do tratamento é auxiliar na melhora das causas, a circulação do sangue, reduzir os sintomas e evitar que o coração sofra mais danos.
Medicamentos
A primeira alternativa é uma combinação de medicamentos, que varia de acordo com os sintomas de cada paciente.
- Inibidor da enzima de conversão da angiotensina (IECA): tipo de vasodilatador, que dilata os vasos sanguíneos, diminuindo a pressão arterial. Assim, ajuda a melhorar a circulação sanguínea e diminuir a carga sobre o coração;
- Bloqueadores dos receptores da angiotensina II: bloqueia a ação da angiotensina II. É uma ótima alternativa para os pacientes que não toleram os inibidores da ECA;
- Betabloqueadores: ajuda a diminuir o ritmo cardíaco e a melhorar a função do coração. Ele reduz ainda a pressão arterial e previne efeitos nocivos dos hormônios do estresse;
- Diuréticos: o objetivo é fazer a pessoa urinar mais. Com isso, o paciente elimina mais eletrólitos, como sódio e cloro. Esse comportamento é importante porque auxilia no controle da pressão arterial e insuficiência cardíaca. Além disso, o medicamento também ajuda a diminuir o fluido dos pulmões, controlando a respiração.
- Antagonista da aldosterona: medicamentos diuréticos poupadores de potássio. Portanto, eles ajudam o coração a trabalhar melhor. Além disso, auxiliam na insuficiência cardíaca e reverte cicatrizes do coração.
- Digoxina: conhecida também como digitálico, esse medicamento aumenta a força das contrações musculares e diminui o batimento cardíaco. Reduzindo assim os sintomas da doença.
Dispositivos
Veja abaixo alguns exemplos de dispositivos que são usados para o tratamento da miocardiopatia dilatada.
- Marcapasso ressincronizador cardíaco: estimula os ventrículos esquerdo e direito, fazendo com que a grande parte dos músculos ventriculares contraem simultaneamente. Então, permitindo a melhora do bombeamento de sangue do coração;
- Cardiodesfibrilador implantável (CDI): é a implantação de aparelhos que tem como função monitorar o ritmo cardíaco;
- Dispositivos de assistência ventricular esquerda: dispositivos que ajudam a bombear o sangue. Eles são colocados no peito ou abdômen e ligados ao coração.
Transplante de coração
O transplante de coração é indicado para os pacientes que não conseguem ter resultados positivos com os tratamentos que foram mencionados acima.
Quais são as principais dúvidas sobre miocardiopatia dilatada?
O médico cardiologista e especialista em estimulação cardíaca artificial, Roberto Yano, conta outras informações importantes sobre a miocardiopatia dilatada.
Quanto tempo vive uma pessoa com miocardiopatia dilatada?
Não é possível definir o tempo de vida de uma pessoa que é diagnosticada com a doença. Mas existem pacientes com quadros graves de insuficiência cardíaca e com dilatação importante das suas câmaras que conseguem viver por décadas.
É possível encontrar ainda pacientes com a cardiopatia dilatada ainda em estágios iniciais e que evoluem para alguma arritmia grave, falecendo precocemente.
Sendo assim, a etiologia da miocardiopatia é importante para entendermos o prognóstico e o tratamento.
Por exemplo: o paciente com doença de chagas, portador de arritmias graves e risco iminente de morte súbita terá um tratamento diferente de um paciente portador de uma valvulopatia aórtica com miocardiopatia dilatada.
Portanto, é fundamental deixar claro que o tratamento será sempre individualizado.
Como prevenir e tratar a miocardiopatia dilatada?
A primeira ação é definirmos a etiologia. Então, se o paciente é etilista severo e desenvolveu a cardiomiopatia dilatada alcoólica, recomenda-se fazer com que ele pare de beber.
Já um paciente que dilatou o seu coração devido uma pressão arterial extremamente elevada, o mais indicado é controlar a pressão desse paciente.
Um outro exemplo é um indivíduo com diabetes e que evoluiu para cardiopatia dilatada pelo excesso de glicose. Assim, orienta-se controlar a glicemia do indivíduo.
Por isso, descobrir a causa base é fundamental para aplicar o tratamento adequado. Dessa forma, nunca é demais lembrar que, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores são as chances do paciente sobreviver.
Miocardiopatia dilatada é uma doença silenciosa? Por quê?
Na verdade, o que ocorre é que o paciente sem acompanhamento clínico e que não tem o hábito de fazer os exames cardiológicos, tem mais chances de evoluir para formas graves da cardiopatia dilatada.
Então, os sintomas podem aparecer quando o coração já está muito fraco. Sendo assim, o músculo cardíaco já virou fibrose. Aqui, as medicações não conseguem fazer o efeito esperado.
Todavia, o coração tem um mecanismo de adaptação excelente. Então, muitas vezes, os primeiros sintomas ocorrem quando a situação já está grave, com a doença em estágio avançado. Por isso, a importância de fazer exames regularmente.
Fonte: Dr. Roberto Yano, médico cardiologista e especialista em Estimulação Cardíaca Artificial pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e AMB (CRM: 134669-SP)