Leucemia mieloide crônica: o que é, causas, sintomas e tratamentos

Saúde
22 de Setembro, 2022
Leucemia mieloide crônica: o que é, causas, sintomas e tratamentos

A leucemia mieloide crônica (LCM) é um tipo de câncer de células do sangue raro e de progressão lenta que começa na medula óssea. Trata-se de uma doença rara, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Estima-se que em cada ano do triênio 2020-2022 sejam diagnosticados 10810 novos casos de LMC no Brasil.

A doença ocorre em ambos os sexos, mais frequentemente entre 40 e 60 anos, entretanto, pode acometer crianças e idosos. Na maioria dos casos não há fatores predisponentes, dificultando a prevenção. Entenda agora quais são os sintomas e tratamentos da doença.

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O que é a leucemia mieloide crônica?

De acordo com o Dr. Fernando Callera, hematologista, as células que formam todos os elementos do sangue são conhecidas como células tronco hematopoéticas (CTH). Normalmente, estas células multiplicam-se na medula óssea (estrutura encontrada dentro dos nossos ossos) e dão origem aos glóbulos vermelhos, aos glóbulos brancos e às plaquetas. Porém, mutações no material genético das CTH podem levar ao aparecimento de várias doenças, incluindo a leucemia mieloide crônica (LMC).

“A mutação detectada na LMC produz a proteína BCR-ABL que, por sua vez, induz a multiplicação descontrolada das células mieloides dos glóbulos brancos. Portanto, a presença da mutação BCR-ABL em um paciente com aumento do número total de glóbulos brancos (5 a 30 vezes em relação ao limite superior normal) confirma o diagnóstico de LMC”, explica o médico.

Afinal, quais são as causas?

Segundo o INCA, alguns fatores que podem ser predisponentes para o surgimento de subtipos da doença, tais como: tabagismo, benzeno (encontrado na gasolina e indústria química), radiação ionizante (raios X e gama), quimioterapia, síndrome de Down, doenças hereditárias, síndromes mielodisplásicas e outras doenças sanguíneas, além de histórico familiar e em adultos entre 45 e 60 anos de idade.

Sintomas

Aproximadamente 50% dos pacientes são assintomáticos. No entanto, os sintomáticos relatam:

  • Perda de apetite
  • Emagrecimento
  • Sudorese durante o sono.

Além disso, o aumento do baço (esplenomegalia) geralmente está presente, bem como anemia e sangramentos anormais.

Como diagnosticar?

A suspeita de leucemia mieloide crônica pode ser investigada por meio do hemograma. Por outro lado, a confirmação da doença ocorre por testes moleculares que identificam o gene BCR/ABL.

Tratamento da leucemia mieloide crônica

A princípio, o tratamento ocorre por meio do uso oral de um medicamento contínuo, isto é, o inibidor de tirosina quinase. Ele funciona como um bloqueador da atividade da proteína BCR-ABL e, de acordo com o médico, proporciona altas taxas de remissão completa da doença, ou seja, de até 70%.

Geralmente, essa medicação apresenta poucos efeitos colaterais, isto é, não interfere na capacidade laboral e no convívio social. No entanto, a suspensão do inibidor ou seu uso irregular favorecem a recaída da doença e pioram seu prognóstico. Por fim, o tratamento pode incluir, ocasionalmente, o transplante de células-tronco.

Fonte: Dr. Fernando Callera, Coordenador do Serviço de Hematologia, Onco-Hematologia e Transplantes de Medula Óssea da Santa Casa de São José dos Campos. M.D., Ph.D. Doutor em Hematologia pela Universidade de São Paulo – USP.

Referências: INCA.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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