Doença de Parkinson: tudo sobre a condição e seus cuidados
A Doença de Parkinson, informalmente chamada Mal de Parkinson, é uma enfermidade degenerativa que não possui cura. Apesar disso, se for descoberta na fase inicial, é possível controlá-la para prolongar a qualidade de vida. Veja sintomas, causas e formas de tratamento para evitar seu progresso.
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O que é a Doença de Parkinson?
Um dos principais males que atingem a população idosa, a enfermidade preocupa especialistas da área da saúde. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1% da população mundial acima de 65 anos é portadora do distúrbio. Em outras palavras, mais de 6 milhões de pessoas nessa faixa etária são vítimas da Doença de Parkinson. Além disso, o órgão prevê o crescimento da patologia até 2030 devido ao aumento da expectativa de vida associado ao envelhecimento geracional.
Mas afinal, o que é a Doença de Parkinson? A condição neurológica afeta as funções cerebrais de forma progressiva. Principalmente a produção da dopamina, um neurotransmissor responsável pelos impulsos nervosos e que facilita os comandos do cérebro para outras partes do corpo. Por exemplo, abrir e fechar as mãos, mexer braços e pernas são “obras” da ação da dopamina, que atua como mensageira do cérebro.
A produção da dopamina é reduzida pois o próprio corpo destrói as células que a fabricam. Consequentemente, o sistema nervoso central sofre o colapso dessa carência. As funções motoras, incluindo movimentação articular e muscular, tornam-se cada vez mais limitadas.
Sintomas
No desenvolvimento inicial da doença, os sintomas são mais sutis e avançam com o progresso da degeneração. Por isso, é comum que os pacientes demorem para perceber que algo não vai bem, pois os incômodos podem demorar de meses a anos para se tornarem críticos. Conheça alguns sinais da doença:
- Tremores involuntários, sobretudo nos membros superiores. Geralmente um lado do corpo é mais afetado do que o outro.
- Redução nos movimentos e reflexos musculares.
- Articulações e músculos tornam-se mais rígidos. Por exemplo, o indivíduo pode sentir mais dificuldade ao fazer um alongamento ou outro tipo de atividade.
Conforme o desgaste celular avança e com ele a privação da dopamina, outros sintomas aparecem e a autonomia do indivíduo torna-se mais limitada.
- Dificuldade em engolir e controlar a salivação.
- Dores musculares.
- Movimentos simples passam a ser complexos. A coordenação motora fica mais comprometida.
- Ausência de expressão facial.
- Redução de movimentos básicos e automáticos, como piscar de olhos.
- Caminhar, levantar-se e movimentar os braços torna-se desgastante.
Recentemente, foi publicado um estudo publicado na revista científica JAMA Neurology constatou que a perda de audição e a epilepsia também podem ser um indício da doença, principalmente se estiverem acompanhadas de tremores e lapsos de memória.
Outros sintomas
A Doença de Parkinson é mais conhecida por atingir a função motora de uma pessoa. Entretanto, existem sintomas que afligem outros aspectos do ser humano, que são chamados não motores. São eles:
- Depressão.
- Confusão mental.
- Constipação intestinal.
- Aumento do estresse e da ansiedade, geralmente causada pela perda de autonomia.
- Demência.
- Perda de memória.
- Desmaios.
Causas que motivam o desenvolvimento da doença
Ainda não há consenso médico e científico sobre a origem do mal e o quais são os agentes que impulsionam a destruição celular. Contudo, diversos estudos levantam hipóteses variadas, tais como:
- Genética: possíveis mutações dos genes podem desencadear a doença, assim como a hereditariedade.
- Ambiente: fatores ambientais e exposição a determinadas substâncias tóxicas (herbicidas e pesticidas, por exemplo) impactam a saúde do indivíduo a longo prazo.
- Gênero: um estudo publicado no American Journal of Epidemiology descobriu que a doença é predominante em homens do que em mulheres. Outra constatação é que mulheres manifestam os sintomas de forma mais tardia em relação ao sexo masculino.
Diagnóstico e tratamento da Doença de Parkinson
Talvez o estágio mais difícil de uma doença degenerativa como o Parkinson seja a aceitação. Ou seja, aprender a conviver com os sintomas pode ser angustiante para o idoso. Por isso, é importante que a pessoa tenha o acolhimento de todas as partes de seu círculo para enfrentar a condição.
O diagnóstico deve ser feito por um neurologista acompanhado de um médico geriatra, especialista na saúde do idoso. São feitos exames laboratoriais e de imagem associados à identificação dos sintomas. Embora não tenha cura, o tratamento paliativo é essencial, pois atrasa o desenvolvimento da enfermidade e permite que a pessoa viva com menos limitações.
Para tal, são prescritos medicamentos repositores de dopamina e mudanças de hábitos, como inclusão de treinos cárdio e de fortalecimento muscular. Inclusive, é cientificamente comprovado que o exercício físico traz benefícios para portadores da Doença de Parkinson. Outros tratamentos, como fisioterapia e estimulação transcraniana podem ajudar a manter o controle dos movimentos.
O médico também poderá recomendar mudanças no estilo de vida do paciente. Em alguns casos, a fisioterapia também será necessária para melhorar o senso de equilíbrio. Por fim, em casos avançados, a última alternativa pode ser a cirúrgica. Chamada estimulação cerebral profunda (DBS), a intervenção implanta estimuladores elétricos em determinadas áreas do cérebro para ajudar o paciente a ter controle dos movimentos.
Quais especialistas tratam a Doença de Parkinson?
É importante ressaltar o diagnóstico precoce para que o tratamento seja mais eficaz e aumente a longevidade. Por isso, é fundamental fazer visitas periódicas ao médico geriatra, que é especialista na saúde do idoso. Visitar um neurologista também faz parte do tratamento, visto que o profissional acompanha e indica o mais adequado para cada caso. Ter o amparo de fisioterapeutas e psicólogos também favorecem a saúde física e mental do indivíduo.
Referências: Agência Einstein; Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG); Rede D’Or São Luiz; e Associação Brasil Parkinson.