Displasia do colo do útero: causas, sintomas e tratamento
A displasia do colo do útero é uma alteração nas células do tecido da região mais baixa do órgão, chamada cérvix. Antes de mais nada, é importante saber que a displasia não afeta apenas o útero, mas quaisquer outras regiões do corpo. Por exemplo, existe a displasia óssea, mamária, de quadril, entre outras. Logo, é possível ter mudanças anormais no desenvolvimento das células, e cada uma tem seus sintomas e particularidades.
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Causas e sintomas da displasia do útero
De acordo com Carolina Curci, médica ginecologista e obstetra, as causas da displasia são multifatoriais. Ou seja, há diversas razões que podem afetar a composição das células do tecido do cérvix. Algumas delas:
- Tabagismo.
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
- Sedentarismo.
- Alimentação inadequada.
- Estresse.
- Alterações hormonais.
- Infecção viral, como o HPV.
Curci explica que o estágio inicial da displasia é silencioso. “No primeiro momento, a mulher não sente dor ou qualquer desconforto. No entanto, se não há acompanhamento ou diagnóstico, estágios avançados causam dor durante as relações sexuais, cólicas fora do período menstrual e corrimento frequente com forte odor”, sinaliza a médica. É justamente nessa fase que a mulher precisa de atenção, pois o quadro de displasia sem tratamento pode causar câncer do colo do útero. Principalmente se a infecção for por HPV, que evolui para neoplasia cervical e lesões mais graves do cérvix, que aumentam a probabilidade do câncer. Além disso, o subtipo do vírus e a contaminação por mais um tipo de HPV são fatores relevantes para a gravidade do quadro.
A condição pode causar infertilidade?
Essa é uma dúvida muito comum entre mulheres portadoras da displasia do colo do útero. Curci esclarece que a displasia não é capaz de provocar a infertilidade. “Por outro lado, se a mulher tiver que fazer uma intervenção cirúrgica, em que é feita a retirada da área afetada, é possível enfrentar uma gravidez de risco, pois o colo do útero torna-se mais estreito devido ao procedimento”, alerta a médica.
Como prevenir e tratar
Ter assiduidade nos exames de rotina é um passo importante para diagnosticar prováveis problemas relacionados à displasia, visto que a doença começa de forma discreta (alguns casos apresentam verrugas no feridas no cérvix, ou colo do útero). “É muito importante fazer o Papanicolau e outros exames para identificar a displasia. Também fazemos a colposcopia para checar a natureza da displasia. Na maioria das vezes a causa tem origem viral, transmitida pelo HPV”, reforça Curci. Para o tratamento, existem diversas possibilidades: laserterapia, eletrocauterização, uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida trazem bons resultados e eliminam o foco da displasia”, acrescenta Curci.
A melhor forma de prevenir a displasia é levar uma vida saudável e evitar hábitos como fumar e ingerir bebidas alcoólicas em excesso. Como a imunidade tem um papel importante na displasia, alimentar-se de forma saudável, controlar o estresse e cuidar da vida sexual fazem parte da prevenção. Afinal, o HPV é transmitido sexualmente. Portanto, usar camisinha durante o sexo reduz as chances da displasia causada pelo vírus, além de evitar outras ISTs. Outra boa notícia é que existe a vacina contra o HPV como forma de prevenção.
Fonte: Carolina Curci, médica ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana; e Febrasgo.