Mal súbito: conheça as causas e saiba como evitar
Quando se ouve falar de alguém que sofreu um mal súbito, a ideia surge imediatamente à cabeça de muita gente é de que a pessoa morreu. Talvez pela confusão com o termo morte súbita, que é bem similar, há uma ideia de que sofrer mal súbito é 100% fatal. Mas isso não é verdade.
“O mal súbito é, na verdade, uma reação do organismo a um problema que tende a ser grave. Pelo menos 80% das mortes têm ligação com o coração, mas não existe um vínculo necessariamente estrito entre o mal súbito e a morte súbita”, explica o Dr. Marco Antônio Marques Félix, médico geriatra.
Afinal, o que é mal súbito?
Se trata da perda repentina de consciência. A condição não é uma doença, mas sim um sintoma. Portanto, é bastante ampla, abrangendo diferentes episódios de mal-estar. Ocorrências de convulsões, desmaios e vertigens também podem ser enquadradas como “mal súbito”, por exemplo, podendo afetar pessoas de qualquer idade e estilo de vida.
Sintomas comuns
- Dor no peito;
- Fraqueza;
- Palpitações;
- Desmaio;
- Falta de ar;
- Náuseas;
- Dor de cabeça forte.
Quais são as causas?
O mal súbito pode ser provocado por diversas causas, incluindo condições momentâneas (desidratação, estresse, queda de pressão, por exemplo) ou quadros mais graves (aneurisma, arritmia e infarto).
De acordo com Marco Antônio, a principal causa é a arritmia cardíaca maligna, ou seja, a alteração brusca dos batimentos cardíacos. Mas há vários outros fatores que também causam o problema. Por exemplo: a obstrução das artérias do coração e as doenças que afetam o músculo cardíaco. Além desses, o diabetes também causa a condição.
Mesmo que muitos quadros aconteçam por causas cardiológicas, condições neurológicas, como crises convulsivas agudas e casos de AVC hemorrágico ou isquêmico, também podem resultar no problema.
Grupos de risco
O mal súbito pode ocorrer em qualquer idade ou sexo. No entanto, homens entre 60 e 70 anos são os mais afetados. Assim, 60% dos casos estão relacionados à obstrução das artérias do coração.
Sendo assim, quem sofreu com infarto recentemente ou pessoas com insuficiência cardíaca também correm mais riscos de mal súbito. Por fim, vale ficar atento ao histórico familiar dessas doenças.
Riscos e prevenção
“Muita gente se preocupa com o risco de mal súbito, que é imprevisível. Mas o importante mesmo é se preocupar com a saúde do coração e do corpo como um todo. E isso é feito tomando cuidados com a alimentação, mantendo uma rotina de atividades físicas, evitando drogas, álcool e cigarro e consultando e realizando exames periodicamente”, explica o geriatra Marco Antônio.
De acordo com o especialista, o cuidado maior deve ser preventivo e ficar sempre atento aos sinais. “Falta de ar, palpitações, dor no peito, perda momentânea e parcial da visão são sinais que indicam a possibilidade de um problema cardíaco que pode resultar num mal súbito, ou seja, num ataque fulminante e inesperado. Nesses casos, o paciente tem pouco tempo para se recuperar. O socorro precisa ser bastante rápido”, recomenda.
Atendimento rápido é fundamental
Marco Antônio chama a atenção e alerta que o socorro inicial precisa ser prestado antes mesmo da chegada do atendimento de emergência, visto que o tempo gasto no deslocamento até o local da ocorrência pode gastar minutos preciosos e decisivos na sobrevivência da vítima.
O tempo é uma das variáveis mais importantes nos casos de problemas cardíacos. Então, a solução está em iniciar o atendimento com procedimentos que minimizem a gravidade do mal súbito, elevando as chances de vida do paciente.
O principal recurso nesses casos é o uso do desfibrilador externo automático (DEA). Dessa forma, o equipamento faz o diagnóstico preciso dos batimentos cardíacos do paciente e é capaz de restabelecê-los em caso de parada cardíaca.
“O DEA é um instrumento fundamental para o socorro imediato. É portátil e fácil de manusear, e orienta o operador sobre todos os passos do atendimento, dando instruções inclusive sobre quando e como realizar as compressões torácicas, popularmente conhecidas como massagem cardíacas”, explica o médico.
É importante lembrar que a morte cerebral ocorre de quatro a seis minutos após uma parada cardíaca, por isso, é preciso realizar o socorro com rapidez. Assim, quanto mais rápido, menor as chances de morte e sequelas na vítima. No entanto, jamais dispense o atendimento ideal dos profissionais de saúde.
Como diminuir as chances de mal súbito
- Se notar sintomas diferentes, procure um médico;
- Deixe os check-ups sempre em dia;
- Pratique atividades físicas regularmente;
- Uma boa alimentação é importante para a vida saudável;
- Durma bem e, no mínimo, 8 horas por noite;
- Reduza os níveis de estresse;
- Controle o diabetes, hipertensão e colesterol.
Por fim, em caso de mal súbito, ligue imediatamente para o SAMU (192).
Fonte: Marco Antônio Marques Félix, médico geriatra, instrutor de Suporte Avançado de Vida pela American Heart Association e consultor da Cmos Drake.