Chip da beleza e chip anticoncepcional: diferenças e semelhanças
Os chamados “implantes hormonais” geram muitas dúvidas por parte de mulheres em consultórios ginecológicos. Afinal, para que eles servem? Quanto utilizar? E claro, qual é a diferença entre o popular chip da beleza e o chip anticoncepcional? Veja o que diz um especialista no assunto.
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O que é o chip da beleza?
Antes de mais nada, o Dr. Vinícius Carruego, ginecologista, explica que o termo “chip da beleza” não é recomendado. Isso porque muitas pessoas têm utilizado-o para fins estéticos, e não para o que foi proposto. É uma situação parecida com o uso do remédio Ozempic, indicado para pessoas com diabetes tipo 2. Assim como o chip, após a descoberta de que o medicamento auxilia no emagrecimento, iniciou-se um uso indiscriminado, causando sérios riscos à saúde e efeitos colaterais indesejáveis.
Nesse sentido, o médico explica que o “chip da beleza” é, na verdade, um implante hormonal de gestrinona que, por sua vez, também serve como anticoncepcional. “Geralmente, a gente usa em pacientes com endometriose, mioma, TPM, dor nas mamas”, explica.
Além de atuar como anticoncepcional e controlar os sintomas mencionados, o “chip da beleza” também pode trazer benefícios para quem tem um estilo de vida saudável. Ou seja, pratica atividade física, mantém a dieta equilibrada, evita a inflamação e alimentos inflamatórios. Mulheres com esse perfil podem ter benefícios estéticos após sua implantação. Por exemplo, ganho de massa muscular e perda de gordura. Isso explica o motivo da alta procura por esse tipo de implante.
E o chip anticoncepcional?
Por outro lado, o chip anticoncepcional, popularmente chamado de implanon, é um implante de etonogestrel. Dessa forma, serve apenas para contracepção. Após sua colocação no braço, pode durar até três anos. Trata-se de um dos métodos contraceptivos mais seguros, com taxa de eficácia acima de 99% e índice de falha de 0,05%.
Semelhanças e recomendações de uso
Por fim, o Dr. Vinícius explica que as semelhanças entre o chip da beleza e o chip anticoncepcional é que os dois são muito eficazes como contraceptivos. Além disso, ambos bloqueiam a menstruação. O chip da beleza, inclusive, ajuda a manter a endometriose estável e até regredi-la, além de aumentar a libido e a disposição da paciente. Tais efeitos, no entanto, não estão presentes no chip anticoncepcional.
Nesse sentido, a recomendação do “chip da beleza” é para mulheres com doenças ginecológicas, como endometriose ou mioma, por exemplo. Além disso, o ideal é que a paciente não tenha sobrepeso, obesidade ou síndrome metabólica. “Paciente tem que estar bem metabolicamente para usar a gestrinona, enquanto para o chip anticoncepcional qualquer mulher pode utilizar para evitar a contracepção”, completa o especialista.
Fonte: Dr. Vinícius Carruego, médico ginecologista formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). CRM -SP 172.911. Pós-Graduação em Ciências da Obesidade e Sarcopenia. Possui especialização em Endoscopia Ginecológica.