Efeitos do Ozempic na pele e no cabelo

Beleza Bem-estar Saúde
09 de Abril, 2024
Efeitos do Ozempic na pele e no cabelo

A busca pelo emagrecimento ganhou um novo destaque nos últimos meses com um novo potencial aliado: o Ozempic. A semaglutina, princípio ativo do medicamento, é indicada para tratamento de diabetes tipo 2. Mais recentemente, foi aprovada nos Estados Unidos para controle de peso em casos específicos de obesidade e sobrepeso – porque age diretamente no sistema nervoso central, liberando hormônios que dão sensação de saciedade. Mas afinal, você sabe quais são os efeitos do Ozempic na pele e no cabelo? Descubra agora!

Leia mais: Ozempic: quais os riscos do uso sem acompanhamento?

Efeitos do Ozempic

Dentre as preocupações com o uso do remédio está o chamado “rosto de Ozempic”. Ou seja, o resultado que ocorre na face com a perda rápida de peso provocada pelo medicamento. “O efeito do Ozempic não tem ligação diretamente ao remédio, mas sim à perda de peso”, diz o dermatologista Otávio Macedo. “Ao emagrecer, perde-se gordura, que é o que queremos. Mas, em geral, perde-se também a massa magra, tanto do corpo quanto da face, o que leva à flacidez”, explica o dermatologista Otávio Macedo.

Segundo ele, alguns efeitos colaterais do Ozempic refletem na falta de vontade de comer e em enjoos. Quando não há ingestão de alimentos, o metabolismo consome o que há disponível para gerar energia, queimando no processo a gordura, mas também músculos, massa magra, ocasionando perda de colágeno.

“Esse medicamento é uma inovação e ótima alternativa para o tratamento de diabetes e obesidade. Mas o uso indiscriminado do medicamento como alternativa para perda de peso está atrelado a uma busca irreal por padrões de beleza”, diz ele. “A busca pelo corpo perfeito ainda existe, principalmente por causa das redes sociais e suas receitas ‘milagrosas’, diversos tipos de dietas restritivas para emagrecer e até mesmo o uso de alternativas como a semaglutida”, afirma.

Emagrecimento saudável sem aspecto de rosto ‘derretido’

O colágeno é a proteína mais importante para dar sustentação e firmeza para a pele. Segundo Otávio Macedo, é fundamental repor o aporte de proteína de acordo com a quantidade de quilos de peso de cada pessoa e suplementar com colágenos, como o Verisol, e peptídeos, como o Peptan.

Além disso, uma dieta equilibrada, bem como a ingestão de água, minerais e silício orgânico (exsynutriment, conhecido como ‘pílula da beleza’), ajuda na formação do colágeno. A vitamina C também tem um papel importante. Além da produção de colágeno, possui ação antioxidante e fortalece o sistema imunológico. “É importante acrescentar aporte proteico nas dietas. Dietas muito restritivas ou veganas costumam não suprir essa quantidade”, diz o médico.

Como amenizar os efeitos do Ozempic na pele?

A perda de peso e de gordura faz com que o rosto fique mais flácido. Para diminuir esse aspecto, o médico recomenda a estimulação de colágeno com tratamentos que utilizam aparelhos de radiofrequência (que vai até a derme) e ultrassom microfocado – que trabalha a musculatura levando a um efeito lifting.

Outra indicação para tratar esse aspecto de rosto “caído” é repor um pouco de volume com ácido hialurônico em pontos específicos. “O ideal é associar tratamentos com acompanhamento médico durante o processo de emagrecimento. No primeiro sinal de uma flacidez facial por consequência da perda de peso muito rápido, é preciso repor colágeno com tecnologias e injetáveis, além de muita água e exercícios físicos”.

