Ana Maria Braga teve câncer causado por HPV. Entenda a relação

Saúde
01 de Abril, 2024
Ana Maria Braga teve câncer causado por HPV. Entenda a relação

Em uma entrevista concedida ao Fantástico e exibida nesse domingo, 31/3, Ana Maria Braga revelou ter tido um câncer causado pelo vírus HPV. A apresentadora, de 75 anos, falou abertamente do seu diagnóstico obtido em 2001:

“Eu tive câncer de ânus. Quando eu consegui descobrir o que eu tinha, ele já estava adiantado, e eu tinha uma chance mínima de sobrevivência. É muito assustador. Era proveniente do HPV“, declarou.

Ana Maria explicou na época, não tinha ouvido falar do HPV e reforçou a importância da vacinação em jovens e crianças, de 9 a 14 anos na rede pública pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Ana também comentou sobre o tabu relacionado às doenças sexualmente transmissíveis:

“Você não tem que se sentir culpada porque você está com câncer. Você não tem culpa porque você é uma mulher sexualmente ativa. Se você é mãe, não tem como ser mãe e não ser sexualmente ativa”, disse.

“A sexualidade tem que ser encarada da forma que ela é, é uma coisa natural, feita da natureza, senão a gente não estaria aqui”, finalizou Ana. Afinal, qual é a relação entre câncer e HPV? Veja a seguir!

Leia também: Câncer no ânus: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento

Ana Maria Braga teve câncer causado pelo HPV. Entenda a relação

HPV é a sigla em inglês para Papilomavírus Humano. Ele é transmitido via relações sexuais desprotegidas (com penetração ou não). “Com o contato pele a pele, já é possível pegar”, diz o médico.

No Brasil, estima-se que existam entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV, registrando cerca de 700 mil novos casos de infecção por ano. Assim, o HPV se tornou a infecção viral mais comum do trato reprodutivo.

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS, evidências científicas relacionam o HPV com cânceres de ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe (garganta). Além disso, o vírus causa cerca de 70% dos tumores de colo do útero e outras lesões pré-cancerosas.

Veja também: HPV na mulher: O que é, sintomas, vacina e tabus sobre a infecção

Dessa forma, o HPV pode causar uma multiplicação inadequada de células cancerígenas ao redor da borda do ânus e do reto, formando o tumor retal. A doença costuma ser classificada como um tumor escamoso, que é diferente dos outros tumores que acometem o intestino (adenocarcinomas). Quando não tratada, essa condição pode causar complicações, dores e pode até mesmo ser letal.

Ao todo, existem mais de 200 subtipos de HPV, mas 40 têm mais afinidade com o corpo humano e são os responsáveis por gerar lesões. Dois deles (o 16 e o 18) são mais agressivos.

Geralmente, o corpo tende a dar conta do HPV. “Em 80% dos casos, o próprio sistema imunológico é capaz de mandá-lo embora, isto é, a pessoa fica totalmente curada. Contudo, o problema é que nos outros 20%, o vírus entra em ‘acordo’ com os anticorpos e fica silencioso e inofensivo no organismo — a chamada fase latente, que pode durar meses ou até anos”, explica o médico ginecologista e obstetra, Dr. José Bento. 

Prevenção 

Cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas, segundo informações do Ministério da Saúde.

Além disso, o número de casos pode ser ainda maior em homens. Estima-se que entre 25% e 50% da população feminina e 50% da população masculina mundial esteja infectada pelo HPV.

Porém, o HPV apresenta um comportamento silencioso e, normalmente, não causa sintomas. Verrugas ou lesões na região genital podem causar desconforto ou serem completamente assintomáticas. Portanto, uma das principais formas de prevenção é a imunização e o uso de camisinha em todas as relações sexuais. Além disso, ter um número reduzido de parceiros sexuais também reduz as chances de infecção por HPV.

De qualquer modo, os exames preventivos são essenciais para rastrear a doença previamente e, se houver contaminação, o indivíduo pode começar o tratamento.

Vacinação

A imunização contra o HPV é uma das maiores estratégias contra o vírus e outras doenças decorrentes como o câncer. A vacina está disponível no SUS para crianças de 9 a 14 anos, quando o potencial de imunização é maior.

Mas além disso, seguindo a recomendação da Sociedade Brasileira de Imunizações, mulheres até os 45 anos e homens até os 26 anos podem se vacinar na rede particular.

 

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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