Hipoglicemia reativa: o que é, como evitar e tratamento
Súbito mal estar após as refeições, com sensação de fome intensa, tontura e suor frio podem ser sinais de hipoglicemia reativa. Também chamada de hipoglicemia pós-prandial, é um termo médico que descreve episódios recorrentes de baixa taxa de açúcar no sangue (inferior a 70 mg/dL), mas que ocorrem de duas a quatro horas após a ingestão de uma refeição rica em carboidratos ou glicose.
Dessa forma, ela ocorre como resultado do desequilíbrio entre os níveis de glicose e de insulina no sangue, podendo afetar pessoas que possuem diabetes ou não. Vamos entender as causas e como prevenir esses episódios.
Leia mais: Afinal, o que é hipoglicemia sem diabetes?
Afinal, quais são as causas?
De acordo com a endocrinologista Taciana Borges, “a hipoglicemia reativa acontece entre duas e quatro horas após uma refeição rica em carboidratos, por estimular a liberação excessiva de insulina por um período mais prolongado.” Além disso, as principais causas são:
- Causa genética (intolerância hereditária à frutose)
- Pessoas com pré-diabetes ou resistência à insulina
- Após cirurgia bariátrica
- Insulinoma (tumor produtor de insulina)
- Deficiências hormonais, como hipotireoidismo
“Pacientes portadores de deficiências hormonais, como hipotireoidismo ou insuficiência adrenal em que há deficiência de hormônios contra reguladores que elevam a glicose e com isso podem levar à hipoglicemia”, explica Taciana.
Quais são os limites adequados da glicemia?
Geralmente, o ideal é manter os níveis entre 70 e 90 mg/dL em períodos de jejum, mas após a ingestão de alimentos, esses valores podem subir e normalizar em torno de 2 horas.
Qual é a diferença entre hipo e hiperglicemia?
A hipoglicemia é a baixa do nível de açúcar (glicose) no sangue (<70 mg/dL), enquanto a hiperglicemia é o oposto, ou seja, o aumento do açúcar no sangue. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o segundo caso é muito comum em pessoas com diabetes ou durante o uso de alguns remédios, como corticóides ou esteróides, por exemplo.
Sintomas da hipoglicemia reativa
Assim, os principais sintomas da hipoglicemia reativa são:
- Palpitações
- Aumento do apetite
- Sudorese fria
- Mal estar
- Sensação de desmaio
- Fadiga
- Sonolência
- Tremores
- Náuseas e vômitos
- Desmaio e coma (em casos mais extremos)
Como é feito o diagnóstico da hipoglicemia reativa?
A princípio, a suspeita do diagnóstico da condição é feito a partir da percepção dos sintomas mais comuns, mas a confirmação é feita pela medição da glicemia. “Deve ser confirmada a hipoglicemia reativa com glicose inferior a 70mg/dL após as refeições, com sintomas que regridem após a correção da glicemia”, explica a endocrinologista. Além disso, outros exames podem ser solicitados, como a dosagem de taxa de insulina.
Qual a melhor forma de corrigir?
Por isso, durante a crise de hipoglicemia, deve ser feita a correção da glicemia, para evitar riscos a saúde. “Orientamos o consumo de 15 a 20 gramas de carboidratos simples, como 1 colher de sopa de açúcar em uma copo d’água ou 1 colher de sopa de mel”, explica a endocrinologista. Além disso, 200 ml de suco de laranja puro também podem ajudar a corrigir. Após, aguardar 15 minutos e medir novamente a glicemia, mas se estiver ainda abaixo de 70 mg/dL, repetir o processo.
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É possível prevenir a hipoglicemia reativa?
De acordo com a especialista, é possível sim, prevenir a hipoglicemia reativa. Como está relacionada, geralmente, ao alto consumo de carboidratos a melhor forma de prevenir é a partir da mudança de hábitos. Assim, é importante manter uma alimentação equilibrada, evitando grande consumo de alimentos de alto teor glicêmico ou ficando longas horas sem comer. “Além do acompanhamento com o médico endocrinologista, é super importante também passar na nutricionista”, destaca a especialista.
Assim, confira algumas orientações:
- Coma pequenas refeições ao longo do dia
- Limite a ingestão de alimentos e bebidas açucarados, como sobremesas, chás doces e sucos de frutas adoçados, por exemplo
- Inclua proteínas magras e gorduras saudáveis na dieta
- Coma alimentos ricos em fibras
- Limite ou evite o álcool
- Limite ou evite a cafeína (não ultrapassar 5 xícaras por dia)
- Pratique atividade física regular
Fonte: Taciana Borges, endocrinologista e metabologista.
Referência: ANAD