Depressão infantil: o que é, sintomas e tratamento

Bem-estar Equilíbrio
15 de Setembro, 2022
Depressão infantil: o que é, sintomas e tratamento

Nos dias atuais, a depressão costuma ser um tema muito abordado. Mas você sabia que a depressão infantil também é comum? Algumas pessoas podem não acreditar, afinal, a infância é vista como uma das melhores fases da vida, de alegria e diversão.

Desse modo, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que 350 milhões de pessoas sofrem com depressão, e cerca de 1% a 2% são crianças. 

O que é depressão infantil

De acordo com Rejane Sbrissa, psicóloga cognitiva comportamental e especializada em compulsões, a depressão infantil é um transtorno psíquico, que inclui sintomas como tristeza persistente e falta de interesse em realizar atividades que antes eram prazerosas para a criança.

Sintomas depressão infantil

A especialista entrevistada listou os sintomas que variam de acordo com a idade. Portanto, confira abaixo:

Até os 5 anos

  • Perda de sono;
  • Dificuldade para dormir; 
  • Ansiedade;
  • Medo de se separar dos pais; 
  • Irritabilidade, 
  • Perda de apetite; 
  • Enurese noturna (xixi na cama);
  • Dores de cabeça ou na barriga;
  • Desinteresse em brincar. 

“Durante essa fase, os sintomas são difíceis de diagnosticar, principalmente enquanto a criança não tem a habilidade da fala. Mas se os pais perceberem sintomas que persistem por mais de 2 semanas, o ideal é  procurar um pediatra para avaliação e possível encaminhamento para o psiquiatra infantil”, ressalta Rejane.

Em crianças de 5 a 12 anos

  • Tristeza; 
  • Falta de interesse em ver os amigos; 
  • Desinteresse em atividades que antes eram prazerosas; 
  • Expressar frases de depreciação, como por exemplo “não faço nada certo”, “sou burro”, “ninguém gosta de mim”, e etc;
  • Perda ou ganho de peso; 
  • Desatenção;
  • Queda de rendimento escolar; 
  • Dificuldade para dormir ou dormir muito.

Causas da depressão infantil

A depressão infantil pode surgir por vários motivos. Mas segundo Rejane, geralmente, o problema acontece na infância por situações traumáticas. Como por exemplo:

  • Discussão entre familiares;
  • Divórcio dos pais;
  • Maus tratos;
  • Mudança de escola recorrente;
  • Falta de contato;
  • Carinho dos pais;
  • Abuso sexual;
  • Convívio diário com pais ou parentes alcoólatras, drogados, etc;
  • Hereditariedade, ou seja, pais com depressão e/ou outros transtornos psíquicos;
  • Crianças com deficiência intelectual ou epilepsia também têm aumento da incidência de depressão.

Tratamento

Assim que notar os sintomas, é indicado que os pais ou responsáveis leve a criança a um especialista para ter um acompanhamento psicológico. 

“O tratamento é feito, em qualquer idade, com psicoterapia infantil. Em casos mais graves, quando não há respostas positivas com a psicoterapia – e com crianças mais velhas, pode ser necessário medicamento específico, logicamente com orientação e acompanhamento de um psiquiatra infantil. Além disso, é muito importante que os familiares e professores deem total apoio a criança”, afirma a psicóloga.

Leia também: Depressão: o que é, sintomas, causas e tratamento

O apoio dos pais

Conversar com os filhos sobre assuntos como depressão não é uma tarefa fácil. Dessa maneira, para Rejane, o ideal é que essa conversa seja feita com crianças mais velhas, que já possuem um entendimento maior.

“Os pais devem conversar com a criança e explicar que pode ser uma doença chamada depressão, e sobre a importância de tratamento. Assim, a criança adquire confiança, entendendo que terá total apoio dos pais e que ela pode e deve falar o que sente”, afirma a psicóloga. 

Além disso, os pais podem ajudar seguindo as seguintes dicas:

  • Encorajar a criança a brincar com outras; 
  • Estimular a prática de atividade física com brincadeiras de movimento, como por exemplo, andar de bicicleta, fazer um esporte; 
  • Dar atenção a criança, demonstrar carinho e apoio; 
  • Adotar uma rotina alimentar e de sono saudáveis;
  • Procurar resolver conflitos familiares com harmonia, sem discussões ou brigas;
  • Envolver a escola, alertando professores, principalmente se houver suspeita de bullying.

Fonte: Rejane Sbrissa, psicóloga cognitivo comportamental e especialista em compulsões.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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