Ansiedade no trabalho e suas consequências
Se estressar em um ambiente profissional é algo corriqueiro, seja por acúmulo de tarefas ou outras responsabilidades. Mas quando isso ocorre em excesso, tende a ocasionar problemas na saúde mental dos colaboradores.
Ansiedade no trabalho
A ansiedade no trabalho é muito comum. Uma pesquisa publicada na American Psychological Association mostrou que 40% dos americanos se sentiam ansiosos e estressados no trabalho.
Sintomas
Embora não haja uma classificação específica para a ansiedade no trabalho, existem alguns sintomas do transtorno de ansiedade que podem surgir, como:
- Preocupação excessiva;
- Dificuldades para dormir;
- Nervosismo;
- Cansaço ou fadiga;
- Agitação;
- Tremores;
- Boca seca;
- Sudorese;
- Coração acelerado.
Síndrome de Burnout
Outro problema muito comum gerado pelo estresse no trabalho é a Síndrome de Burnout, que significa entrar em colapso físico e mental por causa da pressão excessiva no ambiente corporativo.
De acordo com a International Stress Management Association (Isma), o problema afeta 30% dos profissionais brasileiros.
Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a síndrome uma doença ocupacional (ou seja, relacionada ao trabalho) desde 2019. Mas, a mudança só foi oficializada em 1º de janeiro de 2022. De acordo com a própria entidade, esse termo não deve ser empregado em outras áreas da vida. Na prática, as empresas passam a ter mais responsabilidades sobre o bem-estar mental de seus funcionários.
Sintomas
- Cansaço crônico: qualquer atividade simples torna-se exaustiva;
- Dificuldade de se concentrar;
- Episódios constantes de irritabilidade e alterações de humor;
- Fugas frequentes do trabalho e de outros compromissos;
- Desânimo e perda de interesse por qualquer assunto que não seja relacionado ao trabalho;
- Crises de estresse frequentes;
- Tremores;
- Falta ou excesso de apetite;
- Insônia;
- Ansiedade;
- Taquicardia;
- Pressão alta;
- Exteriorização de problemas na pele;
- Crise de asma;
- Problemas gastrointestinais;
- Depressão.
Síndrome de Boreout
A Síndrome de Boreout refere-se ao tédio durante o trabalho, e também é muito comum. O termo “boreout” vem da palavra em inglês “bored”, usada para se referir a algo entediante ou chato.
Geralmente, a síndrome ocorre quando há uma falta de estimulação profissional. O desinteresse pode surgir por diversos motivos. Como não ter o trabalho reconhecido pelas outras pessoas, exercer funções que não se adequam à sua qualificação, entre muitos outros.
Leia também: Bem-estar no trabalho: como priorizar a saúde mental
Sintomas
- Falta de vontade em trabalhar ou realizar a mesma tarefa todos os dias;
- Alteração da pressão arterial;
- Dificuldade para dormir;
- Irritabilidade;
- Apresentar sintomas de problemas de saúde mental, como por exemplo: depressão, ansiedade, pânico ou fobia.
Presenteísmo
Basicamente, o presenteísmo ocorre quando o indivíduo comparece ao trabalho fisicamente, mas não consegue focar nas tarefas. Como resultado, o rendimento e a produtividade caem bruscamente.
Segundo um estudo realizado pela ISMA-BR, 23% da população adulta é presenteísta, e no setor industrial esse número pode atingir 35%.
Sintomas
- Mudança de comportamento: Geralmente, quando os profissionais estão sofrendo com o problema, eles tendem a ficar mais calados, letárgicos ou constantemente estressados. Além disso, podem sentir falta de engajamento;
- Falta de interação com outros colaboradores: A forma como o indivíduo interage com os colegas de trabalho também pode apontar o presenteísmo. Se distanciar, deixa de participar de confraternizações e não conversar são alguns sinais;
- Queda de produtividade: Um dos sintomas mais presentes na condição é a queda na produtividade.
As consequências do home office
A pandemia alterou significativamente a forma como as pessoas trabalham. Antes, o home office não costumava ser tão comum. Agora, no entanto, muitas empresas decidiram adotar o modelo de trabalho de forma permanente.
Mas qualquer tipo de mudanças gera impactos, sejam eles positivos ou negativos. Quando você sai do escritório após passar o dia todo sentado, interagindo com os colegas, ao voltar para casa sente uma sensação de trabalho “feito” e encerrado. Já no home office, você não se sente da mesma forma e pode pensar que o dia não foi produtivo. Ou, a dificuldade aparece na hora de determinar quantas horas por dia permanecer disponível.
Para alguns, trabalhar em casa tem sido uma opção mais prática e vantajosa, mas, para outros, reduziu a produtividade e trouxe os problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e Burnout, por exemplo.
Um estudo da PEBMED, publicado em 2020, mostrou que durante a pandemia da Covid-19 no Brasil, 78% dos profissionais de saúde tiveram algum sinal da Síndrome de Burnout. Entre eles, 79% eram médicos, 74% enfermeiros e 64% técnicos de enfermagem.
PP-UNP-BRA-0696
Referências: American Psychological Association; International Stress Management Association (Isma); ISMA-BR, VeryWell Mind e PEBMED