Check-up ocular: o que é e quando fazer

Saúde
10 de Fevereiro, 2023
Check-up ocular: o que é e quando fazer

A visão é um dos principais sentidos do ser humano, ela nos permite contemplar tudo à nossa volta e desempenhar atividades do dia a dia como dirigir, ler e até identificar perigos. Porém, é necessário manter uma rotina de cuidados para prevenir doenças e condições que prejudiquem a vista. Nesse sentido, o check-up ocular é essencial para manter a saúde dos olhos. Continue lendo e entenda a importância. 

Veja também: Saúde através dos olhos: principais sinais que os olhos revelam

Check-up ocular: entenda a importância

O chamado check-up ocular consiste em uma bateria de exames que apoiam o médico oftalmologista na análise do estado da saúde ocular do paciente. Assim, esse processo serve para identificar problemas como glaucoma, catarata e retinopatia, já que eles podem comprometer seriamente a visão. Além disso, o check-up pode ser utilizado para determinar o grau dos óculos do paciente. 

“Para o paciente que já possui algum grau de refração (como miopia e hipermetropia), os exames são extremamente importantes para verificar qualquer mudança de grau”, explica a Dra. Keila Monteiro, médica oftalmologista e professora de oftalmologia da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas).

A médica aponta ainda que a bateria de exames também pode indicar condições como diabetes e hipertensão, que são consideradas doenças silenciosas, mas que podem ser identificadas através dos olhos.

Principais exames do check-up ocular

Na consulta com um oftalmologista, o check-up pode envolver os seguintes exames:

  • Acuidade visual; 
  • Refração;
  • Tonometria;
  • Mapeamento de retina; 
  • Retinografia;
  • Motilidade ocular.

Além disso, a Dra. Keila aponta que, caso haja alguma suspeita de ceratocone, como sensibilidade à luz e comprometimento da visão noturna, deve ser feito exame de ceratoscopia corneana.

Afinal, quando fazer o check-up ocular? 

A necessidade de acompanhamento da saúde ocular vai se modificando com o passar do tempo. Por isso, a Dra. Keila segmenta a recomendação de check-up nas seguintes etapas:

Fase infantil

De modo geral, crianças devem fazer o check-up anualmente ou quando houver alguma suspeita de baixa visão ou estrabismo. Com exceção de algumas situações, como explica a oftalmologista: 

“Quando há casos na família de ambliopia e /ou estrabismo, o primeiro exame já deve ser aos seis meses de idade e os tratamentos óptico, oclusivo ou mesmo cirúrgico são instituídos imediatamente”, afirma a Dra. Keila. 

No entanto, crianças prematuras devem ser examinadas pela primeira vez já com 4 semanas de vida, com consultas regulares até 33 semanas para a prevenção da retinopatia da prematuridade. A médica afirma ainda que, se o pequeno precisar de óculos, ele deve ser examinado a cada 3 ou 4 meses até os 2 anos de idade. Em seguida, o acompanhamento deve ser a cada 6 meses até os 6 anos de idade, — depois, é feito anualmente.

20 anos 

Geralmente, a pessoa que apresenta problemas de refração já inicia o uso de óculos na infância. Mas os pequenos graus de miopia, astigmatismo ou hiperopia tendem a aparecer no adulto jovem. Dessa forma, os principais sintomas são: dificuldade para enxergar de longe e/ou de perto e cansaço visual no uso continuado de computador.

No entanto, caso o paciente não tenha nenhuma doença ou queixa ocular, os exames de rotina na faixa dos 20 anos de idade podem ser realizados a cada 5 anos.

30 anos

A partir dessa idade, casos de hipermetropia podem se tornar mais acentuados, isto é, o uso de óculos passa a ser necessário, não apenas para leitura ou uso de computadores. 

Nessa fase da vida, o grau de refração (o grau do óculos) muda muito pouco e a necessidade de revisões periódicas depende de cada um. Ou seja, ao notar dificuldades visuais, a pessoa deve ir ao oftalmologista, indica a Dra. Keila. No entanto, caso o paciente já tenha comprovação de outras doenças oculares, deverá ir ao médico com mais frequência, que poderá ser alinhada com o próprio especialista. 

40 anos

A partir dessa idade, a dificuldade de leitura é mais comum, popularmente como “vista cansada”. Assim, a Dra. afirma que todas as pessoas passam por esse processo, que é considerado fisiológico. 

“Não se considera doença e nem sinal de ‘envelhecimento’. Algumas pessoas precisam de graus menores, enquanto outras de graus maiores, mas praticamente todos acima dos 43 anos de idade precisam de algum grau para ler com perfeição (e na distância usual de 33 cm)”. 

Nessa idade, também se iniciam as doenças oculares como o glaucoma, que é uma condição silenciosa que geralmente só é identificada em fases avançadas, quando já não há mais cura. Portanto, nessa fase também é necessário repetir o check-up ocular anualmente. 

50 anos e acima

A partir dos 50 anos e mais ainda a partir dos 60 anos, inicia-se o processo de envelhecimento do organismo, que exige um acompanhamento médico mais cuidadoso. No que diz respeito aos olhos, podem ocorrer alterações do cristalino, cuja opacificação se chama catarata. 

“Outra doença que pode ocorrer é a chamada degeneração de mácula relacionada à idade (DMRI) que é uma alteração senil degenerativa da retina central (chamada mácula). A pessoa passa a ter dificuldade de visão central, isto é, para leitura, ver detalhes, reconhecer as pessoas na rua, sempre necessitando usar grandes aumentos”, afirma a oftalmologista.

Cuidados essenciais com a saúde ocular

Trabalhar o dia inteiro em frente ao computador é inevitável para a maioria das pessoas. Contudo, o costume pode gerar a chamada síndrome da visão de computador, condição que inclui olhos secos e vermelhos, lacrimejamento e coceira.

Para evitar, a Dra. Renata Rabelo Ferretti, oftalmologista do Hospital São Camilo, dá as dicas:

  • Deixe a tela do computador um pouco abaixo da linha dos olhos: dessa forma, eles ficam um pouco mais fechados (e, consequentemente, protegidos);
  • Lembre-se de piscar com frequência;
  • Faça pausas ao longo do dia, focando em objetos distantes;
  • Evita ar condicionado ou ventilador diretamente no rosto;
  • Por fim, se você usa óculos, priorize lentes com filtro de luz azul.

Além disso, vale reforçar que fatores como fumo, diabetes, hipercolesterolemia, hipertensão arterial sistêmica e outras condições também prejudicam a saúde ocular. Por fim, dieta saudável, não fumar, usar proteção contra raios UV (óculos com filtros UV) são recomendações para todas as pessoas desde cedo para que evitem essas alterações degenerativas.

Fonte:

Dra. Keila Monteiro de Carvalho, médica oftalmologista, professora oftalmologia da UNICAMP, Chefe do Departamento de Oftalmologia – Otorrinolaringologia da FCM/UNICAMP e Coordenadora do Serviço de Estrabismo, Oftalmologia Pediátrica e Visão Subnormal do HC – FCM/UNICAMP.

Dra Renata Rabelo Ferretti, médica oftalmologista, coordenadora do Setor de Oftalmologia do Hospital São Camilo – Ipiranga.  

 

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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