Fome oculta: O que é e como prevenir
Viver com fome pode ser algo além da gula ou de uma compulsão alimentar momentânea. Pouco comentada, a fome oculta é a carência de micronutrientes que não provoca sinais de desnutrição, mas a longo prazo favorece o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, obesidade, osteoporose, hipertensão, diabetes e câncer.
“A fome oculta acontece quando, mesmo comendo com frequência, nossas células permanecem desnutridas”, explica a nutricionista Fernanda Scheer, de São Paulo. “Nesse caso, o organismo sofre com carências nutricionais decorrentes do baixo consumo de vitaminas e minerais”, conta.
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A fome é chamada de oculta porque o incômodo não está no estômago vazio. Quem sente a falta de alimentos é o organismo, que não consegue funcionar direito.
- Segundo a especialista, são três as principais causas da fome oculta:
- Falha no consumo de alimentos frescos e nutritivos de verdade;
- Aumento do consumo dos alimentos industrializados, na busca por praticidade;
- Desequilíbrios orgânicos (especialmente intestinais) que prejudicam a absorção de nutrientes.
Na fome oculta é comum a sensação de fome a toda hora e a compulsão alimentar por alguns alimentos. É o corpo sinalizando sua necessidade por nutrientes. “Comer e nutrir-se são coisas bem diferentes. Uma coisa é a comida na boca, outra coisa é o nutriente na célula”.
Ao contrário do que se imagina, a fome oculta não atinge somente quem é magro ou está baixo peso, mas qualquer pessoa com alimentação inadequada. “Na falta de nutrientes, fica ainda mais difícil o bom funcionamento do metabolismo e a queima de gordura”, detalha a nutricionista.
Esse estado de desnutrição pode comprometer o sistema imunológico, os níveis de energia, o raciocínio e memória, além de favorecer o aparecimento de diversas doenças crônicas.
Sintomas de fome oculta
- Cansaço constante;
- Infecções frequentes;
- Falta de memória;
- Queda de cabelo;
- Unhas fracas;
- Fome exagerada ou a toda hora;
- Compulsão alimentar e sensação de que nada satisfaz.
“Claro que tudo isso pode ter relação também com outras questões como emocionais, estresse, intoxicações e desequilíbrios hormonais”, completa a especialista.
Como tratar
O diagnóstico de fome oculta é feito a partir do exame de sangue, que detecta a carência de nutrientes. A identificação precoce é muito importante para reverter o quadro sem grandes prejuízos para a saúde. Um bom profissional poderá determinar o que de fato está acontecendo (um ou vários fatores associados) e, assim, buscar uma solução.
Suplementos vitamínicos podem ser usados para obter resultados em curto prazo. Mas a principal arma contra a fome oculta é a alimentação equilibrada.
Dicas práticas ajudam a ganhar a batalha. O prato deve ser colorido, um sinal de variedade de vitaminas e minerais. Abusar de frutas, verduras e legumes também é uma boa opção para se alimentar de forma balanceada. Acrescente uma proteína (carne magra, frango, peixe, leite, ovo, queijo, feijão), um carboidrato integral (arroz) e um pouco de gordura saudável (azeite).