Comer de cócoras faz bem? Estudante faz refeições na posição

Com mais de 990 mil seguidores no TikTok, Zeka Ramos usa a plataforma de vídeos para compartilhar ferramentas naturais para ser mais forte e saudável. Uma das práticas que o estudante aplica no seu dia a dia é a de comer de cócoras. Ele realiza a maioria das refeições na posição agachada. Segundo ele, tal hábito ajuda a combater a inatividade, melhora a saúde do quadril, joelho e tornozelo, além de ajudar na mobilidade.

Apesar de causar estranhamento, o hábito de comer de cócoras realmente traz diversos benefícios – tanto para a mobilidade articular quanto para a digestão. Tal prática surgiu entre os primatas, uma vez que a posição aproxima o corpo do solo e facilita o manuseio dos alimentos deixando as mãos livres.

Na cócoras, o indivíduo fica agachado, com os dois pés tocando no solo e a coluna ereta. Quando feita corretamente, a posição é saudável e funcional. 

Benefícios da cócoras

De acordo com o fisioterapeuta esportivo Alex Evangelista, a cócoras é uma postura de descanso que ajuda a recuperar a mobilidade perdida. Além disso, relaxa a região lombar. Entre os benefícios de incluir a postura na rotina diária, estão:

• Melhora da postura e da flexibilidade;
• Alívio de sintomas de dor lombar e ciática;
• Fortalecimento do tornozelo e do joelho;
• Preparo do assoalho pélvico.

Alex ainda explica que a cócoras pode ajudar a evitar o desenvolvimento de um quadro de artrose, por exemplo. Isso porque as posições do CORE, como cócoras, minimizam os desgastes das cartilagens.

Entretanto, o profissional destaca a importância de aprender a realizar o movimento de forma adequada. Como o hábito de ficar de cócoras não é comum na cultura ocidental, grande parte das pessoas sentem desconforto e dificuldade em montar a postura. Por isso, é necessário investir em exercícios de mobilidade articular e flexibilidade para não se lesionar.

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Comer de cócoras faz bem?

Mesmo sendo bastante excêntrico, o hábito de comer de cócoras adotado por Ramos faz sentido e traz mais benefícios do que comer sentado de forma convencional.

Acima de tudo, é importante entender que o momento da refeição deve ser feito em uma posição confortável. Entretanto, Yago Fernandes, médico endocrinologista, explica que nem sempre o conforto garante a melhor digestão. “A posição de cócoras é uma postura saudável, de repouso, humana e funcional que pode melhorar muito a digestão”, afirma.

De acordo com ele, essa postura agachada ajuda a liberar as vísceras para melhor acomodação e retenção dentro da cavidade abdominal. Assim, há um aumento da área de absorção intestinal para os nutrientes. 

Além disso, a eliminação fecal também faz parte do ciclo de digestão – e a posição de cócoras/agachada é uma das melhores para a evacuação. Não à toa, algumas pessoas mantêm um banquinho na frente da privada para simular a posição de agachamento.

A nutricionista Tatiane Schallitz comenta, ainda, a importância de manter a coluna ereta durante a refeição. Ela explica que curvar a coluna à mesa, por exemplo, dificulta a digestão. Dessa forma, apesar de o hábito de comer de cócoras trazer benefícios, quando realizado de forma incorreta e com a coluna curvada, pode acabar trazendo prejuízos.

Como incluir na rotina

Por ser uma postura não convencional e gerar certo desconforto no início, pode ser mais interessante tentar incluí-la em outros momentos do dia. 

“Recomendamos iniciar aos poucos e evitar comer nessa posição. Você pode ir tentando um pouco de cada vez, alguns segundos ou minutos por dia, todos os dias. Afinal, como qualquer novo hábito, a constância é a chave para o progresso”, indica a nutricionista.

Além disso, ela explica que para aqueles que possuem constipação intestinal, realizar a posição pela manhã pode ser uma maneira eficaz de colaborar para o funcionamento do intestino.

Fontes: Alex Evangelista, fisioterapeuta esportivo, com experiência em futebol, basquete, tênis e MMA; Yago Fernandes, médico atuante em endocrinologia da equipe Nutrindo Ideais; Tatiane Schallitz, nutricionista  graduada pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).