Mudanças no ciclo menstrual pós-vacina da Covid são passageiras, diz estudo

Saúde
28 de Janeiro, 2022
Mudanças no ciclo menstrual pós-vacina da Covid são passageiras, diz estudo

Recentemente, um estudo do National Institutes of Health indicou uma possível mudança no ciclo menstrual de algumas mulheres após se vacinarem contra a covid-19. Agora, um novo estudo mostrou que, de fato, o ciclo menstrual pós-vacina da Covid pode sim sofrer alterações. A boa notícia é que as mudanças são passageiras.

Leia mais: Pesquisa indica mudança no ciclo menstrual após vacinação da Covid-19

Estudo sobre ciclo menstrual pós-vacina é “tranquilizador”, afirma pesquisadora

De acordo com uma das principais especialistas em reprodução do Reino Unido, Victoria Male, professora de imunologia reprodutiva da Universidade Imperial College London, não há motivos para se preocupar com as reações no ciclo menstrual pós-vacina da Covid.

Segundo ela, os estudos conduzidos nos EUA e na Noruega sobre os ciclos de mulheres durante o processo de imunização são “tranquilizadores”. A pesquisadora também culpou a desinformação por alimentar preocupações em relação à infertilidade.

A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA, na sigla em inglês) diz que não há evidências de que as vacinas contra covid afetem a capacidade de ter filhos.

O órgão do governo britânico, equivalente à Anvisa, recebeu mais de 37 mil ocorrências de sangramento vaginal inesperado, de fluxo mais intenso ​​e de menstruação atrasada ​​após a vacina contra covid. No entanto, até então, a agência informava que não havia evidências de relação com a vacina, já que os ciclos das mulheres variam naturalmente. Por isso, os cientistas solicitaram mais pesquisas.

Leia mais: Mudanças no ciclo menstrual indicam riscos à saúde do coração

Pesquisas investigam o ciclo menstrual pós-vacina da Covid

Dois estudos indicaram que as mudanças no ciclo menstrual pós-vacina são passageiras. Um deles foi conduzido nos EUA com quase 4 mil mulheres. Com a ajuda de um aplicativo de monitoramento do ciclo menstrual, elas notaram que a menstruação atrasou meio dia após a segunda dose de vacina, mas não houve atraso após a primeira.

A duração do ciclo de uma em cada 10 mulheres mudou em mais de oito dias em comparação com uma em cada 25 mulheres não vacinadas. Porém, depois de apenas dois ciclos, a menstruação delas voltou ao normal. Outro estudo, realizado com mais de 5,6 mil pessoas na Noruega, mostrou que o ciclo menstrual pode variar naturalmente.

Isso porque quase 40% das mulheres observaram pelo menos uma alteração, mesmo antes de serem vacinadas, sendo que a reclamação mais comum foi um fluxo mais intenso que o normal.

“Mudanças no ciclo menstrual ocorrem após a vacinação, mas são pequenas em comparação à variação natural e são revertidas rapidamente”, diz a pesquisadora Victoria Male. Segundo ela, as preocupações das mulheres surgiram “a partir da desinformação de que as vacinas contra covid-19 causam infertilidade feminina”.

Brasileiras também relatam alterações no ciclo

No Brasil, muitas mulheres também tiveram (ou ainda estão apresentando) irregularidades no ciclo menstrual. Um estudo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), por exemplo, identificou que 77% delas relataram alterações na menstruação desde o início do período de distanciamento social. No entanto, neste caso, segundo especialistas, o psicológico é o fator que mais tem influenciado as mudanças.

A boa notícia é que apenas cerca de 5% das mulheres vacinadas tiveram uma mudança clinicamente significativa em seu ciclo de mais de oito dias. O dado tranquiliza, por exemplo, mulheres que paticiparam de uma pesquisa da Kaiser Family Foundation, que revelou que quase 60% das que estão grávidas ou tentando engravidar não estão confiantes de que as vacinas contra a Covid-19 são seguras. De fato, o que já aprendemos com as lições da pandemia, é que as vacinas são sim, seguras. Por isso, é importante tomar as doses disponíveis, incluindo a terceira, além de continuar mantendo as medidas de prevenção contra o coronavírus.

Leia mais: Quase 80% das mulheres tiveram alterações na menstruação durante a pandemia

Fonte: G1

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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