Até quando usar máscara como item de proteção?
Nos últimos dias, foi noticiada uma redução na taxa de transmissão do coronavírus no Brasil, sendo a menor desde o início da medição, iniciada em abril de 2020. Segundo dados do Imperial College, o índice revela um ritmo de contágio em que cada 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para outras 60. O que deixa muita gente se perguntando até quando deveremos usar a máscara como item de proteção.
Por que ainda utilizar o acessório?
Ainda é extremamente necessário manter todas as medidas de combate ao vírus. E isso inclui não só a utilização de máscaras, como também o distanciamento físico, a escolha por espaços abertos e bem ventilados, a higienização das mãos e o uso do álcool em gel. Afinal, quando os casos diminuem, é sinal de que estamos fazendo as coisas certas.
De acordo com Jorge Garcia Paez, infectologista do Grupo São Cristóvão Saúde, a anulação da máscara como acessório, por enquanto, ainda está fora de cogitação. “As máscaras são estratégicas no controle da pandemia, pois possuem duas funções muito importantes: reduzir a emissão de partículas contaminadas na proteção dos demais e diminuir a exposição aos vírus disseminados por aerossóis, de modo a nos proteger de quem está infectado.”
Além disso, muitos questionam sobre a eficácia das máscaras de pano, muito encontradas nos comércios pelo país. Para o especialista, máscaras de pano bem ajustadas, ao ar livre e em áreas abertas são eficazes.
No entanto, quando utilizadas em ambientes fechados e com maior número de pessoas aglomeradas, elas não podem ser consideradas itens de segurança. Assim, vale investir em máscaras N9 ou PFF2, por exemplo, pois possuem maior eficácia na proteção contra aerossóis.
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Até quando devemos usar a máscara?
“Hoje, depois de 2 anos de pandemia, não há dúvidas de que a máscara é um dos itens mais importantes no controle da doença e deve sim continuar por mais algum tempo”, comenta Jorge Paez. Segundo o especialista, “os países que retiraram o uso de máscara tomaram ações precipitadas e muitos estão voltando atrás. Ainda não temos uma cobertura vacinal tão grande para eliminar o uso desse acessório”, esclarece.
Na visão do médico e de outros infectologistas, o Brasil só pode iniciar a discussão sobre um possível fim do uso de máscaras quando forem registrados baixos níveis de transmissão comunitária, o que seria entre os níveis 1 e 2 da escalada da Organização Mundial da Saúde (OMS), que vai até 7.
Dessa forma, o método mais seguro está na manutenção dos protocolos sanitários combinada com o avanço da campanha de vacinação. É preciso que pelo menos 80% da população tenha o esquema vacinal completo e que haja a testagem em massa — o que até hoje infelizmente não acontece no país.
“As infecções continuam, o risco continua e a vacinação não está em uma porcentagem ideal. Então, vamos ter que manter essas ações por um bom tempo ainda. Devemos continuar usando máscaras e adotando demais medidas não farmacológicas para nos prevenirmos e cuidarmos dos outros”, finaliza o infectologista.
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Fonte: Jorge Garcia Paez, infectologista do Grupo São Cristóvão Saúde.