Exercícios para quem tem lipedema: confira os melhores
Sensação de pernas inchadas e dores constantes? À primeira vista, os sintomas característicos do lipedema podem afastar os pacientes da atividade física. No Brasil, estima-se que a condição afete cerca de 5 milhões de pessoas, segundo a ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Contudo, os exercícios físicos são importantíssimos para o alívio dos sintomas de lipedema e fazem parte do tratamento multidisciplinar. Saiba mais a seguir.
O que é lipedema?
O lipedema é uma doença progressiva, que gera um grande acúmulo de gordura nos membros inferiores, como pernas, glúteos, joelhos e coxas. A doença crônica progressiva é muito comum em mulheres. Apesar disso, a ciência ainda estuda as causas do quadro inflamatório. “O que se sabe é que o surgimento do lipedema pode ter relação com alterações genéticas, metabólicas, hormonais e inflamatórias”, esclarece a endocrinologista Thais Mussi.
Os efeitos do lipedema, no entanto, vão muito além do acúmulo de gordura nas pernas e se estendem a uma série de sintomas que prejudicam a saúde e a qualidade de vida de quem tem. Alguns exemplos são: dores, sensação de peso nas pernas, coceira, marcas vermelhas ou roxas e inflamações recorrentes.
Exercício físico como parte do tratamento
As atividades físicas complementam um pilar importante do tratamento, composto por acompanhamento médico interdisciplinar. Isso porque através do movimento, a circulação sanguínea nas pernas é fortalecida. “Os exercícios podem melhorar a circulação, fortalecer os músculos e contribuir para a redução do inchaço e da dor”, aponta o cirurgião plástico João Bragagnollo.
Contudo, quem tem lipedema deve adotar um plano de atividades físicas específicas considerando os cuidados com a condição. Por isso, evite se aventurar sozinho e conte com o apoio médico e de um profissional de atividade física.
“É importante que os pacientes trabalhem com profissionais de saúde para desenvolver um programa de exercícios adequado às suas necessidades e limitações específicas. Com o acompanhamento adequado, os exercícios podem ser um aliado valioso no tratamento do lipedema”, finaliza.
Melhores exercícios para quem tem lipedema
Via de regra, a atividade física para quem tem lipedema deve ser de baixo impacto. Isso significa pegar mais leve com as articulações, ligamentos e estruturas ósseas do corpo para evitar processos inflamatórios que piorem o quadro. A seguir, confira as melhores opções de atividade física:
1. Caminhada
O hábito de caminhar é uma das alternativas mais acessíveis para quem quer começar a ter um estilo de vida mais saudável. A prática, que não exige equipamentos ou locais específicos, é capaz de gerar vários benefícios para a saúde, incluindo a redução do risco de morte e melhora da saúde cardiovascular. Assim, quem tem lipedema pode se beneficiar do aumento da circulação sanguínea que reduz a sensação de peso.
2. Hidroginástica
A hidroginástica é indicada para qualquer idade e quase sem contraindicação. Isso porque oferece exercícios feitos na água podem ser facilmente adaptados e não promovem impacto, reduzindo o risco de lesão, principalmente para quem está em processo de reabilitação.
3. Pilates
Os movimentos do pilates exigem força, concentração, equilíbrio, coordenação motora e consciência corporal. Por isso, podem ser feitos tanto por quem busca reabilitação física (no caso de alguma lesão ou condição motora como o lipedema), como por indivíduos que querem melhorar a definição muscular e até emagrecer!
4. Yoga
Por fim, o yoga, filosofia de vida milenar, também pode beneficiar quem tem lipedema. Assim, a combinação entre posturas que trabalham força, flexibilidade, resistência e equilíbrio fortalecem a musculatura e combatem a inflamação.
Exercícios para quem tem lipedema: Dicas de ouro
Além de adotar uma rotina de movimento, quem convive com lipedema deve se atentar a outras medidas que podem melhorar o bem-estar e evitar a progressão da doença. Confira as recomendações a seguir:
- Compressão: roupas especiais de compressão ajudam a reduzir o inchaço e melhorar a circulação sanguínea.
- Terapia física: drenagem linfática e outras técnicas reduzem o inchaço e melhoram a circulação.
- Medicamentos: em alguns casos, medicamentos aliviam sintomas como dor e inflamação, porém, é necessário que haja acompanhamento e prescrição médica.
- Tratamento cirúrgico: em estágios avançados, a cirurgia pode remover o excesso de gordura e melhorar a forma das pernas e braços.
Veja também: Dieta para lipedema: veja como a alimentação contribui com o tratamento
Fonte:
- Dra. Thais Mussi, médica endocrinologista.
- Dr. João Bragagnollo, cirurgião plástico.