Design biofílico: o que é e como melhora o bem-estar
Favorecer a saúde não é só cuidar do corpo e da alimentação ! É claro que, em sua maioria, nosso corpo precisa desses cuidados. Contudo, como nos sentimos nos ambientes também importa bastante. É por isso que o design biofílico entra em ação! Mas afinal, o que é esse conceito que está ganhando popularidade?
De acordo com a arquiteta Tery Kanakura, a palavra “biofilia” é a união de dois termos gregos relacionados à vida e ao amor. “No contexto histórico da Guerra Fria, o psicanalista e filósofo Erick Fromm desenvolveu um pensamento relacionado ao amor à vida (Biofilia). Nesse momento, a maior parte da sociedade estaria vivendo no meio urbano; perdendo o contato com outras formas de vida. Esse processo estaria criando o oposto da biofilia, que seria a biofobia, a aversão ao que é vivo”, afirma. Então, o conceito chega a ser poético.
Já passou por algum prédio com muitas plantas nas paredes e nas janelas? Sendo assim, o design biofílico é a junção dos concretos das metrópoles com os seres vivos da natureza. “Ele, na verdade, é a inserção da natureza nos ambientes. Traz um bem-estar. Esse conceito é bastante comum hoje em dia. Ele pode ser usado em qualquer tipo de ambiente, tanto comercial quanto residencial”, explica a arquiteta Babi Sant’Anna.
Bem-estar
Toda essa ideia melhora o bem-estar. No livro “Biofilia”, como indicou Kanakura, o ecologista Edward Wilson afirmou que o ser humano precisa de uma ligação intrínseca com a natureza. Dessa forma, a urbanização não teria sido capaz de alterar essa intimidade que os humanos sentem com o que é natural. “A partir desse contexto, muitos estudos demonstram melhora física e emocional das pessoas quando em contato com a natureza”, diz a arquiteta.
Sant’Anna conta que o jardim de inverno, por exemplo, é bem comum em projetos por trazer essa sensação de bem-estar. O visual automaticamente deixa a paisagem melhor, além de também ser perceptível a melhora do oxigênio no ambiente.
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Como aplicar o design biofílico?
As arquitetas explicam que tanto as folhagens naturais, como folhagem seca, como a famosa parede verde deixam o ambiente com o design biofílico. Esse conceito pode ser usado em todos os ambientes. Entretanto, é preciso que o clima e a cultura sejam respeitados para que funcione.
Kanakura conta que o desenvolvimento desse projeto promove elementos como aberturas adequadas e sistema automático ou atomizado de irrigação. “Geralmente, manutenção como podas, por exemplo, é feita por profissionais da área, como jardineiros e paisagistas”.
Por fim, as arquitetas ressaltam que o projeto não é apenas a inserção da natureza nos edifícios. É, acima de tudo, a interação e o respeito com outras formas de vida, proporcionando às pessoas essa integração.
Fontes: Babi Sant’Anna, arquiteta; Tery Kanakura, arquiteta.