Gastrite eosinofílica: o que é, sintomas e tratamento
Quem convive com a gastrite sabe que ela pode gerar sintomas bastante incômodos. E entre os tipos da condição, existe um mais raro e menos conhecido: a gastrite eosinofílica. Saiba mais sobre o assunto a seguir:
Afinal, o que é a gastrite eosinofílica?
De acordo com o Dr Rafael Bandeira, gastroenterologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a gastrite eosinofílica é “um tipo raro de gastrite que, apesar de não ter uma patogênese ainda muito bem estabelecida, está associada a quadros alérgicos, como asma, rinite e eczema.”
Contudo, segundo o Manual MSD, a condição também pode se originar de uma reação do corpo a infestação por nematelmintos (lombrigas).
Existem, inclusive, outras doenças eosinofílicas do trato digestivo: esofagite, enterite e colite eosinofílicas, por exemplo. “A mais comum e conhecida delas é a esofagite, que acomete cerca de 60 a cada 100 mil pessoas e é marcada principalmente por queixas de entalos e sintomas semelhantes à doença do refluxo gastroesofágico”, complementa o especialista.
Assim, no caso da gastrite eosinofílica, ocorre o acúmulo exagerado de eosinófilos (células responsáveis pela defesa do organismo contra parasitas e outros agentes infecciosos) na parede do estômago, o que resulta em inflamação do local.
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Quais os principais sintomas?
O médico explica que o quadro clínico pode ser muito inespecífico. Contudo, os sintomas mais comuns incluem:
- Dor abdominal;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Má digestão;
- Por fim, diarreia.
Diagnóstico da gastrite eosinofílica
“O diagnóstico se dá com a realização de biópsias durante a endoscopia, que demonstram uma gastrite com grande número de células inflamatórias chamadas de eosinófilos”, explica o Dr Rafael Bandeira.
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Tem cura? Como é feito o tratamento?
O curso da doença pode se apresentar como surto único (cerca de 40% dos casos); evoluir com sintomas recorrentes (períodos de crises e remissões) em também 40% das pessoas; ou com sintomas crônicos (persistentes por mais de 6 meses) em 20% dos pacientes.
“O tratamento irá depender de cada caso. Portanto, pacientes com doença leve podem ser tratados inicialmente com sintomáticos, ao passo que os demais necessitam de terapia mais agressiva. Assim, a retirada empírica dos antígenos alimentares mais comumente implicados como potenciais alérgenos é uma opção válida, mas deve ser feita em acompanhamento com profissional. Por fim, em alguns casos, pode ser necessário uso de corticoides e medicamentos que reduzem a imunidade”, finaliza o médico.
Fonte: Dr Rafael Bandeira, gastroenterologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.