Atonia uterina: o que é, causas e os principais tratamentos
Durante o parto, as contrações são responsáveis por trazerem o recém-nascido ao mundo. Já após o nascimento, elas continuam com uma finalidade diferente: a de contrair o útero para que se inicie o processo de cicatrização do órgão feminino. Contudo, algumas mães podem passar por uma disfunção chamada atonia uterina.
Ela consiste na perda da capacidade feminina de contrair o útero após o parto o que, consequentemente, aumenta as chances de hemorragia pós-parto (HPP). O quadro pode colocar a vida da mãe em risco, tanto que a perda excessiva de sangue é principal causa da mortalidade materna mundialmente. No Brasil, ela surge em segundo lugar, perdendo apenas para distúrbios hipertensivos.
“A hemorragia pós-parto pode ser definida como a perda sanguínea maior que 500 ml no pós-parto vaginal ou maior que 1000 ml na cesariana. Contudo, o mais importante é considerar que qualquer perda sanguínea capaz de causar instabilidade hemodinâmica deve ser considerada como um caso de hemorragia pós-parto importante”, orienta o documento “Principais Questões sobre Manejo da Hemorragia no Pós-Parto”, do Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, do Ministério da Saúde e Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).
Leia mais: Afinal, quais são os riscos e cuidados da gravidez após os 40 anos?
As principais causas da atonia uterina
Antes do nascimento do bebê, algumas condições podem estar associadas a um possível quadro de atonia uterina após a chegada do pequeno. São elas:
- Obesidade;
- Mulheres que serão mães antes dos 20 ou depois dos 40 anos;
- Gestação de gêmeos;
- Macrossomia fetal (quando o bebê é maior do que o convencional)
- Polidrâmnio (excesso de líquido amniótico);
- Miomas no útero;
- Parto muito demorado.
Adiciona-se a essa lista também casos de mulheres que tiveram atonia uterina em uma gravidez anterior e podem vir a repetir o quadro nas seguintes.
Leia mais: Barriga dura na gravidez: O que significa?
Prevenção e tratamentos recomendados
A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta o uso da ocitocina a partir da terceira fase do parto, chamada de Dequitação, como forma de prevenção contra a hemorragia pós-parto. Caso a HPP aconteça mesmo assim, o próximo manuseio médico precisa ser rápido. Para isso, a maternidade necessita de um protocolo padrão bem estabelecido, conforme orienta o documento “Hemorragia pós-parto”, também do Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente.
Dito isso, a primeira ação dos especialistas deve ser uma compressão para conter o sangue enquanto a equipe prepara mais ocitocina. Isso porque ela é um agente farmacológico capaz de trazer tonicidade ao útero e aumentar as contrações produzidas pelo órgão feminino. Por volta de dois a cinco minutos, já dá para perceber a resposta do organismo à substância.
Se ocorrer falha no tratamento medicamentoso deve-se tentar usar do balão de tamponamento intrauterino que, ao inflar, forma-se uma espécie de barreira na saída do sangue. Dessa forma, estima-se que a técnica reduz em até 60% a necessidade de procedimentos cirúrgicos.
Diante de situação mais graves, a orientação médica pode ser a de histerectomia total. Em síntese, é uma cirurgia de retirada do colo do útero e do órgão feminino para que os médicos consigam suprir a hemorragia completamente.
Fontes: Organização Mundial da Saúde e Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, do Ministério da Saúde e Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).