Bebê a caminho: como preparar o primogênito para chegada do irmão

Gravidez e maternidade Saúde
05 de Setembro, 2022
Bebê a caminho: como preparar o primogênito para chegada do irmão

Ao descobrir que um bebê está a caminho, a comemoração é garantida entre os pais. No entanto, a notícia pode ser desafiadora para o filho mais velho, uma vez que pode ser difícil para ele entender o que significa na prática ter um irmão mais novo. Assim, é esperado que o primogênito precise de ajuda para se preparar para a chegada do caçula.

Mesmo que ele tenha o costume de pedir por um irmãozinho, a psicóloga Alessandra Augusto, pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia, explica que a saída dessa ideia do imaginário infantil para a realidade pode ser complicada.

O primogênito passa boa parte do tempo acreditando que o caçula vai chegar para ser sua companhia em tempo integral e, assim, brincarem o tempo todo. “Logo, na primeira infância, a criança não entende a verdadeira demanda de ter um bebê em casa. Por isso, ela não consegue assimilar que junto com esse irmãozinho solicitado, ela vai perder um pouco da atenção da mãe”, detalha a especialista.

Além disso, nesse período do desenvolvimento infantil, o pequeno acredita que o mundo materno gira apenas em torno dele. “Em outras palavras, ele acredita que se a mãe sorri, é porque ele fez algo agradável. Já se a mãe se entristece, é porque ele fez algo que a desapontou”, exemplifica Alessandra.

Portanto, quando o caçula nasce, o primogênito não entende que a atenção da mãe será dividida porque o amor multiplicou. O que passa em sua mente é que ele perdeu a figura materna completamente para esse irmão que acabou de chegar.

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Bebê a caminho: sinais de que o mais velho está sofrendo

De acordo com Telma Abrahão, especialista em neurociência comportamental infantil, o mais velho pode apresentar comportamentos mais desafiadores devido a nova gestação materna. Por exemplo, ele pode chorar com mais frequência bem como fazer mais birra.

Além disso, segundo Alessandra, o primogênito pode vir a ficar mais dependente da mãe e voltar a ter demandas que ele já havia suprido. A especialista cita o caso de quando o pequeno volta a precisar de fraldas, pedir pela chupeta bem como por mamadeira.

Se confrontado com frases problemáticas, como “você vai deixar de ser o bebê da mamãe!”, a criança também tende a ficar chateada com o adulto que a disse. Inclusive, ela costuma não querer mais falar sobre o assunto porque a machuca.

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Então, como preparar o primogênito para a chegada do irmão?

Ao entender que essa fase também é de adaptação para o filho mais velho, os pais podem recorrer a maneiras acolhedoras de fazê-lo assimilar o que é ter um irmão. A seguir, listamos meios de como fazer isso!

1. Tenha um diálogo honesto com a criança sobre a situação

O tom da conversa dependerá da idade assim como da maturidade cognitiva do mais velho. No entanto, o foco é sempre o mesmo: fazer com que ele entenda que a chegada do caçula não o levará a ser menos amado. “Nesse momento, convém diferenciar que o bebê precisa de um tipo de atenção e criança maior requer outro”, explica Alessandra.

A psicóloga cita um exemplo de frase que os pais podem usar durante o diálogo com o mais velho: “Vai chegar um irmãozinho, mas você não vai perder o seu espaço. Você que já está maiorzinho vai ter um outro tipo de atenção, só que afeto é o mesmo. Afinal, vocês dois são filhos!”.

2. Bebê a caminho: inclua o primogênito na nova realidade da família

Ainda durante a gravidez, o mais velho pode participar de escolhas familiares que envolvem o bebê a caminho. Por exemplo, ele pode opinar na escolha do nome do pequeno, dar a opinião dele no tema do quartinho e até dizer qual é a sua peça preferida para o enxoval infantil. “Isso vai ajudar a atenuar a sensação de desamparo que a criança pode desenvolver nesse processo da gravidez da mãe”, completa Alessandra.

3. Separe um tempo só para o mais velho

As duas especialistas também orientam os pais a reservarem um período do dia para ficarem apenas com o primogênito. “Afinal, quando tiramos um tempo de qualidade, individualmente, estamos abastecendo o “tanque emocional” da criança de amor, atenção positiva e conexão”, lembra Telma.

Para isso, por exemplo, o pai pode dar atenção ao mais velho enquanto a mãe fica com o recém-nascido devido a demanda da amamentação. Esse momento a dois não precisa ser obrigatoriamente algo extraordinário: pode ser convidá-lo para ir ao mercado, buscar algo na casa dos avós ou até mesmo ir comer alguma coisa gostosa depois da escola. O importante é que esse encontro seja para ouvir e acolher profundamente o pequeno.

Vale lembrar que, durante o puerpério, o indicado é que essas saídas da figura paterna sejam mais curtas, afinal, a mãe também precisa de suporte.

4. Evite dizer frases como…

Nessa jornada de acolher emocionalmente o primogênito, é importante que tanto os pais quanto outros familiares evitem compará-lo com o bebê que acabou de chegar. Portanto, as especialistas recomendam retirar do vocabulário frases como:

  • “Se você não se comportar bem, seu irmãozinho não vai gostar de você”;
  • “Olha como seu irmão está quietinho. Por que você não fica igual a ele?”;
  • “Você tem que entender que seu irmão é mais novo e precisa de mais atenção e cuidado”;
  • “Você não pode fazer birra agora: espere um pouco, estou cuidando do seu irmão!”;
  • “Você não pode mais chorar igual um bebê”.

Fontes:

  • Alessandra Augusto, psicóloga, palestrante, pós-graduada em Terapia Sistêmica e pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia. Autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você”;
  • Telma Abrahão, especialista em Neurociência Comportamental Infantil, idealizadora da Educação Neuroconsciente e autora dos livros “Pais Que Evoluem” (best-seller) e “Educar é um ato de amor, mas também é ciência”.

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