Para o corpo, o médico enfatiza a importância das atividades físicas como a musculação, principalmente por causa da perda muscular, da massa magra muscular. “Aparelhos de campos eletromagnéticos ajudam, trabalhando o interno da coxa, interno dos braços, abdômen para fortalecer o core e a musculatura, evitando dor nas costas e no assoalho pélvico”, afirma.

Ozempic pode causar queda de cabelo?

Estudos indicam que a semaglutina isoladamente não causa a queda dos fios, mas as condições estressantes do emagrecimento podem adormecer os folículos capilares.

Nos ensaios clínicos do Ozempic, não houve relatos de queda de cabelo como efeito colateral. Em relação a outro medicamento com o mesmo princípio ativo, o Wegovy, os testes apresentaram essa queda como um efeito colateral raro, atingindo 3% dos pacientes.

Segundo o dermatologista Bruno Lages, da clínica Otávio Macedo & Associados, embora os estudos indiquem que o Ozempic não cause diretamente essa condição de perda acentuada de cabelos, outros fatores podem influenciar.

“O que sabemos até então é que isolada, a medicação raramente provoca esse problema. Mas quando associada a outras questões a grandes níveis de estresse, como uma cirurgia bariátrica, essa proporção tende a ser muito maior”, diz Bruno.

Sabe-se que a perda de peso acelerada é um processo estressante para o organismo. Com dieta restritiva e medicamentos de suporte, o corpo tem à disposição menos calorias do que o usual. Por isso, embora os testes indiquem que a semaglutina não afeta diretamente o cabelo, o processo como um todo pode levar ao enfraquecimento dos fios.

“Existe uma condição chamada eflúvio telógeno em que os folículos capilares ‘adormecem’ diante de uma situação muito estressante. No geral, a queda de cabelo pode levar meses até ser percebida e o crescimento retoma ao normal quando regula-se o estresse”, afirma o dermatologista.

Bruno ainda ressalta que a automedicação é um dos grandes problemas na busca pelo emagrecimento. “Remédios, de forma geral, são aliados se usados da forma correta, o que depende da avaliação e acompanhamento médico. Usar qualquer medicamento sem indicação médica gera grandes riscos para a saúde”, finaliza.

O que a fabricante do Ozempic diz sobre os efeitos colaterais do remédio

A Novo Nordisk, empresa fabricante do Ozempic, esclarece que o medicamento foi aprovado pelas autoridades sanitárias para tratamento de adultos com diabetes tipo 2 insuficientemente controlado. Dessa forma, não endossa ou apoia a promoção de informações de caráter off-label de seus medicamentos, ou seja, em desacordo com a bula, e tampouco a automedicação. Além disso, reforça que o medicamento não possui indicação aprovada pelas agências regulatórias nacionais e internacionais para o tratamento de obesidade.

Efeitos adversos

É importante destacar que efeito adverso nada mais é do que consequência direta do uso do medicamento, não sendo necessariamente algo grave ou ruim. Os distúrbios gastrointestinais, tal como náusea, foram os eventos adversos mais frequentemente relatados, sendo a maioria de intensidade leve e não levando a interrupção do tratamento.

Esses eventos ocorreram em uma proporção semelhante em relação a outros análogos de GLP-1 já comercializados no Brasil. Além disso, a interrupção prematura do tratamento devido a eventos adversos foi inferior a 10% em todos os grupos.

Nesse sentido, a farmacêutica orienta que o paciente busque, junto ao seu médico, orientações para minimizar os efeitos colaterais. Em geral, comer porções menores nas refeições, parar quando se sentir satisfeito, evitar frituras e alimentos muito gordurosos, manter-se bem hidratado ao longo do dia e evitar álcool são atitudes que podem minimizá-los.

A maioria dos eventos tem gravidade leve a moderada e acontece de forma transitória (dias ou poucas semanas). A titulação (ajuste gradual da dosagem da medicação) de forma correta minimiza esse risco e pode ser adaptada à tolerabilidade do paciente. A necessidade de descontinuação da medicação por eventos adversos é baixa.

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