Alimentação para idosos: veja dicas saudáveis e práticas
A terceira idade demanda cuidados especiais para manter a saúde e proporcionar mais longevidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde — OMS, uma pessoa é considerada idosa a partir dos 65 anos. Mas os problemas inerentes ao envelhecimento podem começar a dar os primeiros sinais na meia idade, período que vai dos 45 aos 59 anos. Isso significa que os cuidados, principalmente com a alimentação, devem ser redobrados. A seguir, confira dicas de alimentação saudável para idosos.
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Desafios nutricionais do envelhecimento
Quando falamos sobre saúde na terceira idade, é comum que os idosos comecem a se deparar com problemas para garantir a ingestão de nutrientes essenciais, como proteínas, vitaminas e minerais. Isto pode ocorrer por uma série de fatores, levando a escolhas alimentares limitadas e prejudiciais à saúde. A seguir, conheça alguns deles:
- Mudanças no paladar;
- Problemas dentários;
- Dificuldade para engolir alimentos sólidos;
- Depressão e ansiedade;
- Desidratação;
- Baixo ritmo do metabolismo;
- Por fim, medicamentos que interferem no apetite, metabolismo e absorção de nutrientes.
Além disso, algumas doenças crônicas, como diabetes, hipertensão também podem exigir dietas especiais, restringindo a ingestão de alimentos.
“Sentimentos como solidão e tristeza podem afetar o apetite e as escolhas alimentares. Da mesma forma, a falta de condições financeiras ou até mesmo a necessidade de ir até o supermercado para comprá-los também é um desafio a ser vencido”, complementa a médica geriatra Simone Lima.
Alimentação na terceira idade: o que priorizar?
A alimentação na fase idosa deve ter equilíbrio e levar em conta possíveis problemas que acontecem devido ao processo natural do envelhecimento do corpo, como explica o nutricionista Felipe França. O especialista recomenda ainda quais itens são essenciais na alimentação dos idosos. Veja a seguir:
Laticínios com baixo teor de gordura
“Devemos ter atenção à ingestão de cálcio e vitamina D para a saúde dos ossos. Assim, laticínios com baixo teor de gordura e folhas verdes são de grande valia na alimentação das pessoas nessa faixa etária”, explica Felipe.
Vegetais verde-escuros e folhosos
Também não podemos esquecer também da vitamina K. Ela desempenha um papel crucial na saúde óssea, pois auxilia na absorção adequada de cálcio, fortalecendo os ossos.
Além disso, a vitamina K também atua na regulação de proteínas que desempenham um papel na mineralização dos ossos, contribuindo para a manutenção da densidade óssea e a prevenção de doenças como a osteoporose.
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Leguminosas, farelos e grãos
Por fim, as fibras devem ocupar uma parte da alimentação, já que a capacidade intestinal é prejudicada nessa fase, o que dificulta os movimentos que expelem o bolo fecal do organismo. Por isso, lembre-se de ingerir alimentos como grãos integrais, frutas e vegetais pode ajudar na digestão e prevenir problemas gastrointestinais.
Prato do idoso
A composição de um prato saudável na terceira idade deve incluir cerca de metade de vegetais e/ou frutas, com preferência por uma variedade de cores.
“Um quarto do prato deve ter proteínas magras, como peixe, frango, ovos ou tofu, para manter a massa muscular e a energia. O último quarto do prato deve ter com grãos integrais, como arroz integral ou quinoa. Eles fornecem fibras e nutrientes essenciais”, pondera Felipe.
No entanto, é importante lembrar que as necessidades dietéticas variam de pessoa para pessoa. Por isso, o acompanhamento médico é essencial.
Dicas de alimentação saudável para idosos
- Coma de forma balanceada: priorize uma dieta equilibrada e com uma variedade de alimentos, incluindo frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e produtos lácteos com baixo teor de gordura.
- Garanta a hidratação: mantenha-se hidratado, bebendo água regularmente e incluindo sopas e chás de ervas na dieta (mesmo se não houver sede).
- Evite alimentos processados: minimize o consumo de alimentos processados, ricos em sal, açúcar e gorduras saturadas.
- Reduza o sal: diminua o consumo de sal para ajudar a controlar a pressão arterial. No lugar do sal, use ervas e especiarias para temperar os alimentos em vez de sal.
- Tenha horários fixos: o estabelecimento de horário e rotinas faz muito bem para tem 60+ e ajuda o corpo a regular o apetite. Dessa forma, o organismo se acostuma com os horários das refeições e começa a liberar hormônios que sinalizam a fome e a saciedade nos momentos adequados.
- Adapte a consistência dos alimentos: deixando-os mais macios, como purês, sopas e pratos bem cozidos.
- Mantenha a atividade física regular: o movimento pode melhorar a digestão e estimular o apetite. Atividades como caminhada, natação ou pilates, por exemplo, de acordo com a capacidade do idoso.
Por fim, em casos de deficiências nutricionais graves, a suplementação com proteínas, vitaminas ou minerais específicos pode ser necessária com acompanhamento médico.
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Falta de apetite e má digestão: como lidar com esses problemas na terceira idade?
A especialista em saúde na terceira idade explica que o ponto de partida para entender a causa subjacente dos problemas de apetite e digestão em um idoso é buscar atendimento médico. Isso ajudará a direcionar o tratamento de maneira adequada e personalizada.
“Uma vez que a causa da falta de apetite ou má digestão seja identificada, é possível adotar abordagens específicas, certificando-se de que as refeições sejam equilibradas em termos de nutrientes, incluindo proteínas, carboidratos, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais em cada refeição”, complementa Simone.
Além disso, como já comentamos, o uso de medicamentos também pode provocar alterações alimentares ao paciente. Nesse caso, o uso deve ser discutidos clinicamente para que o médico verifique a possibilidade de ajustá-los ou encontrar outras alternativas.
Fonte:
- Simone de Paula Pessoa Lima – médica geriatra da Saúde no Lar.
- Felipe França, nutricionista especialista em oxidologia e bioquímica celular, sócio-fundador da Clínica Soloh de Nutrição.
Referência: Ministério da Saúde – 10 passos da alimentação saudável para idosos durante a pandemia.