Espondilite anquilosante: O que é, causas, sintomas e tratamento

Saúde
22 de Junho, 2021
Espondilite anquilosante: O que é, causas, sintomas e tratamento

A espondilite anquilosante consiste em uma inflamação autoimune que afeta os tecidos conjuntivos — especialmente aqueles localizados na coluna. O principal sintoma é a dor nas costas, mesmo durante o repouso. 

Dessa maneira, as dores costumam permanecer por mais de um mês, acompanhadas de rigidez (que gera falta de mobilidade). O incômodo geralmente afeta primeiro a região lombar, podendo migrar para o pescoço e as nádegas, além de outras articulações, como quadril, joelhos e tornozelos.

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A doença afeta jovens entre 20 e 40 anos, principalmente homens. 

Causas

As causas da espondilite anquilosante são desconhecidas. Contudo, entende-se que a doença ocorre quando o sistema imunológico passa a atacar as próprias articulações, sem motivos aparentes.

Assim, durante esse processo, o corpo tenta se regenerar, criando mais ossos no lugar das articulações afetadas. Isso porque a inflamação e a consequente recuperação do corpo ajudam a curar as pequenas lesões.

No entanto, o crescimento ósseo onde antes estavam as articulações causa a ossificação. Quando não tratada, a espondilite anquilosante pode trazer diversas consequências, como a coluna se fundir com o quadril, levando a dores e até mesmo a deformidades.

Além disso, os especialistas também acreditam na influência genética para o desenvolvimento da doença. Desse modo, a doença é cerca de 300 vezes mais frequente em pessoas que possuem um determinado grupo sanguíneo de glóbulos brancos, chamado de HLA-B27.

Ainda de acordo com especialistas, essa molécula é encontrada em 10% da população mundial. Mas o HLA-B27 existe em 90% dos pacientes com espondilite anquilosante.

Sintomas da espondilite anquilosante

A dor e rigidez na coluna lombar costumam ser os principais sintomas. Geralmente, eles pioram durante a manhã ou ao ficar sem se movimentar por um longo período.

Mas o indivíduo também pode apresentar inflamações em outros lugares, como nos olhos (a chamada uveíte). A condição caracteriza-se pela inflamação da camada média do olho (úvea). O que resulta nos sinais: olhos irritados, sensibilidade à luz e visão embaçada.

A espondilite anquilosante também pode manifestar a colite, ou seja, quando há alterações no intestino que provocam diarreia, constipação e flatulências. Ademais, outro sintoma muito comum em pessoas com a enfermidade é a psoríase, um problema de pele que causa o surgimento de manchas vermelhas e ressecadas, além de coceira.

Em casos mais graves, o paciente pode ter cifose acentuada (postura inclinada para a frente) e comprometimento da função pulmonar.

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Tratamento

É essencial que o paciente tenha o diagnóstico o mais cedo possível, pois como já dito anteriormente, a espondilite anquilosante pode causar sérias consequências. 

Por gerar sintomas muito amplos, o diagnóstico da doença torna-se difícil. Dessa forma, o reumatologista normalmente a descobre por meio de informações sobre o histórico do paciente e de exames como a ressonância magnética.

Embora não exista cura, o tratamento varia de acordo com cada caso. A prática de exercícios é fundamental para manter a qualidade de vida do paciente. Portanto, devem ser realizadas atividades de alongamento, de fortalecimento muscular e para melhorar a postura.

O especialista também pode indicar medicamentos para o alívio da rigidez, como anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos e relaxantes musculares. Se não houver resposta, recorre-se a medicamentos modificadores da doença ou biológicos.

A fisioterapia tem se mostrado cada vez mais importante no tratamento da espondilite anquilosante. Durante as sessões, os terapeutas passam exercícios focados no fortalecimento dos músculos a fim de favorecer a mobilidade das juntas.

Como aliviar os sintomas além do tratamento médico

Alguns hábitos podem potencializar o progresso do tratamento paliativo da espondilite anquilosante:

  • Siga uma dieta equilibrada para manter ou perder peso.
  • Fique atento à postura e faça exercícios liberados pelo seu médico que ajudem no fortalecimento muscular e das articulações.
  • Adquira um colchão de densidade firme e sem texturas para manter a estabilidade da coluna durante seu repouso.
  • Evite a automedicação, que pode inibir os sintomas e dificultar o diagnóstico preciso.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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