Chikungunya: sintomas, tratamento e como prevenir
Chikungunya significa “aqueles que se dobram” em swahili, um dos idiomas da Tanzânia. E a doença transmitida por mosquitos leva esse mesmo nome justamente porque a primeira epidemia documentada da condição ocorreu lá, no país localizado ao leste da África, por volta dos anos 50. Os moradores ficaram assustados com a aparência curvada dos pacientes que eram infectados.
No continente americano, o vírus foi introduzido apenas em 2013, chegando ao Brasil no segundo semestre de 2014. O fato ocasionou importantes surtos em diversos países, que ainda veem os casos aumentando em épocas mais quentes do ano, como no verão. Saiba mais sobre a condição a seguir:
O que é a chikungunya?
A chikungunya, ou febre chikungunya, é uma arbovirose. Isto é, doença causada por um vírus vindo de mosquitos.
Ela pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus (os mesmos que transmitem a dengue e a febre amarela, respectivamente).
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Quais os sintomas de febre chikungunya?
Os principais sintomas incluem:
- Febre;
- Dores intensas nas articulações;
- Dor nas costas;
- Dores pelo corpo;
- Erupção avermelhada na pele;
- Dor de cabeça;
- Náuseas e vômitos;
- Dor retro-ocular (atrás do olho);
- Dor de garganta;
- Calafrios;
- Diarreia e/ou dor abdominal (mais comum em crianças).
A doença pode evoluir em três fases. A primeira delas, chamada febril ou aguda, tem como sinais os descritos acima, e dura de cinco a 14 dias. A fase pós-aguda pode permanecer por até três meses. Por fim, a fase crônica é caracterizada por sintomas que perduram mais de três meses.
Estima-se que 50% dos infectados desenvolvem artralgia (dores nas articulações) de forma crônica, podendo durar anos. Além disso, há a possibilidade (ainda que menor) de manifestações atípicas:
- No sistema nervoso: meningoencefalite, encefalopatia, convulsão, síndrome de Guillain-Barré, síndrome cerebelar, paresias, paralisias e neuropatias;
- No sistema cardiovascular: miocardite, pericardite, insuficiência cardíaca, arritmia e instabilidade hemodinâmica;
- Nos olhos: neurite óptica, iridociclite, episclerite, retinite e uveíte;
- Na pele: hiperpigmentação por fotossensibilidade, dermatoses vesiculobolhosas e ulcerações aftosa-like;
- Nos rins: nefrite e insuficiência renal aguda.
- Outros: discrasia sanguínea, pneumonia, insuficiência respiratória, hepatite, pancreatite, síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético e insuficiência adrenal.
Como se dá a transmissão?
Como já explicado, a transmissão do vírus chikungunya (CHIKV) acontece através da picada de insetos vetores, principalmente em ambientes rurais ou com acúmulo de água parada.
A transmissão direta entre humanos ainda não foi comprovada cientificamente, mas alguns estudos apontam a possibilidade de infecção do útero da mãe para o feto (com taxa de mortalidade de 0,4% em menores de um ano).
O período de incubação, ou seja, do momento da picada até a manifestação dos primeiros sintomas, é de quatro a sete dias.
Diagnóstico
O diagnóstico se dá por uma análise clínica de um médico capacitado, bem como pela realização de exames (todos disponíveis no SUS).
Tratamento
O tipo de tratamento vai depender dos sintomas desenvolvidos. Isso porque não há antiviral específico para chikungunya.
Desse modo, o especialista pode prescrever medicamentos para febre e dores. Manter a hidratação adequada e descansar também são medidas importantes.
E lembre-se: a automedicação pode mascarar alguns sintomas e consequências mais graves, dificultando o diagnóstico e até o tratamento.
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Como prevenir chikungunya?
Não temos como prevenir a chikungunya com vacina, pois ainda não existe uma. Por isso, o ideal é adotar alguns hábitos para acabar com os mosquitos transmissores, como:
- Manter a casa sempre limpa, sem focos de água parada;
- Usar repelentes e roupas compridas em locais com bastante incidência de mosquitos;
- Apostar em mosqueteiros em berços de bebês e em camas de crianças.
Fontes: Bio-Manguinhos/Fiocruz; Ministério da Saúde e Biblioteca Virtual em Saúde.