Infecção urinária na gravidez: Principais sintomas e riscos
A infecção urinária precisa de tratamento adequado, especialmente quando se está esperando um bebê. Na gravidez, ocorrem alterações no organismo da mulher que favorecem o desenvolvimento bacteriano no trato urinário. A compressão da bexiga pelo útero que está crescendo e a ação relaxante da progesterona nos ureteres predispõe que bactérias da pele ou do trato gastrointestinal se proliferem no trato urinário, levando à infecção urinária na gravidez. Entenda mais sobre a condição e como tratá-la.
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O que é a infecção urinária?
A infecção do trato urinário (ITU) é definida como a multiplicação de micro-organismos no trato urinário, o que pode causar sintomas. Assim, existem vários agentes responsáveis pela infecção urinária, como Escherichia coli (65-80% dos casos), Klebisiella, Enterococcus faecalis, Streptococcus do grupo B, Ureaplasma urealyticum, entre outros.
Sintomas de infecção urinária na gravidez
Como consequência da infecção urinária na gravidez, a mulher pode apresentar alguns sintomas. Por exemplo, dor e ardência ao urinar, sensação de não ter feito toda a urina após a micção, vontade frequente de ir ao banheiro e dor no baixo ventre. Além disso, outro sinal que pode ocorrer na infecção urinária é a presença de pequenos feixes de sangue na urina.
Em alguns casos, a infecção urinária também pode acometer além da bexiga, chegando nos rins, situação chamada de pielonefrite. Assim, esse quadro, caracterizado por febre, calafrios, dor lombar e prostração é uma das complicações na gestação. Dessa maneira, quaisquer desses sintomas precisam de atenção e rápida ação.
Diagnóstico e tratamento da infecção urinária na gravidez
O diagnóstico de ITU é clínico e confirmado laboratorialmente por exames de urina que indicam se há contaminação bacteriana. Desse modo, a condição surge quando há agentes infecciosos na urina, em quantidades superiores a 100.000 unidades por mililitro de urina (ufc/ml). Esta contagem é feita através do exame de urocultura que analisa o crescimento de colônias de bactérias em uma amostra de urina.
Já o tratamento é feito com antibióticos, medicamentos que aliviam as dores e a febre (se houver) e hidratação. Mas, casos complicados podem exigir a internação da gestante e uso de medicamentos endovenosos. Além do tratamento medicamentoso, a gestante deve manter uma boa hidratação, repouso adequado e adotar medidas para aliviar o desconforto, como a aplicação de compressas quentes na região abdominal inferior.
Condição prejudica o bebê?
Não há nenhum risco para o bebê quando a mãe faz o tratamento adequado; porém, se os sintomas forem desprezados e a gestante não procurar auxílio médico, é possível que a infecção urinária se espalhe pelo organismo e favoreça um parto prematuro ou um aborto.
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Como evitar
- Redobre os cuidados íntimos. Ou seja, tenha cuidado com a higiene pessoal e sempre que usar o banheiro, primeiro faça a higienização da vagina e depois a do ânus para evitar que as bactérias da região se proliferem na uretra
- Beba pelo menos dois litros de água ao dia.
- Não segure a urina. Vá ao banheiro sempre que sentir vontade.
- Urine depois das relações sexuais.
- Prefira usar calcinhas de algodão. Além disso, evite usar roupas apertadas.
- Por fim, evite duchas vaginais e produtos químicos na região íntima.
Fonte: Priscilla Caldeira (CRM 176077) – graduada em Ginecologia e Obstetrícia, com especialização em Reprodução Humana pela USP. É médica da Maternidade Santa Joana e Pró- Matre Paulista.
Referência: Ministério da Saúde.
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