Guia para autoestima e amor próprio
Cuidar de nós mesmos pode parecer um desafio em meio à rotina corrida que costumamos enfrentar diariamente. Isso porque acordar cedo, trabalhar, estudar, cuidar da casa e da família tomam grande parte do tempo, o que faz com que muitos se esqueçam de uma tarefa de extrema importância: cultivar a autoestima e o amor próprio.
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O que é autoestima?
A autoestima é a capacidade que temos de gostar de nós mesmos, de nos sentirmos bem, felizes e confiantes mesmo quando nada está bem ao nosso redor — porque sabemos o nosso valor. Esse estado de “amar a si mesmo” requer atitudes como o autorrespeito, a autoaceitação e o autoconhecimento.
No entanto, o grande problema é que o número de pessoas com baixa autoestima só aumenta, o que pode trazer efeitos negativos, aumentando o risco de doenças como ansiedade e depressão.
Além disso, a autoestima possui três pilares, saiba quais são eles:
- Autoaceitação: estar de acordo com o que você é e com o seu corpo;
- Autoconfiança: ter a convicção de que você é capaz de alcançar algo ou de superar algum problema.
Como identificar a baixa autoestima
É muito comum as pessoas relacionarem a baixa autoestima à aparência e à insatisfação com o corpo. Mas baixa autoestima também está ligada à dificuldade de autoaceitação, insegurança e a falta de confiança em si mesmo. Assim, pessoas inseguras não enxergam as próprias qualidades e habilidades, sempre se colocando para baixo.
Segundo Silvia Donati, coach e leader coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, há ainda outras formas de detectar a baixa autoestima. Algumas delas:
- Você projeta a sua felicidade em fatores externos: em outras palavras, você só fica feliz quando compra algo novo, viaja, conquista uma promoção ou ganha dinheiro. “A autoestima não depende de acontecimentos para existir. É um estado de felicidade e equilíbrio interno”, esclarece a coach;
- Há a necessidade de reconhecimento e de aprovação de terceiros: se não houver alguém elogiando seu trabalho ou sua atitude, haverá frustração e sentimentos de inferioridade rondando os pensamentos;
- Você está insatisfeito com a própria aparência, sempre buscando formas de mudar o visual: porque a imagem atual nunca está boa o bastante para o indivíduo;
- Você se compara com os outros, criando uma distorção de imagem de si próprio: esse distúrbio está cada vez mais frequente por causa das redes sociais — influenciadores e celebridades postam sobre suas vidas e selfies “perfeitas”, o que aumenta a decepção por não ter aquele status e aquela aparência. Sabe o ditado “a grama do vizinho é sempre mais verde”? Pois é exatamente esse sentimento despertado com esse tipo de conteúdo virtual.
Impacto das redes sociais para a autoestima
As redes sociais são muito utilizadas como forma de trabalho ou apenas para distração. Mas elas também podem contribuir para a autoestima baixa.
Na maior parte do tempo, principalmente influencers e celebridades, costumam postar somente a parte “boa” do dia a dia. Assim, elas compartilham a todo momento fotos editadas, e utilizam aplicativos que mudam a forma do corpo e rosto. Ou mostrando seus carros importados, mansões, e acessórios de marcas de luxo, o que pode passar ao público uma imagem de “vida perfeita”.
Consequentemente, as pessoas que consomem esses conteúdos começam a se comparar. Elas podem se sentir inferiores, tristes, deprimidas, e começam a querer mudar tanto a aparência quanto a personalidade. Outras ainda enxergam defeitos em características normais de qualquer corpo humano – assimetrias, variação de tamanho, forma, etc. – que não estão relacionadas a doenças e que não trazem prejuízo funcional à pessoa.
Por isso, é essencial entender quando é o momento de buscar ajuda psicológica e se afastar das redes sociais.
O que é amor próprio?
O amor próprio significa estar de bem com você mesmo, sem sacrificar seu bem-estar para satisfazer outras pessoas. Ou seja, é aceitar seus defeitos, qualidades, fracassos e conquistas, compreendendo que todos podem errar. Mas amar a si mesmo não é uma tarefa fácil, não é mesmo? Para ter amor próprio e ter uma vida equilibrada em todos os âmbitos, é necessário ter autoconhecimento.
Atitudes que indicam falta de amor próprio
Não conseguir dizer não
A dificuldade em dizer “não” é muito comum. Assim, pessoas com esse problema costumam ser permissivas e têm dificuldades de estabelecer limites nas relações com amigos, familiares ou relacionamentos amorosos.
Fazer mais para os outros do que para si
Se você faz mais pelos outros do que para si mesmo, pode ser comum que você esteja sem energia no dia a dia, inclusive para os seus próprios projetos, sonhos e o autocuidado.
Dependência emocional
A dependência emocional te faz manter relacionamentos complicados e não enxergar os pontos negativos. Ou seja, você acredita que para dar amor a si mesmo, precisa receber amor, afeto e carinho de outras pessoas.
Não estar feliz com a própria rotina
Outro fator que pode sinalizar a falta de amor próprio é não se ver feliz com o que você está vivendo, seja por acreditar que está levando uma vida no automático ou por não ter coragem de começar coisas novas. Como consequência, com esse cenário a rotina gera ansiedade.
Diferenças entre autoestima e amor próprio
Apesar de serem termos relacionados, a autoestima e amor próprio não são a mesma coisa.
Enquanto o amor próprio é um sentimento de aceitação e valorização de si mesmo, a autoestima é mais específica e está relacionada à avaliação de diferentes aspectos da sua vida. Por exemplo, alguém pode ter uma autoestima baixa em relação às suas habilidades profissionais, mas ainda assim manter um amor próprio positivo, valorizando-se como pessoa.
Ma ambos são importantes para o bem-estar emocional e para construir relacionamentos saudáveis com os outros.
Hábitos para cultivar a autoestima e o amor próprio
Hábitos para cultivar a autoestima e o amor próprio: meditar
A meditação, sem dúvidas, é uma das melhores maneiras de cuidar de si mesma. Meditar pode ajudar em diferentes esferas da vida — desde aliviar a ansiedade e depressão até melhorar a vida sexual.
Portanto, separe um momento do seu dia para relaxar, seja de manhã ao acordar ou de noite antes de dormir. Fique em um ambiente silencioso onde você possa se concentrar apenas na sua respiração.
Aprenda a dizer não
Comece a pensar mais em você e no seu bem-estar. Negligenciar seus desejos pessoais pode trazer vários problemas, como exaustão, e até mesmo ansiedade ou depressão.
Portanto, saiba dizer “não” em certos momentos e priorize suas escolhas, não apenas a felicidade do outro.
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Busque autoconhecimento
Faça um curso, retiro ou qualquer vivência que alimente a mente com informações e experiências enriquecedoras. Às vezes, até um bate-papo com amigos pode ser uma oportunidade de recuperar a autoestima perdida.
Por fim, outros hábitos incluem a prática regular de atividade física e a psicoterapia como forma de autoconhecimento.
Fonte: Silvia Donati, coach e leader coach pela Sociedade Brasileira de Coaching.