Chikungunya: sintomas, tratamento e como prevenir

Saúde
16 de Janeiro, 2024
Chikungunya: sintomas, tratamento e como prevenir

Chikungunya significa “aqueles que se dobram” em swahili, um dos idiomas da Tanzânia. E a doença transmitida por mosquitos leva esse mesmo nome justamente porque a primeira epidemia documentada da condição ocorreu lá, no país localizado ao leste da África, por volta dos anos 50. Os moradores ficaram assustados com a aparência curvada dos pacientes que eram infectados.

No continente americano, o vírus foi introduzido apenas em 2013, chegando ao Brasil no segundo semestre de 2014. O fato ocasionou importantes surtos em diversos países, que ainda veem os casos aumentando em épocas mais quentes do ano, como no verão. Saiba mais sobre a condição a seguir:

O que é a chikungunya?

A chikungunya, ou febre chikungunya, é uma arbovirose. Isto é, doença causada por um vírus vindo de mosquitos.

Ela pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus (os mesmos que transmitem a dengue e a febre amarela, respectivamente).

Leia também: Arboviroses: doenças aumentam no verão. Como prevenir?

Quais os sintomas de febre chikungunya?

Os principais sintomas incluem:

  • Febre;
  • Dores intensas nas articulações;
  • Dor nas costas;
  • Dores pelo corpo;
  • Erupção avermelhada na pele;
  • Dor de cabeça;
  • Náuseas e vômitos;
  • Dor retro-ocular (atrás do olho);
  • Dor de garganta;
  • Calafrios;
  • Diarreia e/ou dor abdominal (mais comum em crianças).

A doença pode evoluir em três fases. A primeira delas, chamada febril ou aguda, tem como sinais os descritos acima, e dura de cinco a 14 dias. A fase pós-aguda pode permanecer por até três meses. Por fim, a fase crônica é caracterizada por sintomas que perduram mais de três meses.

Estima-se que 50% dos infectados desenvolvem artralgia (dores nas articulações) de forma crônica, podendo durar anos. Além disso, há a possibilidade (ainda que menor) de manifestações atípicas:

  • No sistema nervoso: meningoencefalite, encefalopatia, convulsão, síndrome de Guillain-Barré, síndrome cerebelar, paresias, paralisias e neuropatias;
  • No sistema cardiovascular: miocardite, pericardite, insuficiência cardíaca, arritmia e instabilidade hemodinâmica;
  • Nos olhos: neurite óptica, iridociclite, episclerite, retinite e uveíte;
  • Na pele: hiperpigmentação por fotossensibilidade, dermatoses vesiculobolhosas e ulcerações aftosa-like;
  • Nos rins: nefrite e insuficiência renal aguda.
  • Outros: discrasia sanguínea, pneumonia, insuficiência respiratória, hepatite, pancreatite, síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético e insuficiência adrenal.

Como se dá a transmissão?

Como já explicado, a transmissão do vírus chikungunya (CHIKV) acontece através da picada de insetos vetores, principalmente em ambientes rurais ou com acúmulo de água parada.

A transmissão direta entre humanos ainda não foi comprovada cientificamente, mas alguns estudos apontam a possibilidade de infecção do útero da mãe para o feto (com taxa de mortalidade de 0,4% em menores de um ano).

O período de incubação, ou seja, do momento da picada até a manifestação dos primeiros sintomas, é de quatro a sete dias.

Diagnóstico

O diagnóstico se dá por uma análise clínica de um médico capacitado, bem como pela realização de exames (todos disponíveis no SUS).

Tratamento

O tipo de tratamento vai depender dos sintomas desenvolvidos. Isso porque não há antiviral específico para chikungunya.

Desse modo, o especialista pode prescrever medicamentos para febre e dores. Manter a hidratação adequada e descansar também são medidas importantes.

E lembre-se: a automedicação pode mascarar alguns sintomas e consequências mais graves, dificultando o diagnóstico e até o tratamento.

Leia também: Como escolher o melhor repelente? Especialista dá dicas

Como prevenir chikungunya?

Não temos como prevenir a chikungunya com vacina, pois ainda não existe uma. Por isso, o ideal é adotar alguns hábitos para acabar com os mosquitos transmissores, como:

  • Manter a casa sempre limpa, sem focos de água parada;
  • Usar repelentes e roupas compridas em locais com bastante incidência de mosquitos;
  • Apostar em mosqueteiros em berços de bebês e em camas de crianças.

Fontes: Bio-Manguinhos/Fiocruz; Ministério da Saúde e Biblioteca Virtual em Saúde.

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