Epifisiólise: o que é, causas, sintomas e tratamentos
A epifisiólise é o deslocamento da cabeça do fêmur, localizada na região do quadril. Ou seja, o topo (bola) da cabeça do fêmur escorrega além do colo do osso e caminha para trás, causando muita dor. A condição não é tão popular e, por isso, pode acabar não tendo o diagnóstico e tratamento correto.
Assim, por ser mais comum em adolescentes, durante a fase de crescimento, especialmente entre 10 e 15 anos, pode resultar em deformação ou crescimento assimétrico do osso. De acordo com um artigo feito pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, a incidência da doença varia de 10,8 para cada 100 mil crianças. O quadro clínico da doença é diverso, portanto, pode surgir de forma aguda ou de forma crônica. Entenda agora quais são as causas e tratamentos da epifisiólise.
Causas
Ainda hoje não se sabe exatamente o que causa a epifisiólise. Entretanto, especialistas atribuem a condição a um desequilíbrio endócrino, obesidade e também microtraumas, isto é, inflamações agudas das fibras musculares. O enfraquecimento da região também ocorre devido aos hormônios TSH e T4.
O grupo de risco da condição são adolescentes, sendo meninas entre 11 e 13 anos e meninos entre 13 e 15 anos. Além disso, pessoas com atraso de desenvolvimento sexual secundário, obesidade e adolescentes altos e magros. O lado esquerdo do quadril é o mais afetado.
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Sintomas da epifisiólise
Na forma aguda, a dor é intensa e a pessoa perde a capacidade de andar mesmo com a ajuda de muleta. Na forma crônica, a dor pode variar bastante. No estágio inicial, por exemplo, o paciente consegue se locomover com mais facilidade. Além disso, pode haver rotação externa do membro afetado e dor que se expande para a parte interna da coxa, joelho ou virilha.
Confira as classificações clínicas de acordo com a Revista Brasileira de Ortopedia:
- Agudo: início súbito dos sintomas, com diagnóstico feito em até três semanas;
- Crônico: início gradual dos sintomas, com diagnóstico feito após três semanas de duração;
- Crônico-agudizado: mistura dos dois tipos, isto é, há dor e claudicação crônica (doença crônica vascular que causa forte dor nas pernas, similar às câimbras), com intensificação dos sintomas.
Quando diagnosticada, a epífise pode ser medida em graus. Por exemplo:
- Grau 0 (pré-deslizamento): alargamento da placa epifisária, com aumento de altura e textura lisa;
- Epifisiólise grau I (mínimo ou leve): se desloca até 1/3 do colo femoral;
- Grau II (moderado): a epífise se desloca até metade da largura do colo femoral;
- Por fim, grau III (grave): desloca-se mais da metade da largura do colo femoral.
Diagnóstico da epifisiólise
O especialista que confirma o diagnóstico é o ortopedista. Então, os sintomas e histórico de lesões na região do paciente são avaliados.
Além disso, o médico também pode solicitar um exame de raio-X da bacia, tomografia ou ressonância magnética. Exames de sangue para avaliar níveis de hormônios da tireoide também estão inclusos.
Tratamento
O tratamento para a condição é o método cirúrgico, pois é a melhor opção para reparar o escorregamento e acaba sendo a saída mais indicada pelos especialistas. Sendo assim, durante a cirurgia, um ou mais parafusos são fixados nas partes afetadas do fêmur.
Antigamente, o tratamento era feito imobilizando o quadril com gesso. Entretanto, o método não é nada prático e também é anti-higiênico.
Complicações da epifisiólise
Caso não receba tratamento correto na adolescência e até mesmo após o tratamento, a condição possibilita risco futuro de osteoartrose degenerativa do quadril.
Outras complicações que podem acometer o paciente são a condrólise (morte tecidual da cartilagem) e a necrose avascular da cabeça femoral.
Fonte: Associação Médica Brasileira; Revista Brasileira de Ortopedia; Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade; Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.