Cães podem acalmar crianças: pediatra aponta lado bom da relação

Bem-estar Equilíbrio
06 de Julho, 2022
Cães podem acalmar crianças: pediatra aponta lado bom da relação

Não é à toa que os cachorros são considerados os melhores amigos do homem. Afinal, além do carinho e do companheirismo, estudos já revelaram que os pets protegem a capacidade cognitiva dos idosos por mais tempo e ajudam funcionários a serem mais empáticos com os colegas de trabalho. Entretanto, alguns casais à espera da chegada de um bebê sentem medo da convivência entre o filho e um amigo de quatro patas. E se o animal transmitir alguma doença para o bebê? E se eles acabarem se ferindo? São diversos os medos envolvidos, mas a verdade é que essa relação pode ser bastante benéfica. Uma pesquisa recente descobriu que os cães podem acalmar crianças.

A pesquisa, publicada na revista PLOS ONE, descobriu que o contato com cães causava uma diminuição nos níveis de cortisol, hormônio do estresse, nas crianças. O estudo envolveu a participação de 149 crianças neurotípicas e não neurotípicas de 8 e 9 anos na Grã-Bretanha. Elas foram divididas em três grupos. 

No primeiro, os pequenos frequentavam duas sessões de 20 minutos por semana com o cachorro e o treinador. Já o segundo grupo participou de exercícios de relaxamento durante esse mesmo período, mas sem a presença de cães. Por fim, o terceiro grupo funcionou como uma amostra de controle.

Além disso, os líderes do estudo recolheram uma porção de saliva das crianças para analisar e comparar os níveis de cortisol. Por fim, descobriu-se que aqueles que conviveram com os cachorros revelaram menores quantidades de cortisol se comparados aos demais participantes.

Cães podem acalmar crianças: outros benefícios

De acordo com a médica pediatra Kenia Gomes, os benefícios da interação entre cães e crianças vão muito além da diminuição dos níveis de cortisol. “Há um melhor desenvolvimento cerebral, porque aumenta as conexões neurológicas, e também influencia no aprendizado emocional, como o desenvolvimento de empatia e respeito”, diz. 

Além disso, a profissional explica que a presença de um bichinho de estimação estimula a prática de exercícios físicos, uma vez que eles necessitam de caminhadas e passeios ao ar livre. Um estudo publicado em 2019 no Scientific Reports revelou, inclusive, que adotar um cão pode ajudar a combater o sedentarismo.

Desenvolvimento da criança 

Crescer junto com um pet impacta no desenvolvimento da criança, bem como na forma com a qual elas pensam e agem. A médica destaca a questão das habilidades motoras. Segundo ela, a relação espontânea que se estabelece entre o pequeno e o bichinho ajuda na coordenação e na destreza das crianças. “Elas costumam tentar realizar a mesma atividade várias vezes com os pets, repetindo até o êxito, e assim, o cérebro vai sendo treinando nessas habilidades mais rapidamente”, explica.

O âmbito emocional também sofre influência da interação entre crianças e cães. Isso porque tal relação colabora para a percepção dos pequenos em relação à leitura corporal e à incorporação da ideia de que o outro é alguém com sentimentos e características diferentes dos seus. “Também estimula a comunicação não verbal, aprendendo a respeitar, amar e cuidar de outros seres vivos”, completa.

Além da descoberta de que os cães podem acalmar crianças, eles também estimulam um maior gasto de energia delas, principalmente os mais brincalhões e agitados.

Leia também: Como contar para a criança que o bichinho de estimação morreu?

Existe idade certa para ter cachorro?

Os bichinhos de estimação costumam se tornar parte da família com o tempo. Por isso, a chegada de um bebê não significa que o melhor a se fazer é abrir mão do seu companheiro de quatro patas. Afinal, o abandono de animais, além de ser tipificado como crime no Brasil, é muito doloroso para os bichinhos.

Nesse momento, alguns pais cogitam colocar o pet para adoção, pois sentem medo de pôr a vida do recém-nascido em risco. “De maneira nenhuma recomendamos isso. O animal deve continuar com a família, que deve adequar sua rotina à chegada deste novo membro”, ressalta Kenia.

Entretanto, algumas mudanças e cuidados devem ser tomados, sobretudo nos primeiros meses de vida do bebê. A médica pediatra explica que, antes de mais nada, a escolha do pet deve se adequar ao tipo de casa e estilo de vida da família. Além disso, não é interessante deixá-los sozinhos. “Até os 7 anos, qualquer interação entre a criança e o animal deve ser supervisionada pelos pais”, destaca.

A questão da higiene também é um ponto importante. Assim, orientar as crianças a lavarem as mãos depois do contato com o cachorro e não tocar os olhos e a boca depois de brincar com o peludinho é fundamental. Isso porque eles podem transmitir doenças para os pequenos.

Lembre-se, ainda, de manter o pet limpo e com os exames e as vacinas em dia. “É importante fazer controle de pulgas e carrapatos, por meio de programas de prevenção como a vacinação atualizada do animal e consultas veterinárias regulares”, pontua.

Fonte: Kenia Gomes, médica pediatra 

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