Covid longa em crianças: entenda o que é e os principais sintomas

Saúde
12 de Julho, 2022
Covid longa em crianças: entenda o que é e os principais sintomas

Embora menos suscetível ao coronavírus desde o início da pandemia, o público infantil pode ser afetado pelo vírus bem como por suas consequências a longo prazo. É o que mostra a evidência da Covid longa em crianças e adolescentes, condição reconhecida oficialmente como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em outubro de 2021.

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Mas, afinal, o que é a Covid longa?  

Segundo o pediatra infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP, somam-se três critérios para definir o que é a Covid longa entre as crianças.

“Ela precisa ter tido a doença e os sintomas devem ser mantidos após 12 semanas (ou seja, três meses) em relação ao quadro inicial. Além disso, são sinais da doença que não existiam antes da Covid e impactam de alguma maneira a vida infantil”, detalha o especialista.

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Os principais sintomas da Covid longa em crianças

De acordo com o infectologista Francisco Ivanildo Oliveira, gerente médico do Sabará Hospital Infantil, os sintomas da Covid longa em crianças variam bastante de acordo com a faixa etária.

“Entre os menores, normalmente, o que se observa são distúrbios do sono, lesões cutâneas e tosse persistente. Já nos maiores, em idade escolar, e adolescentes, pode se perceber também cansaço, fadiga e alterações de aprendizado (como dificuldade de memorização e raciocínio)”, cita o especialista.

Recentemente, uma pesquisa dinamarquesa desenvolvida por cientistas da Universidade de Copenhague e publicada no periódico científico “The Lancet Child & Adolescent Health”, do grupo “The Lancet”, trouxe os principais sintomas da condição por faixa etária. Para isso, analisou-se a resposta de 10.997 formulários preenchidos pelos responsáveis de crianças e adolescentes de zero a 14 anos.

Em suma, neste documento, os pais sinalizaram os sinais relacionados à doença que foram apresentados pelos pequenos, permitindo entender os principais indicativos da condição por faixa etária. Veja quais são eles:

  • De zero a três anos: tosse, erupções cutâneas, dores no estômago, perda de apetite e alterações no humor;
  • De quatro a 11 anos: erupções cutâneas, dificuldade para se concentrar ou lembrar de algo e alterações no humor;
  • De 12 a 14 anos: fadiga, dificuldade para se concentrar ou lembrar de algo e alterações no humor.

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Qual o tratamento indicado para a condição?

Assim como acontece quando a pessoa é infectada pelo coronavírus, não há um tratamento específico para a Covid longa. Logo, a saída é tratar os sintomas conforme a condição for se desenvolvendo. “Portanto, o tratamento é em função do problema que ficou”, completa Kfouri.

Assim, deve-se buscar o especialista de acordo com a sequela que permaneceu. Por exemplo, é importante que os pais procurem por um dermatologista infantil caso o pequeno apresente problemas de pele devido a Covid longa. O mesmo vale se a criança tiver mudanças bruscas de humor e dificuldade no aprendizado, precisando de um psicólogo, psiquiatra ou ainda de um neuropediatra.

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Os desafios do diagnóstico da Covid longa em crianças

Embora o quadro médico possa surgir tanto entre o público infantil que teve a versão leve da doença quanto a mais grave, a tendência é que ele aconteça mais entre os pequenos bastante sintomáticos e com problemas de saúde prévios, ou seja, com comorbidades.

Só que mesmo com consciência sobre isso, fechar o diagnóstico da Covid longa tende a ser desafiador. Isso porque ele engloba apenas a análise clínica dos sintomas pelo especialista e, até o momento, não há nenhum teste capaz de confirmá-lo.

“Então, muitas vezes, as crianças têm indicativos da condição e é difícil atribuí-los ao coronavírus ou a outro vírus que elas pegaram no meio do caminho, por exemplo”, detalha Kfouri.

Além disso, os estudos sobre a condição ainda são novos e pouco abrangentes. “É uma doença que ainda estamos aprendendo”, finaliza Dr. Francisco.

Fontes: Dr. Renato Kfouri, pediatra infectologista e presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP e Dr. Francisco Ivanildo Oliveira, gerente médico e Infectologista do Sabará Hospital Infantil;

Referências:

Fundo das Nações Unidas para a Infância

Organização Mundial da Saúde

Instituto Butantan

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