Atividade física ajuda a combater sintomas da Covid longa

Bem-estar Movimento Saúde
12 de Julho, 2023
Atividade física ajuda a combater sintomas da Covid longa

Uma pesquisa inédita feita pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) acaba de demonstrar que a atividade física melhora a qualidade de vida e ameniza os sintomas da Covid longa em pacientes que tiveram a forma grave da doença. O estudo acaba de ser publicado no British Journal of Sports Medicine.

Ainda há poucos estudos sobre os benefícios da atividade física nesses casos. Para testar a hipótese, os pesquisadores acompanharam 50 pacientes que tinham recebido alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) havia cinco meses, em média. Eles dividiram os voluntários em dois grupos: enquanto metade seguiu um programa de exercícios online, os demais serviram de controle e receberam atendimento padrão.

Durante 16 semanas, os participantes praticaram exercícios em casa, incluindo aeróbicos e de força, três vezes por semana em sessões de 60 a 80 minutos. O grupo foi parcialmente supervisionado: em alguns casos, um pesquisador acompanhava o paciente em tempo real. Em outros, a pessoa seguia sozinha as orientações, mas sempre reportando os resultados. O volume, a intensidade e a complexidade dos exercícios foram crescentes ao longo do programa, de acordo com a capacidade de cada um, à medida que evoluíam.

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Atividade física e Covid longa: resultados da pesquisa

Ao comparar os resultados dos dois grupos, aqueles que fizeram exercícios tiveram uma melhora significativa na qualidade de vida e na saúde geral. Além de menos sintomas, como fadiga, fraqueza e dor muscular, em relação ao grupo controle. Os dados também sugerem ganhos na capacidade funcional, na função cardiorrespiratória e na pulmonar.

“Constatamos que a atividade física é um meio seguro que ajuda na recuperação dos pacientes que sofrem com os efeitos da Covid longa. Além disso, pode, potencialmente, ser implementado em larga escala como um tratamento coadjuvante nesses casos”, diz o pesquisador Hamilton Roschel, coordenador do grupo de pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e um dos líderes do trabalho.

A chamada síndrome da Covid longa afeta algo entre 10% e 80% dos pacientes. E caracteriza-se por sintomas como fadiga ou falta de ar que duram mais do que 12 semanas após a infecção sem nenhuma outra explicação, afetando a qualidade de vida. Os pacientes também podem sofrer com problemas cardiovasculares, respiratórios, musculoesqueléticos, metabólicos e psicológicos. Estudos mostram que, quanto mais grave o quadro de Covid, piores as consequências a longo prazo da doença.

“Mas, antes de começar a se exercitar, é preciso passar pelo aval médico, já que a Covid pode incorrer em sequelas mais graves, que impedem o início imediato de um programa de exercícios”, lembra Roschel.

Fonte: Agência Einstein.

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