Você pode não ser intolerante a glúten e sim a agrotóxico
A doença celíaca e a intolerância ao glúten crescem no mundo inteiro e já chegam a atingir cerca de 5% da população de alguns países da Europa e os Estados Unidos.
O glúten é uma proteína vegetal, presente no trigo, na aveia, no centeio, na cevada, no malte, e em todos os produtos que utilizam um desses ingredientes em seu preparo, como é o caso de bolos, pães, pizza, bebidas fermentadas como a cerveja.
Porém, de acordo com um estudo publicado no periódico Interdisciplinary Toxicology, a causa principal do que já se considera uma epidemia não é glúten e sim o glifosato, o ingrediente ativo do herbicida Roundup, ou seja, um agrotóxico.
Segundo o cientista independente Anthony Smasel e a pesquisadora sênior do MIT Stephanie Seneff, autores da tese, após a análise de 300 outros estudos, perceberam que o maior número de casos coincide com o crescimento do uso do herbicida na agricultura e que o organismo das gerações mais jovens apresenta menos defesas.
“Acreditamos que o glifosato, o ingrediente ativo do agrotóxico Roundup®, é o fator causal mais importante nessa epidemia. Os peixes expostos ao glifosato desenvolvem problemas digestivos que lembram a doença celíaca.
A doença celíaca está associada a desequilíbrios nas bactérias intestinais que podem ser totalmente explicadas pelos efeitos conhecidos do glifosato nas bactérias intestinais”, detalha o resumo do artigo.
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Assim, os pesquisadores alertam ainda que a quantidade de resíduos de glifosato no trigo e em outras culturas provavelmente tem aumentado recentemente, devido ao aumento do uso da prática de dissecação das culturas logo antes da colheita.
Agrotóxicos nos alimentos
Após análise de quase 2.500 amostras, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou uma lista dos alimentos mais afetados pelos produtos químicos no Brasil em 2018:
- Pimentão: 80%
- Uva: 56,4%
- Pepino: 54,8%
- Morango: 50,8%
- Couve: 44,2%
- Abacaxi: 44,1%
- Mamão: 38,8%
- Alface: 38,4%
- Tomate: 32,6%
- Beterraba: 32%