Cisto na tireoide: o que é, sintomas e tratamento
- 1. O que é o cisto na tireoide?
- 2. Causas do cisto na tireoide
- 3. Sintomas
- 4. Diagnóstico do cisto na tireoide
- 5. Prevenção
- 6. Quando se preocupar com cisto na tireoide?
- 7. Tratamentos
- 8. Qual profissional procurar?
- 9. Um cisto na tireoide pode ser câncer?
- 10. Diferença entre nódulo e cisto na tireoide
- 11. Perguntas frequentes
Muitas pessoas já ouviram falar sobre cisto na tireoide, mas não sabem exatamente sobre o surgimento, os sintomas e os possíveis tratamentos. O diagnóstico pode assustar, mas o problema não costuma ser maligno. Saiba mais a seguir.
O que é o cisto na tireoide?
Enrique Lora, médico de medicina esportiva e nutrólogo, explica que o cisto na tireoide é um acúmulo de líquido em uma determinada área da tireoide: “Uma condição totalmente benigna”, tranquiliza.
Os cistos nessa região podem ter vários tamanhos. Podem não ser palpáveis (em geral <1 cm) e são descobertos em exames realizados por outros motivos como tomografia da região do pescoço ou ultrassonografia de carótidas.
Causas do cisto na tireoide
A maioria dos cistos tireoidianos (80%) é proveniente de nódulos na própria tireoide que sofreram degeneração. Ou seja, nódulos cujos vasos não acompanharam seu crescimento, com morte das células do nódulo. O cisto pode ser simples (completamente preenchido por líquido) ou misto (parcialmente sólido). Existem também os cistos dos ductos tireoglossos, persistências de tecido embrionário da base da língua; estes, sempre cistos simples.
Sintomas
A maioria das pessoas que possui cisto na tireoide não apresenta nenhum sintoma quando o cisto é menor que 1 cm. Porém, dependendo do tamanho, é possível sentir um leve incômodo ou dor na região anterior no do pescoço.
“O cisto costuma ser assintomático, mas quando em grandes dimensões e em determinados locais, pode ocasionar dor ou dificuldade para engolir”, afirma o nutrólogo.
Além disso, quando aumenta de tamanho ao longo do tempo, também é possível apresentar rouquidão e tosse. Esses sintomas mais graves podem surgir em pessoas que sentem o cisto na tireoide com o toque no pescoço. Sendo assim, é muito importante procurar um médico, realizar exames e identificar a possível gravidade do cisto para a realização de tratamento específico.
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Diagnóstico do cisto na tireoide
O principal exame para a identificação é a ultrassonografia (USG) cervical. Com o teste, define-se se o quadro é simples ou misto. Nos cistos simples, não é necessária punção aspirativa para estudá-los, pois não representam risco de câncer. Entretanto, os mistos podem ser degenerações de nódulos malignos. Portanto, a punção aspirativa é válida nestes casos a depender do tamanho do cisto, do tamanho da parte sólida dentro e das características suspeitas obtidas pela USG, como a presença de calcificações.
Outro exame é a dosagem do hormônio tireoestimulante (TSH) e do T4 livre, para avaliar se o cisto é produtor de hormônios. Além disso, o diagnóstico pode surgir a partir dos sintomas ou palpação pelo próprio paciente.
Prevenção
Infelizmente, as formas de prevenção do cisto na tireoide são insuficientes, já que o seu surgimento é espontâneo.
Quando se preocupar com cisto na tireoide?
A princípio, não há razões para se preocupar. Porém, o cisto deve ser acompanhado periodicamente, pois há casos em que ele aumenta de tamanho ou apresenta sintomas como dificuldade para engolir, rouquidão, problemas para respirar e dor no pescoço.
Tratamentos
Os cistos simples de tireoide podem ser supervisionados por um especialista para identificar as alterações ao longo do tempo. Idealmente, as ultrassonografias devem ser realizadas em um intervalo mais curto (de 6 a 18 meses), e depois, em intervalos maiores se o cisto permanecer sem crescimento.
Se houver necessidade de aspiração do conteúdo do cisto, pode ou não ocorrer por aplicação de etanol (alcoolização) ou uso de radiofrequência, para reduzir as chances de um novo crescimento. Se o cisto for suspeito, uma nova punção pode ser necessária ou, então, uma cirurgia para retirá-lo.
Qual profissional procurar?
O endocrinologista é o médico ideal para avaliar o cisto tireoidiano. Assim, ele analisa as imagens do USG e a função da tireoide.
Em um primeiro momento, o clínico geral também pode pedir exames relacionados à tireoide. Contudo, o encaminhamento ao especialista deve ser feito.
Um cisto na tireoide pode ser câncer?
A presença de um cisto na tireoide pode causar muitos medos nos pacientes, pois há uma imediata associação ao câncer. Mas, conforme falamos anteriormente, o cisto é inofensivo na maioria dos casos. São raras as situações em que ele representa algum risco à saúde.
Diferença entre nódulo e cisto na tireoide
Você sabia que podem surgir nódulos e cistos na tireoide? Apesar de semelhantes no formato, é preciso compreender a diferença entre eles.
O nódulo é uma região de um órgão ou tecido que cresce de forma independente e forma uma lesão ou uma espécie de ‘bolinha’. Esses nódulos podem ser benignos (angiomiolipoma, lipoma e mioma) ou malignos (câncer).
Existem ainda os nódulos mistos ou sólido-císticos, em que uma parte é composta por um aglomerado de células, e a outra é preenchida por um líquido.
Por outro lado, quando o nódulo é preenchido apenas por líquidos, os médicos o chamam de cisto. No caso da tireoide, esse cisto é composto por um líquido, espesso ou sólido, envolto por uma membrana, como uma cápsula.
Perguntas frequentes
Existe remédio para cisto na tireoide?
Normalmente, não há uso de medicamentos para tratar o cisto na tireoide.
O cisto faz engordar?
O cisto por si só não gera ganho de peso. Mas pessoas com funcionamento reduzido da tireoide (hipotireoidismo) podem sofrer com o ganho de peso. Contudo, os cistos não ocasionam o hipotireoidismo.
É preciso realizar a punção?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), cistos maiores podem ser puncionados. Assim, o procedimento é feito com o esvaziamento do líquido em cistos grandes.
Há tratamento do cisto no SUS?
Sim, o SUS oferece o tratamento de cistos tireoidianos. Assim como em hospitais particulares, a investigação começa com o clínico geral, que encaminha o paciente para o endocrinologista. Em casos cuja intervenção cirúrgica é necessária, o profissional responsável é o cirurgião de cabeça e pescoço.
Fonte: Enrique Lora, médico da medicina esportiva e nutrólogo.
Referências: Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Matabologia.
The American Association of Endocrine Surgeons Guidelines for the Definitive Surgical Management of Thyroid Disease in Adults. Annals of Surgery: March 2020 – Volume 271 – Issue 3 – p e21-e93.