Alimentação e saúde feminina: O que você precisa saber
Olá, é um prazer ter você nos acompanhando aqui! Este será um espaço para conversarmos sobre diversos aspectos da alimentação e saúde feminina. Para começar, é interessante pensarmos que as necessidades nutricionais das mulheres mudam conforme a fase da vida em que elas se encontram. Existem questões particulares a cada idade que merecem atenção especial.
É claro que escolher alimentos nutritivos e pouco processados é a chave para uma alimentação saudável em todas as fases da vida.
Mas, nosso plano é nos aprofundar melhor em todas essas etapas por aqui. E, como ponto de partida, vamos entender quais são as fases na vida adulta da mulher.
Alimentação e saúde feminina
Idade fértil (20 – 40 anos)
É nesta fase que, normalmente, as mulheres passam a prestar mais atenção aos seus hábitos alimentares e a se preocupar com o impacto de suas escolhas na própria saúde. Isso é ótimo. Pois, ao formar bons hábitos nesta idade, existe uma chance maior de que eles sejam mantidos ao longo da vida. Assim, esta é uma atitude preventiva que pode ajudar a reduzir o risco de doenças do coração, por exemplo¹.
Pode ser uma boa época para se aventurar na cozinha e aprender a fazer refeições práticas e equilibradas. A ideia é reduzir a presença de alimentos ultraprocessados e buscar preparações com ingredientes naturais.
Criar o hábito de ler rótulos de alimentos é uma prática excelente para que se possa entender quais ingredientes você está consumindo. Ou seja, evite aqueles nomes estranhos, que geralmente são os aditivos alimentares – conservantes, emulsificantes, corantes, aromatizantes etc. Pois, estes aditivos podem ter efeito pró-inflamatório no corpo. Por outro lado, alimentos naturais, especialmente de origem vegetal, são ricos em nutrientes antioxidantes que combatem estresse oxidativo e inflamação.
Manter uma dieta rica em antioxidantes, fibras e gorduras boas, além de prevenir doenças no longo prazo, tem efeito positivo nas taxas de fertilidade.
Sendo assim, procure²:
- Incluir de duas a três porções de fruta por dia;
- Preencher metade do seu prato com verduras e legumes variados, no almoço e no jantar;
- Preferir peixe, frango e deixe a carne vermelha para ser consumida no máximo 2-3 vezes por semana;
- Acrescentar sementes (chia, linhaça, gergelim, girassol etc.) às frutas e saladas (cerca de 2 colheres de sopa por dia);
- Escolher alimentos feitos com farinhas ricas em fibras, como aveia, farinha de trigo integral, farinha de oleaginosas ou de leguminosas;
- Substituir a gordura animal por óleos vegetais, de preferência azeite de oliva ou óleo de canola para cozinhar, sempre em pequenas quantidades.
- Usar leite e iogurte desnatados, priorizando os iogurtes naturais, com poucos ingredientes.
Gestação
Atualmente, sabemos que o cuidado com a saúde do bebê começa bem antes da gestação. A alimentação tanto da mãe, quanto do pai, ainda antes de engravidar, tem influência na saúde da criança. Nesta fase a preocupação com a qualidade nutricional deve ser redobrada (mas não as quantidades!!)³. Nesse sentido, a suplementação com ácido fólico ou metilfolato deve ser iniciada na fase de planejamento da gestação, preferencialmente três meses antes.
É importante garantir o consumo adequado de cálcio (leite e derivados, gergelim, folhas verde-escuras) e ferro (peixe, frango, carne, ovo, leguminosas). Além disso, o uso de um polivitamínico para gestantes é indicado. Pois, alguns nutrientes precisam ser suplementados.
O cuidado com a segurança dos alimentos é essencial. Visto que a contaminação por microrganismos pode trazer prejuízos à saúde da mãe e do bebê. É preciso higienizar adequadamente vegetais, folhas e frutas, removendo todas as sujidades. As folhas podem ser deixadas em solução clorada por 15 minutos. E, sempre que for comer fora de casa, deve-se evitar alimentos crus se a procedência não for totalmente confiável.
Respeitar a sensação de fome e saciedade é uma boa estratégia para manter quantidades adequadas e evitar exageros. Comer em excesso pode levar a ganho de peso além da recomendação, o que prejudica o desenvolvimento da criança e a saúde da mãe no futuro.
Amamentação
A fome aumentada durante o aleitamento deve-se às necessidades nutricionais elevadas da mãe³. É preciso continuar buscando uma alimentação variada e nutritiva, pois isto afeta diretamente a qualidade do leite materno produzido. A hidratação é um ponto crucial e a dica é deixar sempre uma garrafa de água por perto, de preferência de vidro.
Menopausa
Com a queda no hormônio estrógeno que ocorre após a menopausa, a mulher fica mais suscetível a doenças do coração e à osteoporose4.
Por isso, além da rotina habitual de alimentação saudável, alguns cuidados são fundamentais para manter a boa saúde nesta fase:
- Ingestão adequada de cálcio e vitamina D. Em alguns casos, a suplementação desta vitamina pode ser necessária;
- Consumo de fibras através de cereais integrais, sementes, leguminosas e folhas, vão ajudar a prevenir e tratar a constipação intestinal;
- Redução do açúcar de adição, bebidas adoçadas e doces em geral;
- Diminuição de gorduras saturadas provenientes de carnes gordurosas, embutidos, laticínios integrais e manteiga.
Manter bons hábitos alimentares em todas as fases da vida, além de ser um fator de prevenção de doenças, traz qualidade à vida e a possibilidade de desfrutá-la com mais energia e disposição. Quanto antes começarmos, melhor. Mas, saiba que nunca é tarde para se cuidar e aprender mais sobre alimentação e saúde feminina.
Fontes:
- Healthy Lifestyle Change and Subclinical Atherosclerosis in Young Adults: Coronary Artery Risk Development in Young Adults (CARDIA) Study, Circulation, 2014.
- 2021 Dietary Guidance to Improve Cardiovascular Health: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation, 2021.
- Nutrition Recommendations in Pregnancy and Lactation. Med Clin North Am, 2016.
- Positive association between dietary inflammatory index and the risk of osteoporosis: Results from the KoGES_Health Examinee (HEXA) cohort study. Nutrients, 2018.