Excesso de atividade física: como saber se estou exagerando?

Bem-estar Movimento
29 de Julho, 2022
Excesso de atividade física: como saber se estou exagerando?

De acordo com uma pesquisa do Ipsos divulgada no segundo semestre de 2021, o Brasil lidera o ranking de países que menos fazem atividade física. Entretanto, no caminho contrário dessa média, existe uma parcela de pessoas que treinam até demais. O excesso de atividade física pode trazer diversos prejuízos para a saúde. Giulliano Esperança mostra que nenhum dos dois cenários é adequado e, na verdade, quando o assunto é movimentar-se: “é preciso encontrar o equilíbrio ideal entre descanso e exercício”.

Acima de tudo, vale entender que o corpo precisa ser estimulado com frequência, seja por meio da musculação ou da prática de esportes, mas o repouso também é essencial para a boa performance e a obtenção de resultados. Ou seja, é preciso estabelecer uma rotina adequada para não realizar pouco exercício e muito descanso, ou vice-versa.

Benefícios da atividade física

Giulliano pontua alguns benefícios atrelados à prática de atividade física. Segundo ele, além de ajudar a manter um peso saudável, ela colabora para o fortalecimento do coração e dos músculos e melhora o equilíbrio e a coordenação. “Pode também reduzir o estresse e melhorar a qualidade do sono”, completa.

Quanto devo fazer?

Não existe uma resposta certa, afinal cada indivíduo possui uma realidade e objetivos diferentes. De qualquer forma, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda no mínimo 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada por semana para os adultos. Caso a atividade seja de intensidade vigorosa, o tempo cai para 75 minutos.

“Eu recomendo 12 minutos diários de exercício, usando a diretriz de 75 minutos semanais, que divididos por 6 dias, temos os 12 minutos”, explica o treinador.

Entretanto, o profissional destaca, sobretudo, a importância de escolher uma atividade prazerosa e conseguir encaixá-la nos seus horários. Para tornar isso um hábito, é preciso buscar realizar os exercícios com frequência, priorizando a disciplina em vez da motivação.

Não existe uma recomendação máxima de treinos. Nesses casos, o importante é saber ouvir o próprio corpo, oferecer o descanso necessário e acolher seus limites. Em geral, os especialistas recomendam um ou dois dias de descanso na semana. Além disso, para aqueles que fazem musculação, não é indicado fazer exercícios focados no mesmo grupo muscular em dias seguidos. Isso porque o músculo precisa de descanso para se recuperar — principalmente quando o intuito é a hipertrofia.

“Também é importante incluir períodos de descanso entre cada exercício, a fim de dar tempo para o corpo se recuperar e prevenir lesões”, destaca.

Excesso de atividade física

O excesso de atividade física pode causar uma série de problemas. De acordo com o treinador, as lesões mais comuns são tendinites, artrose e amolecimento da cartilagem no joelho. Ele ainda explica que o último problema pode se intensificar em casos de pessoas que insistem em realizar treinos mais intensos do que realmente conseguem. 

“Se você não monitorar cuidadosamente seu corpo e a intensidade de seus exercícios, você pode sofrer lesões que podem se transformar em problemas graves”, diz.

Além das lesões, ao exagerar nos treinos, é provável que apareçam sintomas como cansaço e fadiga de forma mais recorrente. Tais efeitos podem atrapalhar o foco e a realização de outras atividades durante o dia. Por isso, ao perceber o surgimento de dores incomuns ou de um cansaço intenso e frequente, vale a pena refletir acerca da prática de atividade físicas.

Leia também: Lesões no joelho: confira as mais comuns

Dicas para treinar na medida certa

“Você deve ser gentil com seu corpo e realizar exercícios com foco no aprendizado, na qualidade e na criação de objetivos realistas e alcançáveis. Use uma sequência que tenha progressões para que você possa obter ganhos reais cada vez que se exercita”, pontua o especialista.

Além disso, se for possível, tenha acompanhamento com um profissional da área. Ter o auxílio de um professor de educação física ou um personal trainer durante o processo ajuda a definir melhor os objetivos, traçar as estratégias para alcançá-los e, assim, saber o tempo e a frequência necessários de treino por semana.

Giulliano destaca, ainda, a importância de não perder de vista por quem você está treinando. Ou seja, respeitar o próprio corpo e os limites faz parte de uma rotina de treino saudável e de uma vida com autocuidado

Fonte: Giulliano Esperança, treinador

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