Dieta mediterrânea contra demência: estudo se opõe ao benefício
Se você está por dentro do universo da alimentação, já deve ter ouvido falar que a dieta mediterrânea é uma das favoritas dos médicos e especialistas em nutrição. Afinal, um dos motivos é que ela pode evitar o declínio cognitivo, principal risco para doenças neurodegenerativas. Por exemplo, a doença de Alzheimer é uma das mais conhecidas e é alvo constante de análises. Entretanto, na contramão de outras pesquisas, um estudo questiona a eficácia da dieta mediterrânea contra demência.
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Publicado na revista Neurology, o estudo reuniu 28.025 pessoas, maioria composta por mulheres, com idade média de 58 anos e sem histórico de demência.
Em primeiro lugar, os participantes fizeram diários detalhando o que consumiam na dieta mediterrânea e em outros tipos de alimentação saudáveis. Ao mesmo tempo, os pesquisadores entrevistaram os participantes sobre seus hábitos. Além disso, as avaliações iniciaram em 1991 e terminaram em 2014. Ou seja, durou mais de duas décadas.
Posteriormente, já no final do monitoramento, 1.943 voluntários apresentaram demência — lembrando que a maioria já havia se tornado octogenária. Contudo, os pesquisadores não conseguiram identificar nenhuma ligação entre a dieta mediterrânea e a condição.
Afinal, o que é a dieta mediterrânea?
Assim como muitas dietas saudáveis, a mediterrânea prioriza o consumo de alimentos frescos e naturais. Então, curioso sobre as vantagens do hábito, o pesquisador Ancel Keys analisou o comportamento alimentar da região que engloba o sul da Espanha, sul da França, Itália e Grécia. Como resultado, observou que esses povos tinham uma menor incidência de doenças cardiovasculares.
Dessa forma, atribuiu a situação à dieta mediterrânea, que valoriza a “comida de verdade” e dispensa ou minimiza o consumo de produtos industrializados e carne vermelha.
Embora a pesquisa recente se oponha aos inúmeros estudos que favorecem a dieta mediterrânea contra demência, é fato que o plano alimentar possui muitos benefícios.
De acordo com pesquisadores da Universidade de Barcelona, na Espanha, o programa alimentar poderia evitar cerca de 30% das mortes por ataque cardíaco, derrames e doenças cardiovasculares.
Além disso, a disciplina com o cardápio pode estimular a atividade cognitiva, ajuda a prevenir o diabetes e reduz o risco de alguns tipos de câncer devido ao alto consumo de fibras.
Por fim, a dieta mediterrânea figura todos os anos como a melhor dieta a ser seguida, inclusive em 2022. Por exemplo, em 2019 a empresa americana US News and World Report avaliou 41 dietas populares e destacou a mediterrânea como a referência em alimentação.