Epstein-Barr: Anitta descobre vírus que pode causar esclerose múltipla

Saúde
05 de Dezembro, 2022
Epstein-Barr: Anitta descobre vírus que pode causar esclerose múltipla

Anitta foi diagnosticada com o vírus Epstein-Barr, que pode ser uma das causas da esclerose múltipla. O anúncio ocorreu durante o lançamento do documentário “Eu”, no último sábado (3). Ao lado de Ludmila Dayer, Anitta contou como tem sido o processo desde o diagnóstico, há dois meses.

Primeiramente, Ludmila, que revelou ter esclerose múltipla recentemente, orientou Anitta a fazer os mesmos exames que ela. Isso porque a cantora estava com sintomas semelhantes e não chegava a algum diagnóstico final. “Quando chegaram os resultados eu estava com o mesmo vírus que a Ludmila, em fase inicial. Hoje em dia não existe coincidência. Por sorte, por destino, eu consegui nem chegar no estágio que a Ludmila chegou”, disse Anitta.

“Tive uma notícia terrível e grudei nela. Se hoje eu estou aqui com vocês falando, caminhando, respirando, é por conta do quanto ela me ajudou“, continuou. “A gente passou por uma fase que, assim como ela, eu não estava conseguindo ir para o segundo andar da casa e ontem eu dancei e cantei”, completou Anitta. Entenda o que é esse vírus e qual a relação com a doença autoimune.

Epstein-Barr

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O que é a esclerose múltipla?

Autoimune, a esclerose múltipla atinge o sistema nervoso central. Em outras palavras, a doença acomete cérebro, medula espinhal e outras partes do sistema nervoso, e pode trazer sequelas irreversíveis. Apesar de não haver cura, é possível conviver com os sintomas, desde que haja tratamento adequado.

Afinal, qual é a relação do Epstein-Barr com a esclerose múltipla?

A relação entre o EBV e a esclerose carece de mais estudos. De acordo com a evidência mais forte até o momento, o vírus pode ter um papel fundamental no desenvolvimento da esclerose múltipla, aponta um estudo feito por cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, publicado no periódico Science. Dessa forma, quem é infectado pelo Epstein-Barr teve um risco 32 vezes maior de ter a doença do sistema nervoso.

“Este é um grande passo que sugere que a maioria dos casos de esclerose múltipla pode ser prevenida com a interrupção da infecção pelo EBV e que pode levar à descoberta de uma cura para a esclerose múltipla”, disse o pesquisador italiano Alberto Ascherio, professor de epidemiologia e nutrição de Harvard e principal autor da pesquisa.

Epstein-Bar: vírus é comum e pode causar outras doenças

O vírus EBV é da família do herpes vírus, que é comum e pode ser encontrado em cerca de 95% dos adultos. Dessa forma, a transmissão pode ocorrer pela saliva, por transfusões de sangue e pelo contato com objetos contaminados. De acordo com especialistas, muitas infecções são assintomáticas, ou seja, a pessoa não sente nada.

Embora a relação da infecção do Epstein-Barr com o desenvolvimento de Esclerose Múltipla esteja em franca descoberta correlacional, a doença mais conhecida causada pelo vírus é a mononucleose, conhecida como “doença do beijo”, que é uma condição benigna na grande maioria dos casos e com resolução espontânea. A mononucleose é uma doença benigna que pode ser assintomática ou facilmente confundida com outras doenças respiratórias comuns no inverno.

A transmissão do Epstein-Barr ocorre principalmente no período de incubação que dura de 30 a 45 dias. Após a infecção, a pessoa pode permanecer com o vírus no organismo para sempre e, em circunstâncias especiais, a transmissão ainda pode ocorrer.

De acordo com um estudo do periódico Nature, a exposição a esse vírus também pode aumentar o risco de desenvolver sete doenças autoimunes em pessoas com predisposição genética, que são:

  • Lúpus;
  • Artrite reumatoide;
  • Artrite idiopática juvenil;
  • Doença inflamatória intestinal;
  • Doença celíaca;
  • Por fim, diabetes tipo 1.

Referências: Revista Science e Revista Nature Genetics.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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