Células cerebrais estimulam apetite de pessoas com obesidade

Alimentação Bem-estar Saúde
19 de Maio, 2023
Células cerebrais estimulam apetite de pessoas com obesidade

Recentemente, um estudo do Garvan Institute of Medical Research, na Austrália, identificou um grupo de células cerebrais que aumenta o apetite de pessoas com acúmulo prolongado e excessivo de gordura no corpo, como é o caso do sobrepeso e da obesidade.

O artigo, publicado na revista científica Cell Metabolism, descobriu que essas células são capazes de produzir o chamado neuropeptídeo Y (NPY), uma molécula estimulante do apetite. Mas não para por aí: as células tornam o cérebro de pessoas acima do peso mais sensível ao NPY, aumentando ainda mais a fome. Assim, saiba mais:

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Apetite e obesidade: como funcionou o estudo

Herbert Herzog, autor sênior da pesquisa, explicou em um comunicado à imprensa como a coisa funciona. “Nosso cérebro tem mecanismos complexos que detectam quanta energia está armazenada em nosso corpo e ajustam nosso apetite de acordo. Uma maneira de fazer isso é por meio da molécula NPY, que o cérebro produz naturalmente em resposta ao estresse, como a fome, para estimular a alimentação ”, ele disse.

Ou seja, quando comemos menos calorias do que o nosso corpo precisa, o organismo produz mais NPY. Por outro lado, quando comemos o suficiente (ou mais) do que necessitamos, os níveis de NPY tendem a cair, e ficamos com menos fome.

O problema é que, em pessoas com sobrepeso ou obesidade, isso geralmente não acontece: o cérebro até produz menos NPY, mas mesmo uma pequena quantidade da molécula estimula o apetite como se estivéssemos sem energia. O objetivo dos cientistas, então, era entender o porquê.

Testes iniciais

Para isso, os pesquisadores selecionaram camundongos com obesidade. “Descobrimos que, em condições de obesidade, o apetite era impulsionado principalmente pelo NPY produzido por esse subconjunto de neurônios”, começou Herbert Herzog.

“O que descobrimos é um círculo vicioso que interrompe a capacidade do corpo de equilibrar sua entrada de energia com o armazenamento de energia e aumenta o desenvolvimento da obesidade”, finalizou.

Desse modo, os achados do estudo abrem a possibilidade de bloquear os receptores mais sensibilizados ao NPY como uma nova estratégia para o desenvolvimento de tratamentos contra a obesidade.

Referência: Agrp-negative arcuate NPY neurons drive feeding under positive energy balance via altering leptin responsiveness in POMC neurons.

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