O que são alimentos transgênicos?
Na hora de fazer uma compra no supermercado, é muito importante entender o que estamos colocando no carrinho. Dessa forma, ao escolhermos os alimentos, não devemos analisar apenas as calorias, as gorduras ou os açúcares. Investigar a origem dos produtos também é necessário. Por exemplo, quais alimentos são transgênicos?
Aliás, você já ouviu falar no termo? Se você já comprou algum produto que tinha em sua embalagem um “T”, você já consumiu alimentos transgênicos. E os números mostram que a probabilidade de você adquiri-los de forma direta ou indireta é muito alta, afinal, o Brasil é um dos maiores produtores mundiais desse tipo de item. Além disso, mais de 90% da soja produzida aqui é transgênica.
Entenda, agora, o que são e quais seus benefícios e malefícios.
Mas afinal, o que são os alimentos transgênicos?
De acordo com a nutricionista Flávia Ayres, os alimentos transgênicos “são organismos geneticamente modificados (OGM), o que significa que um código genético (DNA) foi alterado e produzido em laboratório.”
Ou seja, são alimentos geneticamente modificados para proporcionar alguma alteração no comportamento natural do alimento, como aumentar sua validade, deixá-lo mais resistente a pragas e condições climáticas desfavoráveis ou torná-lo mais nutritivo — tudo isso proporcionado pela engenharia genética, em laboratórios.
Quando se pensa nesse tipo de alimento, imagina-se frutas e vegetais com alterações em seu DNA. Mas, na realidade, até mesmo proteína animal já foi desenvolvida com essa tecnologia, como foi o caso de uma espécie de salmão produzida nos Estados Unidos, que se desenvolve mais rápido e consome menos ração — cerca de 20% a 25% de economia, de acordo com um artigo da FAPESP.
“No Brasil, os maiores cultivos de alimentos transgênicos são de milho, algodão e soja, presentes em vários produtos encontrados no mercado, por exemplo: leite de soja, óleo de cozinha, massas, margarina, cereais e biscoitos”, complementa a nutricionista.
Alimentos transgênicos fazem mal à saúde?
Há mais de 20 anos sendo desenvolvidos no Brasil, estudos já foram realizados e publicados acerca da segurança desses alimentos. Entretanto, as conclusões apontam para os dois lados: até o momento, o seu consumo vem sendo seguro. Em contrapartida, outras pesquisas apontam possíveis malefícios a curto e longo prazo.
Os malefícios dos alimentos transgênicos podem acontecer em dois cenários: com efeitos no meio ambiente e efeitos na saúde de quem os consome. Entre eles, estão:
- Aumento de alergias;
- Aumento da resistência aos antibióticos;
- Aumento de substâncias tóxicas no organismo, trazendo diversos desconfortos para o corpo;
- Contaminação de solos e rios, que pode ocorrer por meio de insetos e até mesmo por vento.
Para trazer transparência ao consumidor, os produtos que contêm mais de 1% de transgênicos devem apresentar um selo em seu rótulo. Por isso, ficar de olho nas embalagens é uma forma de saber se o seu alimento é geneticamente modificado ou não.
E os alimentos orgânicos, o que são e qual sua importância?
Já os alimentos orgânicos são aqueles cultivados sem o uso de agrotóxicos e que não sofreram nenhum tipo de alteração genética — como acontece no caso dos transgênicos. Uma das principais vantagens desse tipo de produção é o uso equilibrado de recursos naturais, utilizando água e solo livres de substâncias.
Flávia também traz as premissas do guia alimentar para a população brasileira:
“Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base de sua alimentação. Sempre que possível, faça ao menos parte das suas compras de alimentos em mercados, feiras livres, feiras de produtores e outros locais, como “sacolões” ou “varejões”, onde são comercializados alimentos in natura ou minimamente processados, incluindo os orgânicos e de base agroecológica.”
Sempre que possível, o interessante é adquirir produtos que são produzidos organicamente. Assim, os benefícios não são apenas para a saúde, mas também para o desenvolvimento dos pequenos fornecedores.
Leia também: O que são alimentos orgânicos e por que são uma boa escolha
Fonte: Flavia Ayres Rosa, nutricionista CRN3-71200/P especializada em nutrição comportamental.
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