Ceratoconjuntivite: o que é, sintomas e tratamento

O termo ceratoconjuntivite se refere a qualquer alteração ou inflamação da córnea e da membrana conjuntiva ocular de modo simultâneo. As causas podem ser infecciosas bacterianas, virais ou então por protozoários, além de olho seco e alergia.

Tipos de ceratoconjuntivite

• Ceratoconjuntivite seca: refere-se a qualquer olho com algum grau de secura;
• Ceratoconjuntivite alérgica: causada por uma alergia crônica nos olhos e que pode atingir tanto crianças quanto adultos;
• Ceratoconjuntivite primaveril: é uma doença bilateral recorrente que afeta principalmente meninos, e o início é geralmente a partir dos 5 anos. Há remissão no final da adolescência em 95% dos casos. Além disso, mais de 90% dos pacientes têm outras condições atópicas, como asma e eczema, e dois terços têm uma história familiar de atopia. Como é doença de longa duração, necessita cuidados constantes;
• Ceratoconjuntivite infecciosa ou epidêmica: devido à infecção por um vírus ou bactéria, sendo o adenovírus a causa mais comum.

Sintomas

Os principais sintomas de ceratoconjuntivite incluem:

• Olho vermelho;
• Lacrimejamento;
• Sensação de areia nos olhos;
• Ardor;
• Coceira;
• Por fim, fotofobia.

De acordo com a oftalmologista Keila Monteiro de Carvalho, Professora Titular de Oftalmologia da UNICAMP, a sensação desconfortável e irritante que causa a vontade de coçar os olhos é um sinal caraterístico de que a doença é alérgica. Dor significativa pode ser fotofobia.

Ademais, visão turva ou sensação de areia nos olhos sugerem envolvimento da córnea e, dependendo da causa (se for bacteriana), haverá secreção mucopurulenta. Além disso, no caso das ceratoconjuntivites primaveris, há também certo inchaço das pálpebras.

Leia também: Ceratocone: entenda a condição que afeta a curvatura da córnea

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico é feito por um médico oftalmologista ao avaliar o quadro e os sintomas do paciente. Também é feito o exame com a lâmpada de fenda, um aparelho de aumento para verificar a superfície ocular, a fim de avaliar a presença de lesão e trauma nos olhos.

Após realizar o exame e identificar a causa da ceratoconjuntivite, o médico indica o tratamento mais adequado de acordo com o caso analisado.

Tratamento de ceratoconjuntivite

Segundo o oftalmologista Fabio Ejzenbaum, médico professor assistente da Santa Casa de São Paulo, o tratamento pode variar de acordo com a causa da ceratoconjuntivite, podendo ser indicado o uso de colírios antibióticos para causa infecciosa, colírios lubrificantes para tratar olho seco, colírios antialérgicos no caso de alergia e colírios antivirais se a causa for por vírus.

“É importante lembrar de suspender o uso de lentes de contato até a resolução dos sintomas, e usar compressas frias para alívio sintomático”, ressalta a especialista Keila.

Possíveis complicações da ceratoconjuntivite

O diagnóstico e o tratamento adequados são essenciais para evitar complicações nos olhos. “Em casos graves, podem ocorrer persistência de inflamações, olho seco e até cicatrizes corneais”, explica Ejzenbaum.

A oftalmologista Keila esclarece que no caso da ceratoconjuntivite pós-conjuntivite viral, acontece baixa de visão e, por isso, é importante o exame e o diagnóstico completos, uma vez que os tratamentos envolvem colírios com cortisona capazes de apresentar efeitos colaterais.

Nos primeiros sintomas ou suspeita de ceratoconjuntivite, deve-se consultar o oftalmologista para identificar a causa e realizar o tratamento o quanto antes.

Fontes:

• Profa Dra Keila Monteiro de Carvalho, médica oftalmologista, Professora Titular de Oftalmologia da UNICAMP, Chefe do Departamento de Oftalmologia – Otorrinolaringologia da FCM/UNICAMP e Coordenadora do Serviço de Estrabismo, Oftalmologia Pediátrica e Visão Subnormal do HC – FCM/UNICAMP;
• Dr Fabio Ejzenbaum, médico oftalmologista, professor assistente da Santa Casa de São Paulo, e médico responsável pelo grupo trabalho em oftalmologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.