Engasgo com espinha de peixe: saiba como agir
O consumo de peixes durante a Semana Santa cresce em todo o Brasil. Do mesmo modo, nessa época, aumentam os casos de engasgo com a espinha de peixe. Essas ocorrências podem resultar em diversas consequências negativas para a saúde. Por exemplo, lesões em órgãos internos, dor, dificuldade de engolir, sensação de asfixia, tosse, vômitos, entre outros sintomas. Tais sinais demandam assistência médica de emergência, pois podem evoluir para infecções graves se não removidas a tempo. Saiba como agir caso isso ocorra.
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Quais são os riscos?
De acordo com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), entre os grupos de maior risco de engolir espinha de peixe estão as crianças. Isso porque elas ainda não possuem total maturidade de deglutição. Os idosos, por sua vez, também fazem parte do grupo de risco, já que eles enfrentam uma grande dificuldade de mastigar esse tipo de alimento por conta da dentição comprometida. Além disso, em geral, eles usam próteses dentárias, o que reduz a sensibilidade e interfere na percepção da espinha no momento da ingestão do alimento.
“As espinhas de peixe são um tipo de corpo estranho pontiagudo capaz de perfurar o céu da boca, a garganta (faringe), o esôfago e até outros órgãos. Elas são muito finas e podem passar despercebidas na mastigação. Por isso, é preciso inspecionar bem o alimento para retirá-las antes de levá-lo à boca. Também é importante dividi-lo em pequenas porções e mastigar muito bem para reduzir as chances de engasgo”, orienta o médico otorrinolaringologista da ABORL-CCF, Ricardo Dourado.
Engasgo com espinha de peixe: o que fazer?
Não é sempre que engolir um fragmento desses gera complicações. Ele pode passar pelo organismo e ser eliminado nas fezes, sem efeitos colaterais. Mas, dependendo do seu tamanho, pode causar lacerações internas.
Diante de uma situação de engasgo, o otorrinolaringologista orienta a manter a calma e evitar seguir alguns ritos populares, como comer pão, farinha, qualquer outro alimento sólido ou ingerir uma quantidade extensa de líquidos na tentativa de mover a espinha, pois essas práticas podem prejudicar a localização do fragmento.
De acordo com o especialista, em muitos casos, a espinha fica presa na região das amígdalas e pode ser retirada em consultório ou ambiente hospitalar, onde o médico possui técnicas adequadas e utensílios especiais.
“Se o desconforto permanecer, deve-se evitar tentar retirar o material da garganta por conta própria. Em caso de perfuração, a pessoa pode sentir falta de ar, dor na região, dificuldade para movimentar o pescoço e febre. É essencial buscar assistência profissional na emergência, pois o médico vai avaliar a necessidade da realização de exames ou de procedimentos para a retirada das espinhas com os equipamentos adequados para cada caso, de acordo com o local que ela se fixou”, esclarece.
Fonte: Dr. Ricardo Dourado, otorrinolaringologista da ABORL-CCF.