Comer muito tarde aumenta o risco de obesidade, aponta estudo

Alimentação Bem-estar
07 de Novembro, 2023
Comer muito tarde aumenta o risco de obesidade, aponta estudo

O hábito de comer muito tarde aumenta o risco de obesidade e de desenvolver complicações relacionadas à síndrome metabólica, como diabetes, Acidente Vascular Cerebral (AVC), entre outras condições. Isso é o que aponta um estudo inédito da Universidade Federal de Uberlândia, publicado no Clinical Nutrition, que trata de uma área relativamente nova chamada crononutrição, o estudo da relação entre o horário das refeições e a saúde. 

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Comer muito tarde pode aumentar o risco de diabetes

Nosso relógio biológico é ajustado por vários fatores, incluindo a luz e a alimentação. Pesquisas anteriores já haviam constatado que antecipar a última refeição está associado a uma melhor composição da massa corporal. Além disso, outros benefícios foram observados, como redução da gordura visceral e da porcentagem de gordura corporal. O novo estudo acrescenta dados epidemiológicos sobre o tema, que ainda são escassos. O que reforça os achados clínicos anteriores, como relata a nutricionista Cibele Aparecida Crispim, professora da Universidade Federal de Uberlândia e uma das autoras do estudo.

Os estudos foram baseados em informações de 7.379 adultos do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), um programa dos Estados Unidos destinado a avaliar a saúde e o estado nutricional dos americanos. Os pesquisadores identificaram uma associação entre a realização de refeições tardias e maiores taxas de obesidade abdominal e glicemia de jejum.

Esses valores eram mais elevados entre aqueles que fizeram sua última refeição por volta das 22h em comparação com aqueles que jantaram às 18h30. Sabe-se que o acúmulo de gordura na região abdominal aumenta o risco de resistência à insulina e síndrome metabólica, que consiste em uma série de alterações envolvendo os níveis de colesterol, insulina e pressão arterial.

O horário das refeições pode influenciar o ganho de peso e o acúmulo de gordura

Isso acontece uma vez que o nosso corpo segue um ritmo circadiano que regula o metabolismo e a digestão. Nossos hormônios, incluindo os hormônios sexuais, cortisol, de crescimento, insulina e adrenalina, oscilam de acordo com o horário.

Portanto, o padrão de resposta dos órgãos envolvidos no metabolismo, como o fígado, o pâncreas, os músculos e o tecido adiposo, varia ao longo do dia. Comer tarde da noite pode desregular esse ritmo, afetando a forma como o corpo processa os alimentos e armazena energia. “Somos animais diurnos e o metabolismo dos alimentos é pior à noite”, explica Crispim. 

“Há uma redução do gasto energético basal no fim do dia e início da noite, redução da oxidação e da queima de gordura à noite quando há comida presente e, ainda, a glicose pós-prandial [depois da refeição] e resistência à insulina são maiores à noite”, diz o endocrinologista Clayton Macedo, do Hospital Israelita Albert Einstein.

“Além disso, comer tarde pode levar a um consumo excessivo de calorias, já que muitas vezes nesse horário come-se por ansiedade, compulsão noturna, cansaço, distúrbios do sono, tédio, depressão, por exemplo”, explica o endocrinologista. 

Quando comer a última refeição do dia?

Segundo Crispim, não há um momento ideal estabelecido para fazer a última refeição. Isso porque o horário da comida é influenciado por diversos fatores. Como por exemplo: aspectos culturais, estações do ano, incidência de luz solar e até mesmo o cronotipo da pessoa. Ou seja, o horário em que cada um funciona melhor.

“É importante respeitar os sinais do corpo. Portanto, aumentar a quantidade ingerida no café da manhã, que é sabidamente uma refeição protetora da saúde. Além disso, é necessário reduzir no jantar, que deve ser apenas um complemento. Portanto, parando de comer cerca de três horas antes de se deitar”, orienta a especialista.

Por fim, Macedo diz que é importante procurar manter um horário regular de refeições. Além de prestar atenção à qualidade dos alimentos consumidos e à distribuição de nutrientes ao longo do dia. “Deve-se evitar pular refeições. Isso leva a um consumo excessivo de calorias em outras. Portanto, fazer as refeições mais pesadas durante o dia e evitar grandes quantidades de comida antes de dormir”, completa o médico.

Fonte: Agência Einstein.

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