Antibióticos: É importante seguir com o tratamento até o fim

Saúde
02 de Fevereiro, 2022
Antibióticos: É importante seguir com o tratamento até o fim

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso incorreto de antibióticos impacta diretamente na alteração das bactérias. Diante desse cenário, elas se tornam mais resistentes aos medicamentos. 

Não é atoa que as infecções como pneumonia, tuberculose e gonorreia estão mais complicadas de tratar. Assim, um levantamento da OMS calcula que, no mínimo, 700 mil pessoas vão a óbito anualmente em virtude das doenças resistentes a medicamentos antimicrobianos. 

A OMS ainda faz um alerta: o número de mortes pode alcançar 10 milhões anualmente até 2050, caso a realidade atual seja mantida. 

“Isso é um problema que tem se tornado cada vez mais grave. A resistência bacteriana hoje em dia é considerada uma das 10 maiores ameaças à saúde pública global. Infecções para as quais antigamente a gente tinha tratamento, hoje praticamente não temos mais opções”, relata a chefe do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz, Ana Paula Assef, em entrevista à Rádio Nacional. 

Assef destaca que diversos fatores podem influenciar para a mudança de cenário. Os profissionais da saúde, por exemplo, devem redobrar a atenção ao prescrever antibióticos, garantindo um medicamento mais correto e consciente para o paciente. 

No entanto, ao contrário do que muita gente imagina, os médicos não são os únicos responsáveis por esses problemas. 

“Muitas vezes acontece de a gente usar o antibiótico que tem no armário da vizinha, ou da tia, que falou que usou aquele antibiótico para tratar uma infecção parecida. Não pode. A população tem que ter essa noção de que antibiótico só pode ser usado, que só adianta, para infecções bacterianas. E quem tem que receitar é o médico”, destaca. 

Leia mais em: Por que você deve se preocupar com os antibióticos na comida? 

Por que é importante seguir com o tratamento até o fim? 

De acordo com a médica infectologista, Giovanna Sapienza, é importante seguir com o tratamento até o final porque o paciente terá certeza de que foi curado da infecção, conforme o que foi prescrito. 

No entanto, o uso do antibiótico não pode ser feito de qualquer forma. Afinal, o período para que ele faça efeito é de, pelo menos, três dias (72 horas) completos. 

Por isso, além de seguir com o tratamento até o final, é fundamental tomar o medicamento corretamente. Caso contrário, será mais complicado alcançar o seu objetivo. 

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Se eu me sentir melhor posso interromper o tratamento? 

Não. Quando a infecção não é tratada corretamente, ela pode trazer outras complicações para o organismo. 

Quais são os principais cuidados em relação ao tratamento com antibióticos? 

Giovanna Sapienza explica que o paciente deve tomar o remédio no horário correto para que o tratamento seja concluído com sucesso. Caso esqueça de tomar o medicamento ou pule o horário, é necessário ingeri-lo assim que lembrar dessa tarefa. 

Posso ingerir bebida alcoólica enquanto tomo antibiótico? 

“A bebida alcoólica sobrecarrega o fígado. Então, é possível alterar o efeito da medicação que está utilizando. Mas você não corta o efeito do antibiótico se toma uma bebida alcoólica. Ao contrário do que muita gente imagina, uma taça de vinho, por exemplo, não prejudica o efeito do remédio. Não há uma relação tão clara”, explica a infectologista. 

No entanto, segundo a médica, caso o paciente apresente um problema grave de saúde, o consumo de bebida alcoólica não é indicado. “Você estará sobrecarregando seu corpo , que está precisando de energia para combater as doenças. 

É permitido tomar antibióticos durante a gestação? 

Para Giovanna Sapienza, há antibióticos que não trazem problemas para a saúde da grávida, que não causam má formação, que não aumenta as chances de aborto e nem de parto prematuro. Por isso, é fundamental ter avaliação do seu médico para que ele indique os melhores medicamentos.  

Como prevenir infecções? 

Existem diversas orientações que ajudam a prevenir infecções, como lavar as mãos com frequência, ter uma boa higiene alimentar, além de evitar contato com pacientes que foram diagnosticados com algum tipo de doença. 

É fundamental ainda manter o calendário de vacinação atualizado, tomar prescrição à risca e não compartilhar antibióticos com outros pacientes. 

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Fonte: Dra. Giovanna Sapienza (médica infectologista do Centro de Prevenção Meniá). Médica infectologista do Hospital Santa Isabel e Hospital São Luís – Unidade Morumbi. Residência médica pelo Hospital Emilio Ribas.

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