Imunossupressão: o que é, quem faz parte do grupo e tratamentos
O sistema imunológico, também chamado de sistema imune, é o que garante proteção ao nosso corpo. Ele evita, por exemplo, que substâncias estranhas e patógenos afetem negativamente nossa saúde. No entanto, quando sua função está reduzida, ocorre o problema chamado imunossupressão.
De acordo com o Dr. Levi Jales Neto, reumatologista da Rede de Hospitais São Camilo, “no nosso organismo existe um sistema de proteção contra invasores, chamado sistema imunológico, composto por células de defesa. Porém, algumas doenças podem causar defeitos nesse sistema, como no caso da SIDA (vírus HIV) ou pelo tratamento de doençås que geram a autoagressão, como as doenças autoimunes e neoplasias”.
Dessa forma, pessoas com determinadas doenças são suscetíveis a terem imunossupressão. É o caso de pacientes que fazem tratamento com medicamentos biológicos e/ou imunoterapia para doenças como esclerose múltipla, lúpus, diabetes, dermatite atópica, urticária ou asma alérgica, por exemplo
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Imunossupressão e imunodepressão: qual a diferença?
Como já foi dito, a imunossupressão é a redução da resposta imune em virtude do uso de certos medicamentos, entre os quais corticoides e agentes imunoterápicos (usados em doenças autoimunes), enquanto a imunodepressão é a queda da imunidade. Neste caso, é causada por algumas doenças, tais como o HIV, doença renal crônica e o câncer, por exemplo.
Doenças que causam imunossupressão
Geralmente, a imunossupressão é diagnosticada em pacientes que fazem tratamento para doenças autoimunes, como:
- Lupos;
- Artrite reumatoide;
- Doença de Crohn;
- Anemia hemolítica;
- Espondiloartrites;
- Artrite psoriásica;
- Esclerose sistêmica (esclerodermia);
- Síndrome de Sjögren;
- Miopatias inflamatórias;
- Vasculites.
Além disso, pacientes em tratamento pós-transplante de órgãos, células tronco ou que façam quimioterapia também fazem parte desse grupo.
Continuar ou não com o tratamento durante a pandemia?
Uma dúvida comum de pessoas diagnosticadas com imunossupressão é se elas devem continuar com o tratamento durante a pandemia de Covid-19, já que ter uma baixa no sistema imunológico neste momento pode significar maior chance de contrair o vírus.
Dessa forma, os pacientes precisam estar com a saúde em dia, ainda mais com o avanço do coronavírus e de suas variantes, como a Ômicron, por exemplo. De acordo com o especialista, o ideal é conversar com o médico que acompanha o tratamento antes de tomar qualquer decisão.
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“Junto com o seu médico, você pode pesar na balança o risco e o benefício da imunossupressão durante a pandemia do covid-19. A associação de medidas não medicamentosas (como uma dieta saudável, atividade física regular e medidas para estresse crônico diário), melhoram a saúde de uma forma geral e sempre devem ser recomendadas de forma complementar a imunossupressão medicamentosa necessária”, explica.
Terceira dose da vacina
A terceira dose da vacina contra a Covid-19 está autorizada para pessoas com mais de 18 anos e com alto grau de imunossupressão, ou seja, pacientes com o sistema imunológico debilitado. Por fim, confira quem são as pessoas com alto grau de imunossupressão:
- Portadores de imunodeficiência primária grave;
- Pessoas em tratamento de quimioterapia para câncer;
- Transplantados de órgão ou células tronco hematopoiéticas (TCTH) em uso de drogas imunossupressoras
- Quem convive com HIV/Aids;
- Pessoas que utilizam corticoides em doses acima de 20 mg/dia de prednisona por mais de 14 dias;
- Pessoas que fazem uso drogas modificadoras da resposta imune;
- Pacientes que fazem hemodiálise;
- Pacientes com doenças imunomediadas inflamatórias crônicas (reumatológicas, auto inflamatórias e intestinais inflamatórias, por exemplo).
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Fonte: Dr. Levi Jales Neto, reumatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo – CRM 117903/SP