Câncer de mama na gravidez é raro, mas pode acontecer

Gravidez e maternidade Saúde
19 de Outubro, 2022
Câncer de mama na gravidez é raro, mas pode acontecer

Entende-se como câncer de mama na gravidez quando a doença é diagnosticada tanto na gestação quanto um ano após o parto. De acordo com Fernanda Perez Magnani Leite, cirurgiã oncológica e mastologista do A.C. Camargo Cancer Center, o quadro corresponde a 0,4% dos diagnósticos entre mulheres de 16 a 49 anos. Assim, compreende-se que a enfermidade nesse período é rara, mas pode acontecer.

A ginecologista e obstetra Mariana Rosário, com formação em mastologia pelo Instituto Europeu de Oncologia, explica que a principal dificuldade que ronda o diagnóstico do câncer de mama na gravidez é a ausência de exames que ocorre nesse período. “Logo, quando descobrimos, é uma doença que já está em uma fase mais avançada”, completa a especialista.

Dessa forma, as médicas reforçam que o obstetra não pode esquecer de avaliar as mamas da gestante na primeira consulta do pré-natal. Essa análise também precisa ser feita pelo especialista quando a mulher está tentando engravidar. Assim, diagnostica-se o câncer de mama o quanto antes bem como as chances de cura aumentam significativamente.

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Os sinais do câncer de mama na gravidez

O principal indicativo da doença oncológica no período gestacional, de acordo com orientações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o aparecimento de um caroço, ou seja, de um nódulo que geralmente é endurecido, fixo e indolor. No entanto, outros sinais do quadro também precisam de atenção, como:

  • Pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja;
  • Alterações no bico do peito (mamilo);
  • Saída espontânea de líquido transparente bem como de sangue por um dos mamilos;
  • Aparecimento de pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).

“É muito importante que toda massa palpável, persistente por mais de duas semanas, em uma mulher gestante ou puérpera, seja investigado por um ultrassom”, orienta Dra. Fernanda.

Dessa forma, a investigação da doença começa por esse exame porque ele não tem nenhuma radiação, logo, é seguro para a gestante. Em seguida, caso o médico identifique que o nódulo é realmente suspeito, parte-se para a biópsia a fim de que se tenha o diagnóstico específico do câncer de mama.

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Sim, a doença no período gestacional tem tratamento!

Embora 80% dos nódulos verificados durante a gravidez não sejam cancerígenos, há quem enfrenta o diagnóstico do câncer de mama enquanto gera um bebê. Esse embate com a finitude do que é viver não é uma jornada fácil, mas é possível e, mais do que isso, tende a ter um desfecho positivo.

Isso porque, de acordo com as especialistas, a doença oncológica possui tratamento mesmo durante a gestação. No entanto, de acordo com a Dra. Fernanda, a intervenção médica depende do tamanho e tipo do nódulo bem como o trimestre que a gestante está vivendo. Dependendo do caso, o obstetra pode até mesmo adiantar o parto para que, então, a mãe possa ter mais recursos em busca da cura.

Fontes:

  • Dra. Fernanda Perez Magnani Leite, cirurgiã oncológica e mastologista do A.C. Camargo Cancer Center;
  • Dra. Mariana Rosário, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein e com formação em mastologia pelo Instituto Europeu de Oncologia;

Referências:

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