Doenças no inverno: quais são as principais e como preveni-las?
Você sabia que as estações do ano têm impacto em nossa saúde? Os índices de doenças no inverno, por exemplo, aumentam. Dessa forma, a saúde respiratória e cardiovascular podem ser prejudicadas. Segundo o Instituto Nacional de Cardiologia, em comparação com as outras estações, em média, há um aumento de 30% no número de infartos e de 20% de AVC de junho a setembro.
A estimativa é que o índice de infartos aumente 7% a cada queda de 10°C na temperatura, principalmente, quando os termômetros atingem marcas inferiores a 14°C. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares (DCV) são líderes de mortalidade no Brasil. Assim, cerca de 14 milhões de brasileiros têm alguma doença no coração. Além disso, aproximadamente 400 mil pessoas morrem por ano em decorrência dessas enfermidades, que correspondem a 30% de todas as mortes no país.
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Doenças no inverno: porque elas aumentam?
O Dr. Carlos Alberto, coordenador Médico da UPA Zona Leste, comenta que o risco de doenças cardiovasculares cresce devido ao esforço que o organismo faz para manter o corpo aquecido.
“Quando as terminações nervosas da pele sentem o frio, estimulam a produção de um tipo de catecolamina. Essa substância é responsável por acelerar o metabolismo para evitar a perda do calor, como uma forma de proteção aos órgãos internos”, explica o médico.
Assim, o mecanismo de aquecimento corporal faz com que as paredes dos vasos sanguíneos que irrigam a pele se contraiam e o coração faça mais força para bombear o sangue. Além disso, com a diminuição da sede no frio, as pessoas acabam ingerindo menos líquido e desidratam. Como consequência, o sangue se torna mais denso e viscoso, cogulando mais facilmente e aumentando a pressão sanguínea.
É importante destacar também que no frio há um aumento na pressão sanguínea sobre a parede dos vasos que estão com o calibre reduzido. Dessa forma, além de sobrecarregar o coração, ainda facilita o desprendimento de placas de gordura localizadas no interior das artérias, que podem bloquear o fluxo do sangue para o coração e cérebro.
Doenças respiratórias
Em casos de doenças respiratórias, os diagnósticos mais comuns são de rinite alérgica, asma, sinusite, exacerbações de bronquite crônica, DPOC (doença obstrutiva pulmonar crônica), enfisema pulmonar e pneumonias.
O Dr. Carlos também enfatiza que as temperaturas baixas favorecem a circulação dos vírus causadores de infecções como gripes, resfriados e covid-19. Entretanto, ele reforça que o frio não tem relação direta com a redução da imunidade. “Os vírus estão mais ativos nessa época do ano. Além disso, as pessoas tendem a se aglomerar em ambientes fechados, facilitando a transmissão de micro-organismos”, conclui o médico.
Segundo profissionais da saúde, as alergias também estão presentes nesse período do ano, devido ao tempo seco característico desta estação. Em decorrência desta falta de umidade, ocorre um ressecamento das mucosas nasais, que têm como função inibir a entrada de poluição, poeira e micróbios no organismo.
Como prevenir doenças no inverno?
Os principais cuidados e os sinais apresentados em casos de infarto do miocárdio são: dor no peito que espalha para o braço esquerdo, falta de ar e sudorese. Já o AVC, é identificado por meio de déficits motores (paralisia de um lado do corpo, dificuldade de fala e de sensibilidade que ocorrem subitamente, além de outros sinais e sintomas neurológicos identificados com maior facilidade por profissionais da saúde.
Para evitar problemas cardiovasculares no inverno, como em outras estações, é recomendada a prática de atividade física, sempre sobre supervisão de profissionais. Outras dicas incluem evitar exageros ao exercitar-se, utilizar peças justas para manter a temperatura corporal, manter a alimentação equilibrada e ingerir água com frequência.
Sobre doenças respiratórias, a unidade destaca ainda a importância de se vacinar contra a gripe e ingerir água com frequência. Vale ressaltar que em caso de suspeita ou presença de sintomas das doenças respiratórias ou cardiovasculares, é necessário buscar atendimento médico.
Fonte: Dr. Carlos Alberto, coordenador Médico da UPA Zona Leste.